
Prestes a comemorar um ano de existência, fomos visitar o Corleone, o restaurante focado em gastronomia italiana em Cascais, que faz parte do Grupo São Bento, liderado por Miguel Garcia — que para além deste espaço com uma deslumbrante vista para a baía, conta também com o Bougain, o Snob e o Café São Bento, que está quase a reforçar a sua presença com mais uma abertura, desta feita também em Cascais.
E mesmo que nunca tenha colocado os pés neste restaurante descrito como uma autêntica viagem à Costa Amalfitana, apostamos o dedo mindinho que já se deve ter deparado com o mesmo nas redes sociais. Isto porque todas as partilhas do espaço são instagramáveis, da decoração onde os amarelos, os verdes, os azuis e a terracota são as cores de eleição — “queríamos que a pessoa entrasse e se sentisse imediatamente na Itália”, disse Miguel Garcia, dono do restaurante, na época da abertura, à MAGG — à comida que nos colocou as expetativas lá em cima.
A grande questão: foram cumpridas ou este é mais um restaurante de Instagram, lindo que só ele e que entra nos spots da moda, mas o serviço e a comida deixam a desejar? O veredicto só pode ser um. O Corleone cumpre todos os requisitos e mais alguns, e entrou diretamente para o nosso top dos melhores restaurantes que experimentámos nos últimos tempos. Saiba porquê e os vários pontos que amámos neste espaço.
1. A decoração — e a esplanada que chama pelos dias mais quentes
O Corleone está localizado no Villa Cascais Boutique Hotel, e é por essa unidade de luxo que tem de entrar para aceder ao restaurante. E quando subimos as pequenas escadas, nada nos prepara para entrar em Itália num ápice. A sala principal é um sonho de verão, com as paredes pintadas de um azul lindo de morrer, um tecto ilustrado com limões e um limoeiro no meio do do espaço, com quadros espalhados pelas divisões com imagens que lembram o verão italiano.

Ao fundo da sala, duas mesas (uma delas a nossa) estrategicamente colocadas ao lado da janela com vista para a Baía de Cascais, de onde também podemos ver a esplanada do restaurante, que apesar de ser ideal para almoços e jantares com o tempo quente, recebeu uma novidade que a torna muito apelativa enquanto o calor não chega.
Falamos da nova cobertura, que faz com que este espaço ganhe ainda mais conforto, sendo que há aquecedores de exteriores por toda a esplanada para garantir que pode aproveitar a sua refeição com vista para o mar e sem frio.
2. A simpatia e eficácia do staff
Toda a nossa refeição foi acompanhada de perto pelo chefe de sala Mário, um autêntico mestre de cerimónias para nos levar a descobrir os sabores do Corleone. Para além da simpatia e do sentimento que já somos clientes regulares mesmo na nossa primeira visita, Mário é exímio a ajudar-nos a escolher os pratos — sim, porque no meio de tanta coisa boa, o difícil é mesmo escolher.
Tendo em conta que estamos num restaurante italiano, cuja refeição tradicional envolve sempre dois pratos (normalmente um primeiro principal de massa), para além da entrada, é imprescindível ter a ajuda de quem mais sabe para garantir que nem ficamos com fome, nem desperdiçamos comida.

No nosso caso, com duas pessoas à mesa, foi-nos sugerido optar pela foccacia, que faz as vezes do couvert (e era deliciosa), duas entradas, uma massa para dividir, e dois pratos. Queríamos ter ido à sobremesa, mas não conseguimos.
Para além da ajuda na escolha e uma eficácia a 100% a encher os copos e sempre atento à mesa, o chef de sala teve também 10 pontos na escolha do vinho, onde optámos por um branco italiano que nos encheu as medidas.
3. A comida, senhores, a comida
Olhar para a ementa do Corleone, para verdadeiros apreciadores de massa e comida italiana como nós, é o problema mais delicioso que podemos ter. Até porque o que fica por provar é o mote perfeito para uma segunda visita.
Para além da foccacia, a seleção de entradas do Corleone começa com opções como vitello tonnato (16€), lâminas de vitela com molho de atum, arancini (12€), as típicas bolinhas de risoto crocante, antipasti Corleone (18€), uma seleção de enchidos italianos e conservas, e o carpaccio clássico (16€), acompanhado de lascas de cogumelos e parmesão, entre outras opções.

Mas as estrelas das entradas são mesmo as escolhidas para o nosso jantar, porque duvidamos que algo possa bater estas delícias: falamos do crudo di tonno (17€), um crudo de atum com mascarpone, gema de ovo curada e alcachofra, cuja frescura do peixe em contraste com o queijo resulta na perfeição, e também um prato que faz parte da carta de inverno, a polenta con fonduta di parmigiano e tartufo (40€), que apesar de mais pesada, fez-nos delirar com o sabor de queijo e um ingrediente tão exclusivo como esta trufa.
Já nas massas o desafio foi ainda mais difícil porque queríamos pedir todas, mas seguimos a sugestão do chef de sala e elegemos o cavatelli all'Arrabiata (26€), um prato composto por gnocchetti de semolina, polvo e tutano levemente picante. O polvo no ponto, a massa também e o toque do tutano fazem deste um prato inesquecível.

Da oferta de massas fazem também parte propostas como La carbonara (22€), o tradicional cacio pepe (20€), que pode levar um adicional de trufa (por mais 10€) e linguine al pesto (22€), entre muitas outras opções.
Passando para os segundos pratos, há várias opções de carne e peixe, como polpo ai ferri (28€), polvo grelhado servido com beringela assada, ou polpettone (27€), um rolo de carne clássico com molho rosé e tagliolini, entre outras.
Apostamos as fichas todas no gamberoni aglio e olio (28€), camarão grelhado sobre risoto de limão, e no tradicional milanese (28€), uma costeleta de vitela panada, que chega bem crocante, acompanhada de rúcula, tomate fresco e mozzarella. Ambos os pratos estavam deliciosos, o risoto delicado, saboroso mas não demasiado pesado, e ainda estamos a pensar na perfeição deste panado.

Teremos de voltar para provar as sobremesas, mas fique a saber que existem propostas como tiramisù (12€), profiteroles (12€) e panna cotta (11€), entre outras opções.