A inflação não para de subir, mas para o humorista Hugo Sousa a coisa está "Praticamente Estável", ou pelo menos parece estar, a julgar pelo nome que deu a sua tour por Portugal com o novo solo, que passa este sábado, 1 de outubro, por Lisboa. Ainda há bilhetes (mas poucos), e o humorista deixa mesmo três razões para ir até à Aula Magna, na Cidade Universitária, a partir das 21h30: "Primeiro, porque o artista é bastante sexy. Depois porque rir promove a saúde mental. E por fim, porque o artista precisa de pagar o infantário da filha". Se não tiver nada planeado, e se acha o artista realmente sexy, é ir.

Hugo Sousa anda no humor desde 2003. Quase foi despedido do programa da manhã da RTP, onde fazia trio com João Baião e Tânia Ribas de Oliveira, porque causa de uma piada sobre o percentil de cabeça (tem de ver aqui para perceber), mas não deixou de arriscar em piadas ali na fronteira. Antes de chegar a salas como a Aula Magna, o Campo Pequeno ou o Sá da Bandeira, atuou "em bares, casamentos, batizados, funerais, estabelecimentos prisionais, concentrações tunning, concentrações motard, despedidas de solteiras, roulottes de cachorros e casas de alterne", como escreveu na sua biografia. Mas nunca nada do que fez é melhor do que o solo que está a levar agora a todo o país.

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Certo, Hugo Sousa? "Isso é um bocado injusto porque é como dar pontuação a um filho! Mas acho que este é o melhor de todos, que me perdoem os irmãos", disse à MAGG.

Quem nunca viu Hugo Sousa ao vivo, ou quem vive em Marte e nunca o viu sequer na televisão ou nas redes sociais, pode perguntar-se que tipo de humor é o dele. É legítimo. "A minha principal fonte de humor sou eu próprio e o mundo que me rodeia, daí todo o storytelling que faço. Já há alguns anos para cá que o meu stand-up é basicamente isso", conta o próprio.

Mas ser comediante é também viver no limite do risco. Hugo Sousa não se lembra de ter tido momentos muito constrangedores em palco — tirando as piadas falhas — mas já assistiu a cenas caricatas. "Uma vez um cavalheiro do público levantou-se da mesa e ameaçou bater num colega meu comediante com um cinzeiro". É viver no limbo, esta vida. Mas há pior do que levar com cinzeiros, que é levar com fãs chatos, daqueles que pedem para os humoristas contarem uma piada, assim a seco. "Verdade. Mas prefiro que me peçam para contar uma piada do que, por iniciativa própria, me comecem a contar anedotas. Sobretudo aquelas muito longas", garante o humorista.

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Na plateia dos seus espetáculos costuma ver os pais, por isso, se o for ver, é provável que o casal Sousa esteja por lá. Mas também é possível que não os veja a rir-se assim muito. "Os meu pais são daquele tipo que vão aos meus espetáculos porque querem dar-me apoio mas que ao mesmo tempo se questionam acerca do que falharam na minha educação por eu ter vindo parar a isto", diz Hugo Sousa, que desde que foi pai aposta em muitas piadas sobre os dramas da paternidade. É por isso que garante que "não gostava de ser o Raminhos". "Ele tem três filhas e não há paciência. Já sofro o suficiente com uma".

Hugo Sousa atua este sábado, 1 de outubro, em Lisboa. A tour de "Praticamente Estável" passa depois por Guimarães (7 outubro), Viseu (14), Coimbra (15), Porto (22), Aveiro (27), Funchal (4 novembro), Braga (12 novembro) e Póvoa de Varzim (25 novembro). Pode comprar bilhetes aqui.