Quando abriu portas pela primeira vez, em outubro de 2019, seria impossível prever que o Boato, o restaurante do chef Manel Perestrelo — também responsável pela cozinha do Qura, em Campo de Ourique —,  fecharia pouco depois. É que, à meia-noite de 1 de janeiro de 2020, ninguém pensava que a verdadeira passagem do novo ano seria um vírus que mudaria por completo a nossa forma de viver.

Tal como muitos outros restaurantes, o Boato fechou no início do confinamento, mas aproveitou os meses de paragem para se renovar a vários níveis. Agora, passado um ano da sua abertura original, volta a receber clientes com uma nova decoração, esplanada ampliada e muitas mudanças na carta, com uma forte inspiração no melhor peixe e marisco nacional.

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"Desde sempre que defendo que Portugal tem o melhor peixe e marisco do mundo. Gosto bastante de trabalhar os produtos do mar", diz o chef Manel Perestrelo à MAGG, que classifica a nova carta como "eclética e nada tradicional". "Há pratos variados e para todos os gostos, desde quinoto de vieiras e tacos, ao camarão ao alhinho e peixinhos da horta negros."

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Há muito para provar na nova carta, que manteve o quinoto de vieiras da antiga oferta, por ser um dos pratos mais pedidos.

Mas desengane-se quem pensa que, devido ao amor do chef pelo mar, este é apenas mais um restaurante de peixe. "Precisava de abanar a oferta e arriscar com pratos mais irreverentes e combinações improváveis que encaixam na perfeição do sabor", salienta Manel Perestrelo. "Queria um espaço trendy e diferente do que o mercado oferece. As pessoas vêm pelos pratos, mas também pelo ambiente informal e pelas bebidas para um convívio animado."

Morada: Rua Rodrigues Sampaio 18, Lisboa
Telefone: 914 535 590
Horário: 12h30 - 23h (fecha ao domingo, e está aberto apenas entre as 12h30 e as 15h às segundas-feiras e terças-feiras)

Apesar de não gostar de rotular o Boato com um conceito, o chef assume que este é um restaurante "com foco nos produtos do mar, com pratos modernos e cheios de sabor". E mesmo tendo alguma dificuldade em escolher um prato favorito da carta, Manel Perestrelo rende-se ao quinoto de vieiras e pêra (16€). "É um prato que mantive da carta antiga e que já é um best-seller com tão poucos dias de abertura", revela.

Mas há muito para provar neste Boato. Nas entradas, destacam-se os peixinhos da horta negros (10€),  os crepes do mar (11€), os spicy tuna tacos (12€) ou ainda a quesadilla de sapateira (10€), entre outras opções. Pode também experimentar pratos do Fish Bar, como o ceviche (12€), as ostras (2,50€ a unidade) ou a tosta de sashimi de salmão (9€), ou preferir algo ainda mais consistente como o bife do lombo em molho tradicional (18€) ou o entrecôte maturado (32€ para duas pessoas).

E há um convidado de peso nesta carta, que viaja de Campo de Ourique até à Avenida da Liberdade. Falamos do famoso prego do Qura (9€), que tinha de marcar presença neste Boato. "Um bom restaurante de peixe e marisco tem sempre um bom prego. O do Qura já tem a sua fama e faz sentido criar esse elo de ligação, podendo dar a oportunidade aos nossos clientes de provarem pratos que já conhecem, neste novo Boato", explica o chef Manel Perestrelo.

Para terminar, não resistimos à questão: porquê o nome Boato? "A palavra boato significa barco num dialecto de há mais de 10 mil anos. A ligação com o mar e barcos é imediata, e também porque a palavra permite que se crie um 'boato' à volta do restaurante", esclarece o chef.

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A esplanada tem 24 lugares e foi alargada depois do confinamento.

O Boato fica perto da Avenida da Liberdade, mais concretamente na Rua Rodrigues Sampaio, em Lisboa. Tem 60 lugares na sala, sete ao balcão e uns extra 24 na esplanada renovada e alargada.