A resposta é "Σε αγαπώ" ("Se agapó") e é o que nos apetece repetir mil vezes cada vez que nos lembramos da nossa curta, mas muito prazerosa, passagem pelo Domes Lake Algarve. O hotel de cinco estrelas, situado entre a marina de Vilamoura e a praia da Falésia, já existia mas, desde abril de 2022, reabriu, agora sob a gestão do grupo grego Domes Resort. A unidade hoteleira algarvia é a primeira do grupo fora da Grécia e a inspiração helénica está não só nos nomes dos espaços do hotel como também na gastronomia dos restaurantes.
Em pleno mês de agosto, fomos até Vilamoura com o objetivo de conhecer o Sora Beach Club, o recém-inaugurado restaurante de praia do Domes Lake Algarve, que abriu portas em junho e fica situado mesmo em cima da praia da Falésia. Seja para os hóspedes (que chegam ao restaurante após uma curta caminhada) ou para os visitantes, o restaurante, em tons claros e luminosos, é um lugar de calma, frescura e descontração, mesmo que a visita aconteça num dia de casa cheia, como no nosso caso.
A carta, criada sob orientação do chef Vítor Moreira, privilegia tudo o que é fresco e local, do peixe ao marisco, passando pela carne e vegetais. A gastronomia algarvia está presente, das entradas às sobremesas, e foi precisamente por um prato de inspiração da região que começámos: camarão à algarvia (20€), com alhos e coentros, servido com um pão alho, generosamente barrado com manteiga. Os camarões estavam suculentos e bem cozinhados, ainda com a cabeça (que, como toda a gente sabe, é onde se esconde a suculência saborosa deste marisco). Continuámos nos sabores do mar, mais concretamente num robalo grelhado na perfeição (preço sob consulta).
E quando dizemos "grelhado na perfeição", o que queremos dizer é que o peixe não estava demasiado grelhado (a carne estava húmida e suculenta, a cabeça do peixe mantinha-se inteira), como muitas vezes acontece, nem tinha aquela crosta de sal que tantas vezes encontramos, e que a única coisa que faz é deixar os comensais com a língua a saber a cortiça e uma sede imensa.
Para a sobremesa, e porque queríamos manter-nos no tema regional, devorámos um Dom Rodrigo, no Frasco (9€), o tradicional doce algarvio rico em doce de ovos mas, ao invés de vir servido no tradicional papelote colorido, chegou num pote de vidro. Acompanhámos a refeição com um Gravuras do Côa Branco, uma produção duriense que casa na perfeição com peixe e marisco.
Risotto no Topos e Pilates no lago (natural)
O Domes Lake Resort deve o seu nome ao lago de água salgada, situado no coração do hotel. Este lago não só não é artificial como já existia antes de a unidade hoteleira ser construída. A construção foi feita em torno deste corpo de água, onde existem peixes, insectos e flora nativa da zona. E porque é que o estamos a maçar com estes pormenores? Poderíamos referir fatores como a sustentabilidade, a conservação de ecossistemas locais, mas vamos falar de um pormenor mais prosaico e prático: mosquitos. É bicho que não há no Domes Lake Resort, ao contrário de outras zonas do Algarve onde foi feita construção em cima de zonas anteriormente húmidas.
Além de útil, este lago é bonito e é a vista que se tem, ao final da tarde, se optar por jantar no Makris on the Lake, o restaurante de fine dining do resort, cujo terraço flutuante permite um embalo perfeito enquanto se degustam pratos greco-mediterrânicos, criados pelo chef Petros Dimas.
Para refeições mais familiares, com o sempre prático buffet, há o Gustatio (com diferentes jantares temáticos a cada dia da semana) mas, na nossa visita, jantámos no Topos. A palavra "topos" significa lugar em grego. E, acrescentamos nós, em bom português, "maravilhoso".
A noite estava agradável e, por isso, jantámos no terraço, com vista para a piscina com areia natural (mas que, tal como Joana Silva, a guest relations manager do hotel nos fez questão de relembrar e tivemos oportunidade de comprovar, não é de água salgada). Começámos com um mezze (pão, pita, azeite, Monterosa, migas de tomate e queijo feta, pasta de ovas e húmus de fava, 15€). Provámos também a muxama de atum acompanhada de salada tabouleh com laranja do Algarve, iogurte grego e tomate fresco (14€), ainda fomos ao peixe do dia (que, neste dia, era robalo, bem grelhado, com molho de azeite e limão, aioli de bottarga e flor de sal - preço sob consulta) mas o que nos deixou completamente de queixo caído, a salivar por mais, rendidos, abismados, deliciados (ok, vamos parar com os adjetivos) foi o risotto (18€).
Mas não é um risotto qualquer. "Spanakoryzo", ou seja, arroz com espinafres, uma sinfonia de cremosidade, acidez q.b., frescura e texturas, onde o óleo de endro, o queijo feta e o funcho criam uma harmonia de aromas e sabores como nunca tínhamos provado.
E, como se não bastasse, as sobremesas também nos deixaram completamente rendidos. Entre a tarte vegan de maracujá (16€) e o bolo de chocolate com recheio de geleia de figo (14€), ficámos indecisos sobre qual queríamos repetir todos os dias até ao final do verão. Mas temos uma certeza: aquele bolo de chocolate tem de estar na mesa do nosso aniversário (nem que para isso seja preciso 'sugerir' a alguém ir e vir a Vilamoura...).
Terminámos a nossa maravilhosa estadia no Domes Lake Algarve com uma das atividades do programa de bem estar (disponível para todos os hóspedes do resort): uma aula de Pilates ao ar livre, com vista para o lago natural. O final perfeito de quase 24 horas idílicas, num resort que é um refúgio perfeito no centro do bulício de Vilamoura (ah, e com acesso direto à praia, já nos esquecíamos desse pormenor).
O preço de uma noite para duas pessoas, em quarto tipologia Tropical Retreat, com pequeno-almoço incluído, começa nos 443€ (de acordo com valores indicados no site do Domes Lake Resort).
* A MAGG visitou o Domes Lake Algarve a convite da unidade hoteleira