Dez anos após a inauguração em Lisboa, o Time Out Market do Porto abre já esta sexta-feira, 3 de maio, às 12h30. Situado na ala sul da Estação Ferroviária de Porto – São Bento, na Praça de Almeida Garret, junto à Rua do Loureiro, não tem de se preocupar com a viagem e com estacionar o carro para visitar o espaço e muito menos com o que bebe no mercado, já que apenas tem de apanhar um comboio após a refeição para ir embora.
A MAGG visitou o Time Out Market do Porto esta terça-feira, 30 de abril, e ainda estamos indecisos no que toca ao nosso prato preferido dos menus dos 12 restaurantes presentes no espaço, como os ovos rotos de camarão do chef Rui Paula e a sanduíche de leitão do chef Ricardo Costa.
Com uma área de cerca de dois mil metros quadrados no interior e um total de 690 lugares sentados no interior e exterior, o projeto assinado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura, além das 12 cozinhas – Okra, Bursco Burger, Tábua Rasa, Rui Paula, Rafa Louzada, Ricardo Costa, Vasco Coelho Santos, Fava Tonka, Casa Inês, Meia-Nau e Padaria Ribeiro.
Há ainda dois bares, onde os clientes podem desfrutar de um copo de vinho ou de um cocktail, e também pode contar com uma estrutura vertical em ferro e vidro com a loja fundada por Catarina Portas em 2007, A Vida Portuguesa, com produtos e objetos de origem nacional.
Acrescente uma sala de prova de vinhos com vista a 21 metros de altura para a Estação Ferroviária de Porto – São Bento e para a Torre dos Clérigos, um local emblemático da Invicta, com a curadoria do enólogo Bento Amaral, onde também poderá petiscar o menu criado pelo chef Luís Américo.
“O Time Out Market é uma ideia portuguesa. Efetivamente, começou com o Time Out Market de Lisboa. O que nos diferencia da maior parte dos mercados que conhecemos no mundo é que, de facto, aqui a curadoria é feita pelos jornalistas da revista, portanto são os conselhos com quatro e cinco estrelas que nós selecionámos para trazer para debaixo do mesmo teto. Aqui no Porto não é diferente, até porque a capital gastronómica do Porto é, na nossa opinião, muito diferente de outras cidades que encontramos. Aqui conseguimos reunir muitos conceitos que são, de facto, o melhor da cidade debaixo do mesmo teto”, referiu Inês Santos Almeida, diretora-geral do Time Out Market do Porto, aos jornalistas.
“A localização é icónica, estamos num espaço centenário. Na verdade, os portuenses não tinham acesso a ele, porque era uma zona de armazéns que não estava ativa. A ideia é revitalizar toda esta área, juntamente com a Rua do Loureiro, é devolver esta zona aos portuenses. Juntamente com a estação de São Bento que todos nós conhecemos e que é um local icónico da nossa cidade, este é um projeto da autoria de Eduardo Souto de Moura e é algo que nos orgulha muito”, continua.
Quanto à torre, Inês Santos Almeida garante que este é “o elemento mais emblemático do projeto”. Entre a loja A Vida Portuguesa e a sala de prova, “que é uma representação dos vinhos do Douro e de toda a região” e onde se “podem fazer workshops e provas de vinho”, há “um palco a meio”, onde pretendem “trazer toda a vertente cultural que o Time Out Market de alguma forma quer trazer à cidade”, assim como na praça exterior.
4 pratos que tem mesmo de provar no Time Out Market do Porto
1. Ovos rotos de camarão, Rui Paula
De certo que já ouviu falar em ovos rotos com presunto, mas e com camarão? Esta é uma das propostas do chef Rui Paula e custa 15€. O prato é servido com camarões com um tamanho bastante razoável, batatas fritas crocantes cortadas aos cubos pequenos e um ovo com a gema mal cozida, de forma a misturar todos os ingredientes.
Também pode optar por brioche de lagosta (14€), salada de polvo (13€), sopa de cebola e morcela (8€), brioche de bife de tártaro (13€) e robalo, quinoa e molho de lagostim (15€) para entradas. No que toca ao peixe, há bacalhau com grão-de-bico (17€), polvo com texturas de batata doce (18€) e corvina com linguini nero e amêijoa (17€), e pratos de carne como vitela com puré trufado e cogumelos (18€), rosbife com esparregado e molho de pimentas (16€) e arroz de pato (16€).
Além disso, há um prato vegetariano, tagliatelle com espinafres e molho de três queijos (12€), e não podem faltar as sobremesas, com propostas como creme brûlée de chocolate branco e framboesa (6€) e snickers com amendoim (6€).
“Para mim, a melhor cidade do mundo é o Porto, a cidade onde eu nasci. Faz sentido haver uma comida que chega a muita gente. Estou muito contente. É um mercado que faz falta à cidade e acho que o Porto merece”, começou por dizer o chef Rui Paula aos jornalistas.
