3 restaurantes intimistas onde o chef cozinha só para si

Marta Cerqueira

29 jul 2018 08:58

Este artigo tem mais de 6 anos

Em Lisboa, Porto e Grândola, há restaurantes onde o chef trabalha em exclusivo para grupos pequenos.

Neste momento, podemos dizer com segurança que existem em Portugal restaurantes que respondem a todas as necessidades. Há opções para quem quer jantar em grupo ou para quem prefere um encontro a dois. Há ainda espaços para vegetarianos, para os amantes de carne e para quem não dispensa o marisco. E se quisermos viajar pelo mundo, são poucos os países que ainda não estão representados na oferta gastronómica de, pelo menos, Lisboa e Porto.

E como num mundo em constante evolução como é o da comida, no qual há sempre espaço para lançar novas ideias, nada como apostar na diferença. É o caso dos restaurantes com um conceito que, de tão intimista, quase que dão a sensação de casa, mas três níveis acima. E dizemos três níveis porque: um, não temos que nos preocupar com o menu, porque, à partida, está pré-definido; dois, estamos numa sala privada ou num restaurante com lugares limitados que podem muitas vezes ser preenchidos por um grupo organizado por si; três, e talvez o mais importante, tem o chef a trabalhar só para si, muitas vezes com apenas a um balcão de distância.

Ainda não são muitos os restaurantes com este conceito em Portugal, mas a MAGG reuniu três opções, em Lisboa, Porto e Grândola, onde pode ir com a segurança de que não vai ter que disputar lugar nem levar com o barulho das conversas — e do bater de talheres — alheios.

Kanazawa

No Kanazawa só há lugar para oito pessoas e os menus, que passaram a mudar todos os meses desde que o chef português Paulo Morais assumiu as rédeas da cozinha, vão dos 60 aos 150€. A garantia? Produtos frescos, conversa com o chef e comida japonesa que vai muito para além do sushi.

Herdou o restaurante em 2017, quando o chef Tomo, criador do conceito, rumou a Oriente e lhe deixou em mãos o mais exclusivo dos restaurantes japoneses do país. E é agora, na sala do Kanazawa, que mostra que sushi não são banhos de soja nem toppings de queijo creme e morangos.

Apesar de estarem abertos apenas ao jantar, a preparação do menu começa logo de manhã, momento do dia que dedica a comprar o peixe mais fresco, selecionar os citrinos, cozer o arroz e escolher as especiarias que melhor funcionam para um menu que se quer de luxo.

Morada: Rua Damião de Góis 3, Lisboa
Horário: 19h30-23h

Food Circle

Parece uma casinha no meio da floresta, mesmo que não seja uma casa nem fique numa floresta. É, na verdade, um restaurante por entre os pinheiros mansos do Sublime Comporta e apresenta uma proposta bastante original.

Aqui, à volta do balcão do Food Circle, há lugar para apenas 12 pessoas que queiram viver uma experiência gastronómica única, a poucos centímetros do chef Tiago Santos, que nessa noite se dedica em exclusivo à preparação do menu apresentado neste restaurante.

O jantar é (quase) todo ele apenas à luz da fogueira num ambiente despretensioso, o que leva à partilha de conversas entre o chef e quem se senta ao balcão, seja um grupo de amigos ou pessoas totalmente desconhecidas.

O menu é diferente todos os dias e é baseado na criatividade do chef e naquilo que o jardim biológico dá, na certeza de que os vegetais, especiarias e as flores comestíveis usadas na confeção dos pratos é de lá que chegam. A carne vem de fornecedores locais, o peixe é pescado por pescadores locais e toda a experiência é acompanhada por música portuguesa e um bom vinho.

Para que a experiência se realize é preciso juntar um grupo de, no mínimo, seis pessoas e, no máximo, doze. A reserva deve ser feita com pelo menos 24 horas de antecedência e toda a experiência custa 145€ por pessoa com harmonização de vinhos (todos portugueses).

Morada: EN 261-1 Muda, Grândola
Horário: terça a sábado as 20h30 às 23h

Ikeda

O Ikeda nasce em julho de 2017 com a promessa de ser uma extensão do Japão no Porto. Não espere por isso que por aqui só passe sushi, a gastronomia japonesa é muito mais do que isso.

A comida aqui é do mais genuíno que se pode pedir e todo o restaurante tem, além de peixe de qualidade servido de forma original, um ambiente intimista. Há mesmo uma sala privada, onde o jantar é servido por um sushiman exclusivo. A Minka — nome que designa as casas tradicionais japonesas — tem capacidade para, no máximo, dez pessoas e, para usufruírem nesta experiência, os participantes são convidados, em primeiro lugar, a descalçar-se, tudo de acordo com a cultura japonesa, e a sentar-se numa mesa baixa, num ambiente propício à partilha.

O menu e feito pelo sushiman que está presente na sala e, se quiser tornar a experiência ainda mais especial, pode ainda escolher a música que passa durante todo o jantar.

Os grupos podem optar por um menu pré-definido e divulgado previamente, com um valor de 85€ por pessoa, ou por um menu da inspiração exclusiva do sushiman preparado no momento, com um valor de 100€ por pessoa (as duas opções excluem as bebidas).