Ainda se lembra quando a Netflix tinha o monopólio do streaming? Pois bem, as coisas estão, pela primeira vez, a mudar e muito de acordo com os resultados do terceiro trimestre de 2022, apresentados pela gigante do streaming esta terça-feira, 19. A empresa norte-americana anunciou que perdeu 200 mil utilizadores e que as suas ações desvalorizaram em mais de 24% nas transações eletrónicas posteriores ao fecho de Wall Street.

A Netflix faturou 7,9 mil milhões de dólares (7,3 mil milhões de euros), mais de 10% em relação ao período homólogo de 2021, graças ao aumento do número de assinantes (6,7%) e à subida dos preços, segundo a agência Lusa. Contudo, os lucros de 1,6 mil milhões de dólares foram inferiores aos homólogos, que tinham sido de 1,7 mil milhões de dólares.

Esta queda nos valores e respetivos subscritores da plataforma foi atribuída pela empresa à dificuldade de obter novos utilizadores em várias partes do mundo e à suspensão do serviço na Rússia.

No entanto, há outra causa que a plataforma de streaming apontou para justificar este decréscimo atípico: a partilha de contas. O tema não é novo e a Netflix tem vindo a falar sobre ele nos últimos meses, inclusive já tendo mostrado a intenção de impossibilitar esta ferramenta de vez para todos os seus subscritores.

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A ideia da plataforma é que o acesso à partilha de conta esteja disponível apenas para quem pague uma taxa acrescida (cerca de dois euros) além do valor mensal da assinatura.

Depois da subida vem a queda

Como aponta o site Pplware a pandemia - e o consequente confinamento - foi a principal responsável pelo aumento das receitas da Netflix nos últimos dois anos e terá mascarado esta tendência decrescente da plataforma, e por isso, a empresa já esperava um acerto, mas não tão elevado.

E, ao que tudo indica, é provável que os números continuem não muito favoráveis para a plataforma de streaming no resultados registados no próximo trimestre (abril, maio e junho).

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Apesar da queda, a Netflix quer continuar a crescer e culpou o espaço limitado para se expandir em alguns países por falta de tecnologia nestes, garante a mesma fonte.

"A Netflix tem mais quantidade do que qualidade" possivelmente também já ouviu ou até mesmo disse esta frase e com a intensificação da concorrência os utilizadores poderão também estar a migrar entre as plataformas de streaming que têm mais conteúdos adaptados ao seu gosto.

Em Portugal, as plataformas mais utilizadas são a Netflix, a HBO Max, a Amazon Prime Video, Disney + e a Apple TV. De acordo com a Meios e Publicidade  a Netflix continuou a liderar em subscrições e frequência de utilização em março de 2022, mas a HBO tem um maior potencial de crescimento.