Teresa Guilherme sempre foi muito transparente em relação ao facto de ter sido uma das lesadas do Banco Espírito Santo (BES). A apresentadora tinha uma fortuna investida no império de Ricardo Salgado e, em 2014, perdeu quase 3 milhões de euros. Mas poderá vir a recuperar uma parte dessa quantia, tudo por causa do seu advogado.

Numa batalha judicial com o banqueiro português desde então, Teresa Guilherme poderá receber o dinheiro a título de reparação. Isto é graças a Nuno Silva Vieira, o advogado, que conseguiu desbloquear o estatuto de vítima para um crime económico e financeiro. É a primeira vez que acontece em Portugal, segundo o "Correio da Manhã".

Trocado por miúdos, o estatuto de vítima diz respeito "a um conjunto de medidas que visam assegurar a proteção e a promoção dos direitos das vítimas da criminalidade". Contudo, aquilo que está em causa é o facto de esta ser a primeira vez que tal prerrogativa é aplicada no âmbito de um crime económico e financeiro no País.

Uma vez aberto o precedente, os advogados dos outros lesados já começam a seguir a mesma estratégia, diz a CNN Portugal. No entanto, Teresa Guilherme, que encabeça a condução do programa "Noite das Estrelas", na CMTV, não deverá conseguir reaver todo o dinheiro perdido. Segundo a "Flash!", a apresentadora deverá apenas recuperar 1,8 dos quase 3 milhões investidos no banco.

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Em dezembro do ano passado, quando foi convidada de Daniel Oliveira" no "Alta Definição", a apresentadora pronunciou-se em relação à perda desta grande quantia. Entre muitas coisas, frisou que deixou de ter aquela "almofada financeira", que foi conseguindo amealhar com os lucros dos seus sucessos televisivos.

"Passas a batalhar pelas coisas essenciais e a ter gosto nas coisas essenciais", explicou. "A raiva com que eu fiquei não foi propriamente do dinheiro. Não me permite pensar: ‘se eu tivesse aquele dinheiro o que é que eu fazia neste momento?’. Isso não me permite pensar", confessou.

O Caso BES é um dos maiores processos da história da justiça portuguesa e conta com 242 inquéritos e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.