“Eu sou apelidado de ter preços caros e, aqui, podem comer muito mais barato. Mas há uma premissa muito importante: não é por ser barato que não tem que ser bom. Eu sou daqueles que defende o conceito de 10€ tem de ser bom e o conceito de 300€ por pessoa tem de ser bom. Aqui escolhemos pratos que vão ao encontro do que as pessoas querem, que é um preço justo, comida tradicional, mas comida boa”, continuou, acrescentando que o Time Out Market do Porto “está muito mais bonito do que o de Lisboa”.
2. Arroz de marisco, Meia-Nau
Com uma montra cheia de peixe e marisco fresco, só podia sair um prato delicioso. O arroz de marisco (16,50€) é um dos pratos principais do Meia-Nau, do chef Ivo Ferreira, e conquistou-nos com o aspeto e o sabor. Recheado de camarão, não faltam as amêijoas e o mexilhão para complementar o arroz envolvido no caldo repleto de sabor.
De entradas, pode optar por ostras (3€), amêijoas à Bulhão Pato (16,50€), mexilhões Meia Nau (10,50€), lulas salteadas (12€), petingas (9,50€), salada de polvo (10€), croquetes de camarão (8€), sopa de peixe (6,50€), gambas (55€ ao quilo), tigres grelhados (95€ ao quilo), gambas ao alho (14€) e prato de gambas com 200 gramas (11€).
Ao arroz de marisco, junta-se feijoada de lulas e gambas (17,50€), polvo à lagareiro (17,50€), prego no pão (10€), robalo grelhado com legumes (18,50€) e dourada grelhada com legumes (18,50€) como propostas de pratos principais. Como sobremesas, há baba de camelo (5,50€) e leite creme (5€).
O Meia-Nau é “uma casa especializada em peixe grelhado e mariscos”. “Aqui a oferta não vai ser muita, mas tentámos trazer o melhor do que sabemos fazer para o mercado”, disse o chef Ivo Ferreira, acrescentando que nunca teriam “dado este passo se não acreditassem no projeto”. “Acho que vai ser, sem dúvida, um sucesso, até porque os produtos que já percebi que estão no mercado são muito bons”, referiu.
3. Sanduíche de leitão, Ricardo Costa
A sanduíche de leitão (15€) de Ricardo Costa, com a crocância da pele em cada dentada e apresentada numa tábua com uma tigela com batatas fritas e rodelas de laranja, foi mais uma entrada que nos deliciou.
Neste espaço, pode encontrar também como entradas croquete de arroz de pato (3€), canja de bacalhau (8€) e bola de Berlim (8€). Já os pratos principais são salada de atum (12€), arroz caldoso de cogumelos (14€), tripas à moda de Gaia (16€) e bochecha de porco bísaro (16€).
Além disso, o chef do restaurante do The Yeatman tem bem evidente na sua cozinha quais são os seus quatro best-sellers: “clássico da bairrada” com sanduíche de leitão, um copo de espumante e café (17€), “da terra e do mar” com croquete de pato, salada de atum, bebida e café (23€), “sinfonia de sabores” cm arroz caldoso de cogumelos, bolo do dia, bebida e café (21€) e “combinação perfeita” com tripa de chocolate especial e um copo de vinho do Porto (10€).
4. Tripa de chocolate especial, Ricardo Costa
Além da sanduíche de leitão, o chef Ricardo Costa também apresentou uma sobremesa de se comer e chorar por mais. Trata-se da tripa de chocolate especial (6€), em que a massa se assemelha à de um crepe e que está recheada com chocolate. Contudo, esse recheio tem uma crocância que nos faz querer comer mais e mais. Por fim, a tripa é polvilhada com canela, que também dá um toque diferente e especial ao prato.
Além desta, há também bolo de café, gelado de ovos moles e bolo do dia como opções de sobremesas, todas com um valor de 6€.
“Temos a expectativa de ter um público absolutamente diferente. Estamos no centro do Porto, onde tem toda a parte do turismo. Preparámos o menu também em função disso, temos um púbico mais jovem, preparámos uma cozinha talvez um pouco mais divertida e não tão cara, uma coisa acessível, e também que seja atrativa para os portuenses e para todos os portugueses que irão por aqui passar”, afirmou o chef Ricardo Costa aos jornalistas.
Como a Time Out é “uma referência bastante importante”, estando no Porto, e Ricardo Costa tendo feito toda a sua carreira no norte, o chef quis fazer parte deste projeto. “Acho que isto tem todas as características para atrair os portugueses. Eu, como cliente, estou-me a ver a chegar aqui num fim de semana com a família e poder escolher o que me apetecer comer, tenho tanta oferta, e estou ao lado do comboio”, garante, destacando “as dimensões que as cozinhas têm” como o maior desafio desta aventura.