A primeira vez que experimentámos os sabores do Kampo estávamos bem longe da sua "casa". Corria o ano de 2019 quando o chef Júlio Pereira viajou do Funchal até Lisboa para trazer a espetada madeirense do seu, à época, recém-inaugurado restaurante para participar no evento gastronómico das Mesas Bohemia — e desde aí que a vontade de provar tudo e mais alguma coisa neste espaço ficou na nossa lista de afazeres prazerosos.
Foram precisos três anos e uma pandemia pelo meio para finalmente conhecermos o Kampo em todo o seu esplendor. E apesar de existir muita coisa na carta para fazer nascer em si a vontade de fazer as malas e apanhar um avião até ao Funchal (a não ser que seja natural da Madeira e tenha a sorte de estar bastante mais perto, claro está), há um prato em especial que chama todas as atenções: a bola de Berlim.
Não, não endoidecemos, não estamos a falar de sobremesas e muito menos de cremes de ovo. No Kampo, o chef Júlio Pereira recheia este tradicional bolo de verão com farinheira e cogumelos (11,50€), uma das entradas que tem mesmo de pedir no restaurante madeirense.
Mas há mais: igualmente incontornáveis são o corneto de atum (10,50€), o tártaro de novilho e cogumelos (11€) e o ravioli de rabo de boi com mousse de foie gras e trufa (12€).
Nos pratos principais, o destaque vai para a carne, a alma do Kampo e que dificilmente escapa à vista de quem sobe até ao primeiro andar do espaço e se depara com as arcas de refrigeração, onde as várias carnes maturadas estão bem visíveis e identificadas para que possa escolher o que quer ter no prato.
Há bife waygu (42€), t-bone maturado (65€/1000gr), chuletón maturado (55€/850gr) e bife da vazia maturado (24€/300gr), sem esquecer um prato de conforto como arroz de pato com perna confitada do mesmo (48€), uma dose indicada para duas pessoas.
No que diz respeito ao peixe — e embora o chef Júlio Pereira tenha um segundo espaço inteiramente dedicado a esta iguaria, o Akua —, pode escolher entre o arroz negro com polvo e camarão (19,50€) e peixe do mercado com arroz de algas e molho de carabineiro (20,50€).
Nem pense em arredar pé sem terminar a refeição com o chocolate negro, caramelo e tangerina (8,90€), uma sobremesa que apresenta três texturas de confeção e um sabor que ainda temos na memória.
Dica de amigo: se marcar mesa no Kampo, escolha ficar no primeiro piso e sentar-se ao balcão. Este rodeia a cozinha aberta e pode ver a mestria dos chefs a preparar a comida, o que é metade do gozo de comer neste restaurante. E, com sorte, ainda saca dicas de mestre ao staff para o ajudar a escolher o vinho.