Na rua de São Paulo, no Cais do Sodré, em Lisboa, todas as manhãs há um novo cheiro: o dos bolos do espaço The Cakery. Abriu portas no final de dezembro e desde então que tem conquistado quem passa, incluindo os estrangeiros que costumam frequentar a zona.
"Esta coisa de serem bolos feitos no local tem um cunho familiar. Então em relação aos estrangeiros que estão deslocados, gostam de vir aqui porque sentem-se um bocadinho em casa. Sabem que os bolos são feitos aqui, não é uma coisa industrializada. E há um cheirinho a bolo de manhã, porque o banana bread [pão de banana, em português] é feito todos os dias", refere Filipa Galvão, uma das responsáveis pelo projeto.
Com ela está a irmã e autora dos bolos que deixam o tal cheirinho apetitoso pela rua, Catarina Pereira Coutinho, e a prima Sara Nunes de Almeida, outra das sócias do projeto e para o qual trouxe algumas receitas de família. Já Filipa não mete o dedo na cozinha, mas as suas ideias estão por toda a parte do The Cakery, cujo nome e logotipo foi concebido pela Agência 9.
Antes funcionava no mesmo espaço o Tease Café, um projeto de cupcakes que se deslocou para a praça das Flores, e foi apenas preciso mudar uma parte da estrutura e a decoração do antigo café para abrir o novo The Cakery, igualmente docinho no que diz respeito à oferta. Inspirado nos tecidos Toile de Jouy, o artista e ilustrador Pedro Lourenço (também conhecido como Tigre Bastardo) passou-os para as paredes, deixando no novo espaço o ambiente romântico das patisseries parisienses.
Mas o The Cakery é mais do que isto. É um espaço perfeito para tomar o pequeno-almoço, que pode começar com croissants (desde 1,50€), panquecas com morangos e Nutella (4€), torrada em pão brioche com bacon e ovo estrelado (7€), overnight oats com frutos vermelhos e mel (4,50€) ou ainda o famoso banana bread (3,20€ à fatia /15€ inteiro).
"Toda a gente quer. Não é um bolo que comprometa", brinca Filipa.
Já quando a fome aperta à hora de almoço, o The Cakery não oferece bolos, mas sim combinações originais que podem terminar, claro, com uma fatia gorda do que sai forno. Não há sobremesa sem prato principal e nas sugestões vai encontrar bolo do caco com frango de caril, com chips de vegetais (8€), bowl de caril de lentilhas e arroz basmati (12€) e mousse de salmão, com caviar e queijo em pão de carvão ativado, acompanhado de salada (8€) para o almoço.
Juntando as duas refeições dá-se o brunch, que no The Cakery é composto por iogurte da casa com granola igualmente caseira ou overnight oats, panquecas, cesto de pão e croissants, ovos com bacon e uma bebida quente e fria (15€). "É brunch all day e, para quem quiser, ir todos os dias", convida a co-responsável pelo novo espaço. "É tudo feito aqui", garante.
Agora sim, quanto ao destaque do The Cakery, os bolos, eis os que se destacam entre os 20 que vão rodando diariamente na montra. "Temos vários diferentes na vitrine todos os dias", afirma Filipa.
É possível comer à fatia no local ou levar para casa um inteiro (e ficar com a responsabilidade de não dar conta de tudo num só dia) e os que mais têm sido pedidos são o bolo mousse de chocolate com natas e frutos vermelhos (3,50€ fatia /25€ inteiro) — um clássico —, o cheesecake de doce de leite com praliné (3,50€/25€), a blattertorte "um doce austríaco feito com bolacha de amêndoa, doce de alperce e framboesa" (4€/35€) e a tarte de chocolate com caramelo salgado (3,50€/25€).
Para complementar as opções do espaço acolhedor do Cais do Sodré, pode pedir uma bebida fria ou quente de café, ambas com combinações irreverentes. É caso do tiramisù convertido em bebida, designado de tiramisù coffee (5€) e do bonbon coffe (4,50€) "com leite condensado, chocolate, café, espuma de leite e chocolate por cima".
Nos frios, tem o iced coffe vanilla and cherry (5€) com topping de cereja ou o mojito coffe (8€) — sim, com álcool — que é bem capaz de fazer concorrência às mimosas com que se iniciam os brunchs.