60 jogadores, várias etapas com obstáculos e um objetivo final. Está feita a breve apresentação a "Fall Guys", o jogo sensação que foi lançado na semana passada para a PlayStation 4 e computador e que, desde então, tem conquistado miúdos e adultos. Se este lhe parecer um resumo relativamente simples é porque, na base, o jogo tem pouco de complicado. É divertido, hilariante, tosco e, ainda assim, desafiante.

O lançamento foi um sucesso com a empresa britânica a registar um total de 1.5 milhões de jogadores nas primeiras 24 horas. Ainda que os números sejam positivos, os servidores não aguentaram a sobrecarga de utilizadores e ficaram inacessíveis por várias horas. O interesse, portanto, era — e continua — muito elevado.

Mas como se explica o fenómeno? Uma resposta possível pode passar não só pelo tipo de jogo que é, mas também pelo contexto em que surge.

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"Fall Guys" é, acima de tudo, um videojogo que o põe em confronto direto com 59 jogadores espalhados pelo mundo. E aqui não há violência explícita, guerra, lutas, sangue e todos aqueles elementos que estamos habituados a ver no entretenimento mais adulto. Há boa disposição e um ambiente que convida toda a família a participar.

O jogador controla um boneco adorável que parece saído do filme "Minions" e que pode ser vestido com os adereços mais hilariantes (como um capacete em forma de salsicha ou uns calções de pescador) e pintado de cores berrantes. Assim que o jogo começa, o objetivo é apenas um: chegar ao final do mapa, ultrapassando todo o tipo de obstáculos, para qualificar-se para a próxima etapa.

E os desafios são vários, como pistas com hélices que o atiram para fora do mapa e o obrigam a começar do início; chão falso que desaba assim que pisado; ou pistas com tapetes rolantes que lhe tiram velocidade e que, para piorar, o obrigam a desviar-se de frutas gigantes (não questione) que vão sendo lançadas do topo.

E ainda que os obstáculos sejam relativamente fáceis de ultrapassar se o fizer sozinho, a coisa fica especialmente complicada se considerar que há mais 59 jogadores com a mesma ideia. Pior: os corredores e as portas por que tem de passar durante o desafio são, muitas vezes, espaços apertados que não conseguem aguentar tanta gente ao mesmo tempo.

Isto significa que há empurrões, trambolhões e um caos agradável que provoca gargalhadas à medida que 60 seres virtuais e fofinhos se vão amontoado e caindo das formas mais hilariantes em tempo real.

E porque o jogo é competitivo, mas não demasiado, as consequências por perder um desafio são nulas. Se ganhar, no entanto, vai arrecadar cada vez mais pontos que lhe permitem subir de nível — com várias recompensas associadas — e comprar adereços divertidos para dar mais personalidade ao seu boneco.

Mas é um jogo para todas as idades?

Em plena pandemia, "Fall Guys" promete ser o jogo leve e descontraído a servir de escape para uma realidade muitas vezes dura e sem fim aparente à vista. Uma vez que cada sessão de jogo nunca dura mais do que 20 minutos, este é daqueles que pode repetir sem nunca parecer enjoativo. E se tiver miúdos por casa, é provável que já os tenha visto em frente ao ecrã a gargalhar.

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Trata-se, no fundo, de um jogo amigável, como uma estética de cartoon que convida miúdos a experimentar. Mas apesar da linguagem gráfica ser especialmente apelativa para as crianças e os jovens, também é capaz de roubar a atenção dos adultos e garantir várias horas de diversão. Muito porque todos gostamos de nos sentir desafiados.

É grátis?

Uma das funcionalidades importantes de "Fall Guys" é que permite que possa juntar-se a amigos ou família, mesmo que à distância, para que se lancem nesta série de desafios caóticos em conjunto — garantindo uma experiência de partilha que só os jogos possibilitam.

E ainda que este seja totalmente grátis para quem for subscritor do PlayStaton Plus, um serviço que permite o jogo online nas consolas da Sony, a versão para computador custa 19,99€.