"Beetlejuice, Beetlejuice" (e não diga uma terceira vez, a menos que queira que apareça um fantasma à sua frente) tem antestreia marcada para 28 de agosto, no 81º Festival Internacional de Cinema, três dias depois do 66º aniversário do realizador Tim Burton, e chega às salas de cinema portuguesas a 5 de setembro.

O filme “Os Fantasmas Divertem-se” foi um dos grandes sucessos de comédia e terror do cineasta norte-americano, em 1988, e do ator Michael Keaton, que dá novamente voz e corpo ao "bioexorcista" que todos temem, 36 anos depois.

Em 1989, o primeiro filme da saga ganhou o Óscar de Melhor Caracterização e o novo, mesmo sem ainda ter sido exibido, já é um possível candidato à próxima edição dos prémios, na categoria de Melhor Ator Secundário, pela personagem interpretada por Michael Keaton, segundo a "Variety".

O enredo do primeiro filme girou em torno de um casal que havia morrido recentemente. Enquanto fantasmas, não tinham permissão para sair de casa e, por isso, contactaram Beetlejuice, para poderem assustar os novos habitantes da residência. Desta vez, há outra pessoa responsável pelo contacto com o mundo dos mortos.

"Os vivos e os mortos podem coexistir? É isso que estamos aqui para descobrir.", uma fala memorável dita por Winona Ryder, que regressa nesta nova produção no papel de Lydia Deetz, interpretada pela primeira vez quando tinha 17 anos.

O que é que este "Beetlejuice" traz de novo?

Tim Burton quer que os fãs saibam que o próximo filme “não é uma sequela” no sentido tradicional. “É apenas revisitar o que aconteceu com as personagens”, disse o realizador do filme ao "The Times". Agora, há três gerações da família Deetz que voltam a Winter River, no seguimento de uma tragédia familiar. Uma das grandes novidades é a filha adolescente de Lydia, Astrid, interpretada por Jenna Ortega, que, acidentalmente, abre um portal para o submundo, entre o mundo dos vivos e dos mortos. A atriz, apesar de não ser nascida quando o primeiro filme estreou, já trabalhou com Burton na série “Wednesday” da Netflix.

Catherine O'Hara (Delia), Jenna Ortega (Astrid), Wynona (Lydia) e Justin Theroux (Rory)
Catherine O'Hara (Delia), Jenna Ortega (Astrid), Wynona (Lydia) e Justin Theroux (Rory) Catherine O'Hara (Delia), Jenna Ortega (Astrid), Wynona (Lydia) e Justin Theroux (Rory) créditos: Warner Bros.

No novo elenco, os fãs podem tanto contar com caras já conhecidas da saga, como Catherine O’Hara (Delia), bem como novas personagens interpretadas por Monica Bellucci (com quem o realizador também já trabalhou em “Wednesday” e, recentemente, assumiu namoro), Arthur Conti (da prequela de "Game of Thrones", "House of the Dragon") e Willem Dafoe ("Pobres Criaturas"). "Beetlejuice Beetlejuice" tem argumento de Alfred Gough e Milles Millar.

Porquê só agora uma sequela?

Segundo o "The Hollywood Reporter", na apresentação da Warner Bros. Pictures’ CinemaCon, em abril, Burton revelou que já pensava numa sequela da saga desde o ano em que o primeiro filme foi lançado. O realizador confessou que revisitou a ideia ao longo dos anos, enquanto ponderava como a vida das pessoas muda. "Fiquei interessado no que aconteceu com a família Deetz", disse o cineasta.

Mesmo após ter sido lançado o primeiro filme, a história de Beetlejuice continuou a ser um sucesso. As várias aventuras deste universo continuaram a ser contadas através de uma série de desenhos animados com quatro temporadas, transmitida pela ABC e a FOX, entre 1989 e 1991, e ainda num musical da Broadway, que, desde 2019, viu umas das suas músicas inundar o Tik Tok, já com mais de 380 mil vídeos produzidos ao som de "Say my Name", de Alex Brightman.

As filmagens do novo projeto cinematográfico estiveram originalmente programadas para começar em meados de 2022. Contudo, acabaram por ser adiadas para 2023, ainda que com alguns atrasos devido à greve dos guionistas norte-americanos. A rodagem só terminou a 30 de novembro de 2023, no estado do Vermont, nos Estados Unidos da América, mas com cenas também gravadas em Londres, Inglaterra, como forma de serem acautelados quaisquer imprevistos com outras possíveis greves.

Em entrevista ao "Independent", Tim Burton revelou que houve, inclusivamente, momentos de frustração na rodagem do filme, quando, a certa altura, teve de parar a menos de dois dias de poder cumprir com o calendário que era previsto.