Durante anos, João Francisco Duarte foi o homem forte do Soão, em Alvalade, e foi nesse restaurante que fidelizou clientes e colocou meia Lisboa rendida aos seus talentos atrás de um balcão a trabalhar o peixe. Não foi então de admirar quando o chef deu o salto para um espaço à sua medida em março deste ano, que veio acrescentar ainda mais valor à Rua de São Paulo, onde, nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais projetos gastronómicos.

Mas de onde é que vem a ideia do Kureiji Izakaya? "Surgiu em conversa com o Diogo Esteves. A ideia era nós querermos criar um espaço em que as pessoas viessem e se sentissem como se estivessem no Japão, pelo menos um bocadinho, os cheiros, os sabores. Que conseguissem aproveitar a boa música, com uma boa carta de cocktails e vinhos e, claro, com boa comida, mas num espaço descontraído", explica João Francisco Duarte à MAGG.

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Com quase seis meses de existência, o sucesso e adesão dos clientes é a prova de que este é um projeto vencedor, onde a tranquilidade (mas também o rigor) é a palavra de ordem, com uma forte ligação entre a equipa do restaurante e quem os visita. "O foco é no produto, mas na relação com os clientes também. Como temos esta cozinha aberta, aproveitamos também para ter essa proximidade", diz o chef.

Kureiji Izakaya
Kureiji Izakaya O chef do restaurante, João Francisco Duarte

Para essa relação cúmplice contribui também o facto de praticamente todos os lugares — 28, para sermos mais precisos — serem ao balcão, a imagem de marca do Kureiji Izakaya, a par da placa LED do samurai, uma foto obrigatória para as redes sociais em qualquer visita ao restaurante. "Sempre tive esta ideia, sempre gostei de trabalhar em balcão", acrescenta João Francisco Duarte.

Mas, afinal, o que é que se come na taberna japonesa com mais pinta da cidade?

"Aqui é só Japão", explica o chef. "O nome do restaurante, Izakaya, a tradução é taberna japonesa. E a taberna japonesa é um conceito que eu gosto muito. Dá para fazer tudo na gastronomia japonesa. Ou seja, tenho desde sashimis, nigiris, tempuras, yakitoris, koshiakis, sobas, arroz frito. Portanto, dá até para criar, dá para fazer coisas assim mais fora da caixa. Mas também não quero perder a identidade japonesa e ser só um sítio para turistas. Aqui as pessoas conseguem provar de tudo, desde sushi tradicional a pratos mais fora da caixa.  Frango, vegetais, camarão e wagyu também."

Kureiji Izakaya
Kureiji Izakaya

Com uma carta fixa e alguns pratos especiais que podem surgir dependendo da sazonalidade dos produtos, o difícil é escolher o que comer no Kureiji Izakaya.

"O foco é no produto, mas na relação com os clientes também. Como temos esta cozinha aberta, aproveitamos também para ter essa proximidade"

Há opções como gyozas, de legumes, frango, camarão e wagyu (entre 7€ e 16€), tempuras (desde 7€), vários yakitoris (espetadinhas japonesas), desde asas de frango, almôndegas, fígado, peito, coxa e coração (a partir de 4€) e entradas como ostras (4€ à unidade) ou tacos (9€) e tártaro de atum (20€), entre outras.

Kureiji Izakaya
Kureiji Izakaya

No entanto, e apesar de termos adorado todas as opções quentes que provámos aquando da nossa visita ao espaço, vamos diretos ao ponto: temos claros favoritos e o sushi de João Francisco Duarte continua a ser aquilo que nos faz bater palminhas de contentamento.

As opções de usuzukuri, uma técnica japonesa de corte de sashimi, onde o peixe é fatiado em lâminas extremamente finas, quase translúcidas, como se fosse um carpaccio, são duas, com escolha entre o de pregado (10€) e lírio (12€). O sashimi original está também disponível na carta, desde o de sarrajao (9€) ao toro (15€), um prato que nos levou ao céu e trouxe, ou não fosse esta parte do atum (barriga) uma das mais nobres.

Em restaurante japonês que se preze não podem faltar os incríveis nigiris — para comer à mão e mal são acabados de montar —, de onde pode escolher os de shu toro (15€), toro (18€), lírio (9€), salmão (8€), carabineiro (18€) ou akami (10€). O nosso conselho? Se conseguir, peça todos.

Para aconchegar ainda mais o estômago, termine a refeição com uma tradicional sando, sendo que no Kureiji Izakaya o destaque vai para as duas opções com carne wagyu. A proveniente do Uruguai custa 20€, enquanto que a de carne A5 do Japão chega aos 45€.

A comida é de dos deuses, mas a bebida não fica atrás

A par do bom ambiente, da música e do foco no produto, a carta de bebidas foi construída ao detalhe para garantir que a experiência no Kureiji Izakaya é a melhor de sempre e onde nenhuma vertente falha. Prova disso é a grande variedade de sakes disponível no restaurante, com opções desde os 9€ ao copo, chegando aos 184€ por uma garrafa de Asahi Karabu.

Para além de soft drinks e cervejas, a carta de cocktails de autor é outro dos chamarizes do espaço (e até vão sendo servidos enquanto os clientes aguardam por uma tão esperada mesa), com propostas como o Expresso Oriente (10€), com sake, vodka e licor de café, ou o Spicy Ninja (13€), com mezcal, manga e soju. Mas o nosso coração pendeu para o fresco Kureji Samurai (13€), com gin, wasabi e yuzo.

Kureiji Izakaya
Kureiji Izakaya

A proposta de vinhos é também muito variada, com dezenas de opções a copo e garrafa, com referências de branco, tinto, rosé e até castas raras. O copo mais económico fica-lhe por 7€, no caso de um rosé do produtor António Maçanita, sendo a garrafa desta referência também a mais barata do restaurante, e custa 22€ (o mesmo vinho em branco e tinto tem um custo de 26€ a garrafa).

Já a opção mais dispendiosa da carta é a garrafa de Crosta Calcária 2023, uma referência de branco de Porto Santo, que chega aos 194€.

Espreite as fotos.

Kureiji Izakaya

Morada: Rua de São Paulo 99, Lisboa
Telefone: 210 507 609
Horário: 17h-00h (encerra uma hora mais tarde à sexta-feira e sábado; fecha à segunda-feira)