Hoje em dia, qualquer talho tem picanha, encontra maminha grelhada em muitos menus de almoço e o que não faltam são rodízios brasileiros pela cidade. Mas se há uns 20 anos — mais ou menos na mesma altura que o Chimarrão era visto como um restaurante caro e até tinha um espaço magnífico em Monsanto, nos Montes Claros — a palavra rodízio era sinónimo de boa carne e no ponto, a banalização deste tipo de restaurantes fez com que a quantidade de espaços aumentasse, e a qualidade fosse no sentido contrário.
Mas há esperança, e o nome é Fogão Gaúcho. O grupo de restaurantes, com três espaços na zona da Grande Lisboa e arredores (Carnaxide, Alverca e Carregado), renovou-nos a esperança nos rodízios e levou-nos a fazer a prova dos nove num espaço amplo, com muito boa carne, staff simpático e caipirinhas de beber e chorar por mais.
O truque? O rodízio premium (23,95€ por pessoa ao jantar), a melhor opção para os verdadeiros apreciadores de carne, que provámos no espaço de Carnaxide, mesmo junto ao acesso da A5. E falamos em truque porque o que não falta nos rodízios brasileiros são carnes mais comuns, sendo que estas são sempre as primeiras a passar na mesa. Ou que atire a primeira pedra quem foi pela picanha e mal a tenha provado depois das coxas de frango e do presunto.
É verdade que também pode pedir o rodízio tradicional, com os cortes mais comuns como picanha e maminha (19,95€ por pessoa ao jantar), mas vá por nós, e arrisque no premium.
Ainda estamos a pensar "naquela" costela gaúcha e nas várias (sim, várias) picanhas
Em relação ao rodízio tradicional, o premium tem menos carnes no menu. O que é claramente um pró, dado que todas as idas à mesa do simpático staff com espetos e travessas são feitas dos melhores cortes. Ora atente: há picanha, costela gaúcha, cupim, alcatra, picanha nobre, picanha black angus, picanha de vitelão, maminha, ribeye e abacaxi.
E sendo mesmo muito difícil eleger preferidos, a picanha nobre e a black angus, bem como a costela gaúcha, ganharam o nosso estômago e coração. Os dois primeiros cortes, de uma suculência que só eles, têm o equilíbrio perfeito entre gordura e sabor, e só pedem que os acompanhe com muito feijão e com arroz com doses generosas de farofa.
Já em relação à costela, que chega à mesa numa só peça com osso e é cortada à nossa frente, a camada generosa de gordura (que consegue descartar facilmente, se preferir) oferece um sabor ótimo à carne, que se desfaz ao primeiro corte e é tão tenra que mal precisamos de mastigar. Por favor, alguém me leve de volta para o Fogão Gaúcho.
No menu premium, bem como no tradicional, está também incluído o acesso ao buffet, onde pode encontrar dezenas de entradas, dos enchidos aos queijos, sem esquecer o maravilhoso pão de queijo e mini coxinhas de frango, bem como vários acompanhamentos como couve mineira, arroz branco, feijão preto, batata frita, farofa, banana frita e muito mais.
Também existem pratos quentes, do peixe assado às coxinhas de frango e maminha grelhada, entre outros, tanto que pode optar apenas por ter acesso ao buffet (10,95€ por pessoa).
Para acompanhar tudo isto, há dezenas de referências de vinho, sangria e cocktails, mas rodízio brasileiro não se faz sem caipirinha. Opte pela tradicional (5,90€) e acredite que não vai querer parar na primeira.