Para cada hora de trabalho, há um momento em que o nosso cérebro pede descanso nem que seja à frente de um ecrã a ver conteúdo giro ou surpreendente, que nos faça rir ou chorar. Olhando para os catálogos dos serviços de streaming ou para os cartazes das salas de cinema em Portugal, não há dúvidas: há cada cada vez mais coisas para ver e nem sempre temos disponibilidade para nos dedicarmos de forma imediata a tudo o que vai sendo lançado.

A pensar nisso, todas as sextas-feiras a MAGG traz-lhe uma nova rubrica chamada "Os filmes e séries que vimos esta semana", com o objetivo de lhe dar a conhecer algumas das produções que mais nos entusiasmaram (ou que mais amámos odiar).

E vale tudo: filmes ou séries, das mais antigas às mais recentes, das mais aclamadas às mais achincalhadas. A ideia é que possa fazer a sua seleção com base naqueles que passam o dia a em frente ao ecrã. E que, neste caso, são os jornalistas da MAGG.

Mostramos-lhe as 4 séries e filmes que vimos esta semana.

1. "Hinterland", Netflix (Fábio Martins)

Passou despercebida a muita gente e o facto de estar escondida no catálogo cada vez mais denso da Netflix não ajuda. "Hinterland" é a série galesa que acompanha os esforços de um detetive especial da polícia que tenta, a todo o custo, resolver casos complexos e macabros. E a aposta na série foi tal que, a compra dos direitos pela BBC implicou que tivesse de ser filmada uma segunda vez e totalmente em inglês.

E esse esforço é capaz de transparecer no rosto do protagonista, Richard Harrington, que só teve direito a um dia de folga durante os 124 dias de gravações. A sua personagem, como qualquer polícia da ficção moderna, é sofrida, enigmática, errante e com um passado difícil com o qual precisa de se reconciliar.

Mas mais do que o formato de investigação criminal, que já vimos replicados em tantas outras séries, são as paisagens do País de Gales que servem para dar um ambiente mais negro e misterioso à ação — e que é, em tudo, diferente da energia cosmopolita e urbana das histórias passadas nas grandes cidades globalizadas.

2. "Room", Cinemas (Fábio Martins)

Num ano em que "The Revenant — O Renascido" foi um dos filmes mais comentados, em 205, "Room" brilhou pela forma como foi capaz de pegar numa história difícil sem ceder ao ceder ao sensacionalismo desmesurado e ao choque gratuito. A história acompanha uma mulher que, há vários anos, foi raptada e que desde então é mantida em cativeiro.

O raptor violou-a por diversas vezes, engravidando-a e é num contexto de clausura que a criança nasce e vai crescendo. Para a proteger da realidade horrível em que vive, a mãe nunca lhe conta a verdade e dá-lhe a entender que, fora aquelas quatro paredes, não existe mais nada lá fora a não ser o espaço. 

A história está gravada com uma sensibilidade de mestre e com um respeito profundo por quem possa ter passado por alguma situação semelhante à que é retratada no filme e, por isso, nunca nada é verdadeiramente explícito. Só tenho pena de que me tenha passado ao lado em 2015 e o tenha visto cinco anos depois.

3. “Um Dia Chuvoso em Nova Iorque “, Cinemas (Mariana Leão Costa)

Tinha tudo para ser um dos meus filmes preferidos: metia Nova Iorque, dias melancólicos e Timothée Chalamet — por quem me apaixonei depois de ter visto “Call Me by Your Name”. Mas não, foi um autêntico balde de água fria. Primeiro ponto: continuo a ficar mais apaixoada por Timothée Chalamet a cada filme que passa.

Segundo ponto: por amor de Deus, podemos falar da personagem Ashleigh Enright que é interpretada por Dakota Fanning? Juro que não tenho nada contra a rapariga, mas aquela prestação foi só horrível. Terrível. Não consegui perceber se foi só má interpretação de Fanning ou se realmente o papel era assim tão mau.

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"E porquê?", pode estar a perguntar-se desse lado. É simples: Dakota Fanning faz um papel de uma miúda demasiado inocente, quase burra diria, com uma interpretação claramente exagerada. Ashleigh Enright é uma personagem tontinha apanhada numa situação completamente irreal à luz da realidade. E isso, por si só, acaba por arruinar o filme.

Conclusão? “Um Dia Chuvoso em Nova Iorque” tinha tudo para ser incrível, mas não foi. Timothée Chalamet continua a mandar naquilo tudo e, sinceramente, é a única coisa que faz com que o filme não seja um zero à esquerda. Conselho de amiga: se o quiserem vir, vejam-no por vossa conta e risco.

4. "I am Not Okay With This", Netflix (Rafaela Simões)

Costumo ver documentários, mas procurava algo diferente desta vez. Encontrei esta série que parecia ter algo para contar em episódios de 20 minutos. Perfeito. Ao inicio pensei que ia ficar pelo primeiro, mas episódio atrás de episódio fui cativada pela curiosidade de perceber de onde vem todo o sangue que cobre a roupa e o corpo da personagem principal, Syd (Sophia Lillis).

E apesar de a personagem principal ser mais conhecida pelo filme de terror “It”, esta série não tem nada de terror, apenas mistério. Claro que vou ter de aguentar para desvendar o significado do sangue porque tão cedo isso não vai ser revelado, mas até lá “I Am Not Okay with This” fala sobre a morte e a forma como a mesma pode ter influência na saúde mental — que aqui é levada para um lado mais ficcional através de super-poderes.

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A história fala também de amizade e do quão frágil, principalmente quando os sentimentos mudam. Sobre este tema, e dado que as personagens principais são adolescentes, fez-me lembrar a serie “Sex Education” pelo facto de também estes adolescentes ainda estarem a descobrir o corpo e a vida sexual.

Sou apologista de séries de 20 minutos porque algo em mim não me deixa estar muito tempo no sofá. Mas aqui, acabei por acumular vários vinte minutos, é viciante.

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