Syro foi o primeiro artista a subir ao palco principal do MEO Marés Vivas na sexta-feira, 19 de julho, no antigo Parque de Campismo da Madalena, em Vila Nova de Gaia, seguindo-se D.A.M.A., Take That e D’ZRT. Depois do concerto, o cantor de 29 anos falou com a MAGG sobre a sua carreira musical, a relação com a atriz Mariana Pacheco, com quem vai ser pai pela primeira vez, e como reagiu ao facto de a gravidez ter sido avançada pela imprensa.

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“É surreal. Saí dali sem palavras. Uma energia contagiante, a energia foi incrível. A malta do norte recebe-nos sempre bem”, diz Syro sobre o concerto, que contou com dois convidados especiais: David Carreira, com quem tem o tema “Coração”, e Mariana Pacheco, com quem canta “Dor de Amar”.

Syro e Mariana Pacheco vão ser pais pela primeira vez. “Acho que, até então, estamos a passar pela fase mais bonita das nossas vidas. Felizmente, está a ser uma gravidez muito, muito tranquila, zero enjoos, zero coisas chatas que uma gravidez pode trazer”, afirma.

Apesar de terem confirmado a gravidez em maio, através da canção “Vamos ser”, esta foi anunciada pela imprensa em março deste ano. “Não sei como é que a notícia se soube, numa clínica, numa conversa que foi apanhada... Fomos assim apanhados um bocadinho de surpresa, mas ‘tá-se bem, não é propriamente uma notícia má. Ficámos contentes, porque as pessoas estavam a receber a notícia com muito carinho. Mais tarde, oficializámos, ficámos ali um período de um mês e tal/dois meses até falarmos sobre isso”, esclarece.

Mariana Pacheco, numa entrevista no programa “Júlia”, na SIC, contou que entrou em “negação” quando soube que estava grávida. Syro, por outro lado, teve outra reação. “Ela é marota, porque eu estava quase a fazer anos quando ela soube e ela guardou essa notícia uma semanita para me contar no meu dia de anos. Então eu acredito que ela devia estar num turbilhão por não querer nem poder contar ainda, mas recebi muito bem, obviamente. Chorei, chorei muito. Eu sou desses, sou um peixinho chorão”, conta.

“Espero ser o melhor pai possível, estou muito entusiasmado. Vamos ver. Eu acho que não só esta criança vai aprender connosco, como nós vamos aprender muito com este ser vivo”, garante o cantor à MAGG.

Syro e Mariana Pacheco
Syro e Mariana Pacheco Syro e Mariana Pacheco vão ser pais. créditos: @bernvs_

"Estava a ver a minha saúde mental a ser um bocadinho afetada"

Syro é autor de vários êxitos, como “Perto de Mim”, “Brutos Diamantes”, com Bispo, “Acordar” e “Rio d’Água”, com Gisela João. “Quando eu escrevo canções, muitas vezes partem de um sítio se calhar um bocadinho egoísta, porque as escrevo para mim. Mas eu costumo dizer que, no percurso, a estação final é chegar às pessoas e perceber que faz sentido na vida das pessoas, que as canções se tornam às vezes bandas sonoras da vida das pessoas. Às vezes, a realidade que me levou a escrever uma canção não tem de ser obrigatoriamente a realidade com que as pessoas a vão ouvir e é muito gratificante e muito bonito de se ver que as canções ganham essa vida. No fim do dia, acho que é por aí que nós artistas escrevemos canções”, reflete.

“11.11”, o último álbum lançado pelo cantor, em novembro de 2023, foi inspirado num período mais negro da sua vida. “Eu acho que tanto eu como os meus colegas artistas somos uns privilegiados, porque temos o grande privilégio de podermos exorcizar tanto as nossas felicidades como os nossos demónios e as coisas menos boas da nossa vida, e convertê-las em arte. Esse álbum surgiu um bocadinho nesse intuito, que foi numa fase em que eu estava menos bem e em que estava a ver a minha saúde mental a ser um bocadinho afetada. Eu sinto que este álbum veio dar-me uma luzinha e puxar-me deste buraco onde eu estava. Fez todo o sentido eu lançar aquele disco naquela fase da minha vida e fico muito contente que esteja a ser bem recebido pelas pessoas”, refere.

Antes de Diogo Lopes se apresentar como Syro em 2018, o cantor fez parte da banda Caelum’s Edge como baterista. Dois anos depois, lançou o single “Perto de Mim”, que conquistou milhões de fãs. “O projeto Syro existe agora há quatro anos e tal/cinco anos. Se me dissessem para aí há cinco anos que eu ia ter uma carreira a cantar, dizia que era impossível. Nunca esteve nos planos, só que eu sempre gostei muito de escrever canções, não só para mim, mas para a banda onde eu estava, em que eu era baterista e não cantava, e como para outros artistas. Às tantas comecei a sentir um bocadinho a necessidade e a falta do meu próprio espaço de expressão a interpretar as canções que eu escrevia e à maneira que eu as via. O Syro nasce desta necessidade de escrever canções e vê-las interpretadas de uma certa forma”, escplica.

Contudo, teve “um bocadinho” de receio desta mudança. “Na altura, todo o meu trabalho como baterista meio que desaparece, porque eu começo a lançar canções e houve ali um ano/um ano e tal/dois em que não havia muito trabalho, perdi o meu trabalho como baterista, as canções ainda não estavam no auge... De repente, isto dá uma volta, mas nunca esperei. Ambição existe sempre. Quando nós trabalhamos numa coisa, acho que desejamos sempre que corra da melhor maneira possível, mas depois ser confrontado com esta realidade é sempre: ‘ui, não estava à espera, correu bem’”, diz.

Syro adianta ainda que há mais projetos no forno. “Depois de lançar o ‘11.11’, que é um álbum duplo que tem 11 + 11 faixas, portanto 22, disse: ‘tão cedo... Vou-me obrigar a ficar longe do estúdio’. Não consegui, foi para aí um mês e meio e já tenho conceito para novo disco, já estamos a trabalhar em músicas novas”, adianta.

Além disso, Mariana Pacheco, além da representação, também tem apostado na sua carreira musical, tendo lançado a sua primeira canção a solo, “Barco Vazio”, em abril deste ano. Syro também tem desempenhado um papel importante neste processo. “A Mariana é muito talentosa e já é muito talentosa há muito, muito tempo. Eu, se posso dizer que tive dedo em alguma coisa neste arrancar do projeto dela – em que lançámos primeiro o 'Dor de Amar', que foi uma canção a dois, ela já lançou o seu primeiro single a solo e está a acabar agora o seu álbum de estreia –, foi do género: ‘tu és isto tudo, só precisas de lançar’. É nesse sentido que eu estou lá”, explica.