O exercício físico e a alimentação saudável andam, cada vez mais, de mãos dadas e são conceitos intrínsecamente ligados. É dessa relação que surge o Mogno, o novo restaurante de cozinha saudável onde só entram produtos locais e a mão de Joseph Viegas, de 31 anos, responsável do novo projeto.

"Sempre pratiquei desporto, tenho bastante cuidado com a alimentação, com a qualidade do que como. Sempre achei que, aqui no Algarve, tínhamos ainda pouca oferta de comida saudável e pouco processada", conta à MAGG Joseph, que desde muito novo faz desporto de competição e encontrava na Califórnia — onde nasceu, embora os pais tenham raízes portuguesas — várias alternativas adequadas aos seus objetivos. Contudo, após vir para Portugal há vários anos, percebeu que havia uma lacuna na oferta.

Atualmente, Joseph pratica crossfit de competição e tem até um ginásio próprio, o CrossFit Olhão, o que é só por si uma boa demonstração do impacto dos pratos que preparou para a carta do Mogno na construção de um corpo saudável. Contudo, o desportista oferece um menu com comida adaptada a cada objetivo, embora o principal, seja só um: o sabor.

Joseph Viegas
Joseph Viegas créditos: instagram

Local, saudável e autêntico

Além dos pratos estéticos e instagramáveis servidos à mesa, Joseph Viegas garante que aqui só se serve saúde: "É um restaurante saudável, sem fundamentalismos, ou seja, sem estarmos ligados apenas a uma dieta, e conseguimos ter o máximo de qualidade dos produtos, como o peixe da nossa costa, legumes do mercado. Tentamos apoiar ao máximo possível o comércio local", refere o responsável pelo espaço, que tem mais dois restaurantes em Olhão: o El Torito, um mexicano, e o Barra Prime, uma Steakhouse de marisco e comida tradicional.

Até aqui tudo certo — comida saudável que liga com as tostas de abacate e pecados que nem o chegam a ser, como as batatas "fritas" no forno —, mas, afinal, porque é que é Mogno que dá nome a este conceito? "O Mogno é igual tanto em português, espanhol, como em inglês, e ao mesmo tempo procurámos explicar em apenas uma palavra o sentido do nosso restaurante", conta Joseph. No fundo, mogno é uma árvore robusta da Amazónia, que de tão procurada para várias construções, como móveis, começou a escassear ao ponto de em 2001 o Brasil impor mesmo uma moratória ao abate do mogno-brasileiro.

Da mesma forma que o mogno é definido como a jóia da coroa da Amazónia e deve ser protegido, o Mogno de Olhão quer também proteger a sua árvore, bem como o mundo. "Estamos a tentar tudo. Desde usar apenas materiais recicláveis no restaurante, tentar usar produtos ecológicos, tentamos dar o nosso máximo. É muito difícil a nível de empresa, mas é um processo que para o pouco tempo de casa que temos está a correr bem e esperamos no futuro ser ainda mais sustentáveis", revela o proprietário.

Com um nome de árvore, a decoração também só podia representar a natureza. A comida saudável é assim servida à mesa do restaurante, embora mais pareça um piquenique no meio da Amazónia (neste caso, a Amazónia de Olhão).

Lá porque é saudável, não se entusiasme com a dose

A carta foi inspirada nas viagens que Joseph já fez pelo mundo, bem como no que queria oferecer: "Tentar ter uma dieta boa para celíacos, pessoas que não possam comer glúten, mas também para outras que queriam só comer 'limpo' ou que queriam comer carne, mas que seja de pasto ou do campo. Tentar fazer uma carta que dê para todas as dietas", diz o proprietário.

É nesta flexibilidade que se encaixam coisas como o chocolate ou as batatas fritas. "O chocolate que usamos é feito por nós, com 80% de cacau e a Nutella também somos nós que fazemos, sem açúcar processado. A nossa batata é cortada e colocamos no forno", diz Joseph, não deixando margem para dúvidas de que o conceito do novo espaço não engana.

Quem passa pelo novo restaurante, que abriu portas em 24 de julho, pode então encontrar panquecas com manteiga de amendoim 100% caseira e biológica, banana, amendoins e lascas de chocolate (5,50€), bowls como a de banana, espinafres, kiwi, maçã verde e sementes de linhaça (4,40€), e, ainda nas opções para um bom pequeno-almoço, tem ovos Benedict (6,20€).

Já à refeição, pode começar com um dos baos, e seguir para algo mais composto: pode optar pela sandes da horta com pão de fermentação lenta, pasta de manjericão, legumes e lâminas de queijo de cabra ou vegan (4,80€), a poké de tofu com bróculos (7,80€), ou lâminas de novilho de pasto com coração de alface grelhado e pickles caseiros (10,90€). Além do menu, há também sugestões do dia, mas sem hora, porque qualquer opção do menu pode ser consumida ao almoço, jantar, ou em take-away.

Mas sítio que se quer para comer e postar no Instagram, não podia deixar o brunch de fora. Este é feito à carta, mas com a novas opções outono/inverno prestes a entrar no menu, está planeado também entrar um menu de brunch composto por três elementos, com opções vegan.

"A nossa especialidade é mesmo cozinhar com amor. Como estamos abertos de manhã à noite, é como se tivéssemos especialidades a cada hora", sendo que o brunch é o rei da manhã, claro.

Mogno

Localização: Av. 5 de Outubro, nº160, ​8007-304 Olhão
Horário: De quarta a segunda-feira das 9h às 23h
Contacto: 289 705 269/ geral@mogno.pt
Redes Sociais: Facebook/Instagram

Sendo tudo saudável, não tem como se queixar de engordar, a não ser que... "Pode haver pecado no excesso de consumo, caso achem tão delicioso que em vez de comerem uma panqueca, comam duas", brinca Joseph.