Vamos ser sinceros. Chegar à Aldeia da Margarida, um turismo rural na freguesia de Tarouquela, em Cinfães do Douro, não é fácil. Há curvas e contracurvas que representam um desafio para quem enjoa, estradas que nos fazem duvidar das atualizações do GPS e recomendamos seriamente que faça o caminho de dia. No entanto, se chegar não é fácil, ficar nesta unidade de turismo inaugurada em maio deste ano não podia ser mais simples e a envolvência do local conquista-nos de imediato.
A Aldeia da Margarida — que deve o nome à pequena Margarida, a filha do proprietário Pedro Bernardes — é justamente o que precisa para deixar o stresse do trabalho e da pandemia para trás. O alojamento combina o melhor do conforto moderno e da decoração de linhas atuais com o rústico das casas de pedra, resultando numa unidade com oito suites (entre suites standard, outras indicadas para famílias e até uma opção com kitchenette), com uma das vistas mais bonitas que já tivemos oportunidade de ver, e uma casa de banho que só queríamos replicar em casa.
A isto, podemos juntar a piscina infinita, a comida caseira deliciosa e a simpatia do staff. Mas calma, que nem tudo é fantástico e há uns pontinhos a melhorar. Depois de um fim de semana na Aldeia da Margarida, revelamos-lhe o mais incrível desta unidade e aquilo que não correu tão bem. Preparados?
O melhor
- A vista. Não há como bater a vista da Aldeia da Margarida. Todas as suites são construídas de forma a tirar o melhor partido da paisagem da serra e, no caso da Limão (a suite que nos foi atribuída), é impossível não fotografar dezenas de vezes a vista do quarto. Com uma janela XXL de correr, que ocupa a largura do quarto, relaxe na varanda bem generosa, com dois confortáveis cadeirões a chamar por um copo de vinho e um bom livro.
- A casa de banho. Sim, temos panca por casas de banho de hotéis, é um facto. E a da Aldeia da Margarida conquistou-nos. Para além de ter uma janela grande no chuveiro para apreciar a vista enquanto toma um duche (não se preocupe com os olhares, a janela dá para a sua varanda particular e à frente só tem paisagem), os mosaicos em tons verde água fazem-nos sentir no fundo da piscina. O chuveiro é grande o suficiente para podermos estar à vontade e, mesmo não tendo porta, mas apenas uma divisória em vidro, o ralo funciona mesmo e toda a água é encaminhada de imediato, sem o chão ficar todo encharcado. Pode parecer óbvio, mas acreditem: se tivéssemos 5€ por cada casa de banho de alojamentos lindas que ficaram encharcadas depois de um duche de cinco minutos já tínhamos reunido dinheiro suficiente para jantar no novo XXL.
- A piscina. É verdade que já não visitámos a Aldeia da Margarida com condições climatéricas aptas a mergulhar na piscina, mas isso não nos impediu de relaxar nas espreguiçadeiras, bem confortáveis por sinal. A piscina infinita com vista para a serra é claramente uma das mais bonitas que já vimos, e apesar de não ser gigante, só nos fez querer regressar com 30 graus para a aproveitar em pleno.
- As suites. Moderna e de linhas simples, a decoração dos quartos está no ponto, com cores que se harmonizam perfeitamente entre elas. A cama king size é suficiente para continuar a dormir descansado mesmo que os miúdos a assaltem de noite, e a varanda é um sonho.
- A comida. Comida caseira, saborosa, económica e doses generosas que dão perfeitamente para dividir por duas pessoas, o que reduz ainda mais a conta. Provámos e aprovámos sugestões como as pataniscas de bacalhau (8€) — são cerca de oito pataniscas, por isso será uma entrada ideal para pedir com um prato principal, para duas pessoas —, a açorda de gambas servida em pão saloio (14€), o bacalhau à Dona Armanda (16€) e a posta de vitela arouquesa (18€). Os pratos, disponíveis ao jantar, devem ser escolhidos ao mesmo tempo que faz a reserva, de preferência com um dia de antecedência.
Pontos a melhorar
- A rede. Não temos a certeza se tal estará ao alcance da gerência da Aldeia da Margarida, mas a rede de telefone é uma anedota — e pode ter que ver apenas com questões de alcance dos operadores de telecomunicações. E não, não estamos a falar apenas dos dados móveis, mas também da rede telefónica. Fazer uma chamada? Tem praticamente de caminhar até ao portão da unidade. Dados de internet são uma tarefa ainda mais difícil, e o alcance de wi-fi é muito reduzido. Veja pelo lado positivo: é mesmo para descansar e desligar do mundo exterior. Não se esqueça é dos livros.
- A comida. Sim, a comida é um dos pontos fortes do turismo rural, mas também aquele que precisa de uns ajustes no que diz respeito aos snacks. Servidos à hora de almoço, as opções pareciam gulosas e não resistimos a uma tosta club (6€) e a um hambúrguer rústico (12€), com ovo estrelado e queijo. Ambas as opções estavam secas, e dado que também os snacks precisam de ser reservados com alguma antecedência, acreditamos que possa existir um pouco mais de cuidado.
Em dezembro, uma noite na Aldeia da Margarida começa nos 99€ em suite com capacidade para duas pessoas, com pequeno-almoço incluído.
A MAGG ficou alojada a convite da Aldeia da Margarida.