Neste restaurante de sushi não há atum, salmão nem peixe-manteiga. Ou qualquer outro tipo de peixe, ou mesmo de animal. Nem existem produtos de origem animal. O Legumi foca-se apenas em sushi vegano, tirando o melhor proveito de frutas, vegetais e temperos.
A primeira casa foi a Alameda, em Lisboa, num pop-up que durou dois meses, em 2018. De seguida, o Legumi mudou-se para o Chiado, a 2 de fevereiro de 2019. A pandemia levou ao fechar das portas, mas este ano, também a 2 de fevereiro, a Madragoa acolheu o novo espaço. "Foi uma benção", acha o dono, Leo Telles.
"O bairro inteiro acolheu-me super bem, são pessoas simples, mas muito boas", descreve, sobre os vizinhos. O responsável pelo Legumi já percebeu que, onde quer que estabeleça o negócio, os clientes fiéis seguem-no. "Tem sido 50/50 entre portugueses e turistas", revelou, à MAGG.
O que levou à criação de um restaurante de sushi vegano?
Além de ser o paraíso dos veganos, que conseguem matar as saudades do sushi, é também uma boa alternativa ao já convencional. "Tem vindo muita gente não vegana por curiosidade", afirma. Mas e quando dizem que "isso não é sushi"? "Eu digo que faço salada em formato de sushi", compara Leo Telles.
Da estaladiça tempura de vegetais e "camarão" (14€) aos hot rolls com tofu defumado por dentro, em tempura, com teriyaki (10€ por oito unidades), este conceito pioneiro em Portugal começou devido a uma menina de cinco anos. Lia, a filha do dono, agora com 9 anos, adorava comer sushi.
Certo dia, quando viu o pai prestes a preparar o peixe, disse: "Quero brincar. Guarda para mim. É meu amigo". Leo explicou-lhe que aquilo era o sushi que ela tanto apreciava e que era "o trabalho do pai", mas a desilusão permaneceu. "Ficou chateada comigo durante 15 dias", recorda o dono do Legumi, a quem a filha pediu para fazer sushi vegano.
Depois de pensar em quantos peixes já havia matado, Leo Telles seguiu o conselho da pequena Lia e ambos viraram veganos. Agora com 38 anos e a residir no Seixal, Leo não quer voltar para o Brasil. Veio para Portugal em 2006 para terminar o curso de Direito, mas, eventualmente, o dinheiro acabou. Um anúncio no jornal que dizia "procura-se sushi maker" traçar-lhe-ia o rumo.
Depois de ter algumas aulas e até ajuda de uma vizinha, aprendeu a fazer sushi, algo que "amava", mas que "era caro". "É isto que eu quero. Ver os clientes a comerem, satisfeitos", pensou, quando começou a servir. E não tardou a começar o seu próprio projeto, que "evoluiu muito", já que "antes era só pepino, manga e abacate".
O que se come no Legumi?
As entradas não fogem muito ao habitual, podendo contar com edamame (6€), salada de algas wakame com especiarias (6€), gyosas de vegetais (7€ por seis unidades), a saborosa sopa de miso (pasta de grãos de soja escalfada com cogumelo shiitake e cubos de tofu, por 3,50€) ou cogumelos shiitake salteados em azeite de sésamo em tempero japonês (7€).
Os makis, que vêm em oito unidades, passam por opções como hot roll de morangos rolo com tofu defumado em tempura e molho teriyaki (10€), maki de arroz com camarão em tempura e topping de salada wakame (12€), maki de laranja com espargos brancos, pepino e teriyaki (8€) ou spicy jack com arroz, rúcula, jaca ("que lembra muito atum"), maionese vegana e kimchi (8€).
Além destas sugestões (e muitas outras do género), é também possível optar por combinados, com 12 peças maki e futomaki (12€) ou com 24 peças maki, futomaki e special rolls (24€), um barco com 46 peças e a maior variedade de peças (40€) ou um menu de degustação com "o melhor do Legumi" (24,90€).
Para beber, há vinhos (cada copo custa 4,50€), cervejas, águas, refrigerantes, bebidas de cafeteria e os chás habituais (3,50€), bem como chás japoneses (jasmin, genmai, oolong e verde, por 4,50€). A sobremesa do dia (que pode ser uma mousse de lima ou de chocolate, um crème brûlée, uma torta de mirtilo ou um petit gâteau, por exemplo) custa 4,90€.
Ananás, laranja, geleia, pimento, cenoura, espargos, alcaparras, jaca, tofu, húmus e feijão são alguns dos ingredientes de que Leo Telles se serve para conceber as peças veganas. "Nunca é a mesma coisa", assegura. O Legumi tem à volta de 20 lugares sentados e possui um carro elétrico para entregas ao domicílio.