Desde 28 de novembro que quem passa na zona dos Anjos, em Lisboa, repara numa fachada cor-de-rosa, com um sonante título em néon em cima da porta. A Jezzus Pizzaria abriu de forma discreta, em novembro de 2022, mas agora deixa o soft-opening para trás e quer ser um local de referência na cidade para quem procura uma pizza deliciosa, com uma boa receita de massa-mãe.
Mas nada foi deixado ao acaso, a começar no nome do espaço, que não é apenas uma referência ao nome da família, mas também às interjeições proferidas quando algo de bom acontece. “Queríamos criar uma pizza que fosse realmente boa, que fosse divinal, digamos assim. Muitas vezes, quando temos uma grande experiência, usamos expressões e associamos a algo divino, transcendental como 'oh, meu deus'”, explicou à MAGG Tiago Jesus, sócio-gerente do grupo Alfredo Jesus.
"Inserido no novo bairro alternativo de Lisboa", o espaço tem uma atmosfera completamente cor de rosa, e desde as caixas das pizzas à decoração, é essa a cor que prevalece. O ambiente "descontraído e super bem disposto", como Tiago Jesus o descreve, remete para o pop dos anos 80 e 90, muito graças aos néons pendurados nas paredes e no topo da fachada do prédio que diz "pizza saves" (a pizza salva).
Para entradas, aquilo que é obrigatório experimentar na Jezzus são os rotolinos, rolinhos de massa de pizza com diferentes recheios (8€ por quatro unidades), como o calabresa, queijo azul e caprese.
No menu há 14 pizzas diferentes. A que mais se tem destacado, segundo o proprietário, é a pizza Bulhão Pato (16€), inspirada no prato tradicional português amêijoas. A base da pizza é um creme de vinho branco, coentros e azeite ao qual se adiciona mozzarella fior di latte, amêijoa, pecorino, pesto de coentros e raspa de limão.
Mas nem só de extravagâncias se compõem o menu, e há pizzas mais simples para aqueles que não gostam tanto de arriscar, como a clássica margherita (11€) ou a puttanesca (13€).
Tal como Tiago Jesus explicou à MAGG, o primeiro passo foi encontrar uma farinha "que fosse saborosa e que soubesse a pão", e este é um dos três pilares sobre os quais a pizzaria assenta. Acabaram por eleger as farinhas de moleiro Paulino Horta, da zona oeste.
“Não são industriais, são farinhas super tradicionais, moídas em mós de pedra”, explicou. A equipa trabalha com 100% massa-mãe, fermentada diariamente de forma natural, em períodos de 48 a 72 horas, "e é esse fermento que vai dar um sabor característico à massa”, refere o sócio-gerente e um dos responsáveis do restaurante.
Este período alargado de fermentação “faz com que o resultado final seja uma pizza muito mais leve, muito mais saborosa". "Durante esse tempo, o que aconteceu ali foi uma degradação do glúten, o que faz com que seja uma pizza altamente digerível”, esclareceu Tiago.
Outro pilar fundamental do negócio diz respeito aos produtores com quem trabalham. "Durante este período [um ano e meio até abrirem o espaço] andámos a viajar muito, a conhecer pequenos produtores e todo o processo por que passam os produtos", referiu. Andaram pelo Algarve, Alentejo, e pela zona de Lisboa à procura dos melhores produtos e produtores. O queijo azul utilizado na pizza 5 queijos (14€) é único em Portugal.
Ao nível da charcutaria, trabalham com dois pequenos produtores do Alentejo que criam o porco preto alentejano com que fazem a holy guanciale (13€) e a judas dos Açores (16€). Esta última é aquela que mantém a controvérsia nos Anjos. A pizza é composta por um creme de ananás dos Açores assado no forno, chouriço de porco preto alentejano, mozarella fior di latte, parmesão de 24 meses e broto/pesto de coentros.
Os vegetarianos e veganos não precisam de evitar uma visita à Jezzus, já que também há opções especiais no menu (e não, não é só a Margherita). A funghi mio (14€), a oh pear (13€), a mother of jezzus e a já mencionada 5 queijos são aptas para vegetarianos. A for vegan's sake (16€) é uma pizza totalmente vegana com base de creme de beterraba e tofu e legumes grelhados, legumes estes que são, "sempre que possível, orgânicos", referiu Tiago Jesus.
“A nossa ideia é trabalhar sempre com produtos de estação, ir acompanhando tudo o que é hortícolas, legumes e ter sempre uma pizza que acompanhe as estações”. Neste momento há uma pizza de estação, a abóbora made in oven (15€) , com um creme de abóbora assada no forno como base, mozzarella fior di latte, chouriço de porco preto alentejano, pecorino, sementes de abóbora e salsa.
Para sobremesa, há quatro opções: tarte de queijo no forno com calda de goiabada (5€), pudim abade de Priscos (6,50€), cookie de chocolate assada no forno com gelado de baunilha (5,50€) ou apenas um cálice de gelado (3€ se escolher um sabor ou 5€ se escolher dois).
A pizzaria está aberta todos os dias, à exceção de segunda-feira, das 12 horas à meia-noite.