Ir à internet, escrever "Booking" no motor de busca, escolher o hotel, marcar e já está. Tem como garantida uma noite, com a certeza — se assim o entender — de ter à sua espera várias almofadas em cima da cama, champôs em miniatura e um pequeno-almoço com ovos mexidos.
No Esqina Cosmopolitan Lodge terá isso tudo, mas saiba que ao clicar em "Reservar" não está a garantir apenas uma noite de sono numa cama confortável. Neste hotel de janelas abertas para a Baixa de Lisboa, há muito para explorar. Aqui tanto pode ir para jantar, como para ver uma exposição ou fazer uma aula de ioga.
Mas comecemos pela receção que, logo aí, marca a diferença. O hotel dá as boas-vindas aos hóspedes num balcão de bar, onde são servidos cocktails de autor. Não esquecendo os clássicos pisco sour (11€), mojito (9€) ou margarita (9€), pode escolher entre os mais arrojados, divididos por cores. O Pink (18€) leva Martini, morango e espumante, o Green (9€) é feito com gin e endro e o White (11€) é feito com whisky, coco e sésamo.
Pode apreciar a bebida logo ali ou subir até ao terraço com vista para Lisboa. Se tiver a sorte de ir a uma quinta-feira de outubro, saiba que das 18 às 19 horas, são oferecidos aperitivos a todos os clientes com copo na mão, quase como que a lançar o isco para que fique para jantar.
No comando da cozinha está o chef argentino Nicolas Lopez, 36 anos, acabado de aterrar em Lisboa, mas já fascinado por tudo o que temos por cá. "O vosso peixe é o melhor do mundo", garante. E é por isso que a carta, ainda que curta, conta com marisco, peixe que muda consoante o que o mercado tem de mais fresco, e também fruta, muita fruta.
"Adoro misturar sabores e usar fruta nos meus pratos. Se pensarmos bem, é ela que dita a mudança da estação", diz à MAGG. E a queimar os últimos cartuchos do verão, eis que chega a primeira entrada: salada de melancia com ervas aromáticas e azeite (9,50€), uma espécie de jardim no prato. Ainda de entrada há presunto de porco ibérico (8€), ostras (8€), tártaro de cordeiro 811€), salada de tomate com queijo de cabra, pêssego e manjericão (10€), e um prato com sabor a Portugal: sardinhas com melão, agrião e pimento vermelho (8,50€).
Ainda que só esteja cá há dois meses, o chef já sabe onde vai quando quer conhecer a cozinha portuguesa do antigamente. "A Taberna Sal Grosso, sem dúvida". Já para uma comida portuguesa mais contemporânea, elege o Prado. No Esqina, não tem como ambição imediata dominar uma cozinha que não é a sua, mas faz questão de usar o que há de mais próximo, e sempre da época. É por isso que, ainda que lhe apresentemos os pratos que tivemos oportunidade de provar, não quer dizer que os encontre se lá for daqui a dois dias.
Mas numa de carpe diem, dizemos-lhe que os pratos principais de agora são o peixe do dia com puré de aipo e radicchio (18€), carabineiro com kimchi, shiso e molho de alho branco (22€) e ainda bife de novilho com puré de topinambur e kale (22€).
Para sobremesa, voltamos a fazer três em linha: mousse de chocolate com amêndoas, tarte de mascarpone com fruta e flã de doce de leite com natas (todas a 6€).
A partir de 14 de outubro, o restaurante, que até aqui funcionava apenas para jantares, passa a abrir ao almoço, com um menu fixo de salada ou sopa, prato principal, bebida, sobremesa e café por 15€.
Ainda antes disso, também o pequeno-almoço deixa de ser um exclusivo dos hóspedes. Com uma carta própria, qualquer pessoa pode vir até à Baixa da cidade se a ideia for começar o dia com panquecas (6€), iogurte (7€) tosta de abacate (10€), queijos e enchidos (8€) ou ovos (5€), que pode pedir a seu gosto: mexidos, estrelados, Benedict ou omelete.
Um hotel aberto aos lisboetas
Para comer, está visto que é lugar seguro. Mas e para dormir? É que não podemos esquecer que o Esqina é, acima de tudo, um hotel.
Pelo edifício espalham-se 35 quartos, todos decorados com mobiliário e acessórios da marca portuguesa UTIL, como prova do esforço que o hotel faz para dar a conhecer tudo o que há de bom na arte nacional.
É que por muito que o hotel queira que os hóspedes conheçam Lisboa, o objetivo é fazer com os lisboetas entrem no hotel, mesmo que não seja para dormir. E, para isso, a oferta é vasta.
Se em setembro houve tertúlias sobre música e aulas de ioga, para outubro estão previstas uma exposição de arte com curadoria de Pedro Batista e várias noites com direito a DJ, cocktails e aperitivos.
Também por cá vão haver aulas de culinária, oficinas de artes, exibições de filmes, leitura de poesia e residências artísticas. A primeira começa no dia 18 de novembro e decorre até 5 de dezembro, e conta com os artistas André Costa e Guillermo Mora. A exposição inaugura-se a 5 de dezembro e permanecerá até ao dia 21.