Quem tem filhos tem de ter muita paciência e não falamos aqui daquela que é necessária para educar uma criança. Antes das birras ou da adolescência, a paciência dos pais é testada até ao limite quando têm que lidar com as opiniões alheias e conselhos desnecessários de terceiros nos primeiros meses e anos de vida dos filhos.
"A tua filha já anda? A neta da minha colega começou a andar com menos de um ano". "Mas ainda não diz mãe nem pai? Isso não é normal". "Olha que a chucha faz mal aos dentes, ele já não devia usar durante o dia". Estes três comentários são apenas exemplos do que muitos pais ouvem de avós, tios, amigos ou até mesmo de perfeitos estranhos que metem conversa na fila do supermercado.
Principalmente para os chamados pais de primeira viagem, embora as dúvidas possam surgir mesmo com segundos e terceiros filhos, o desenvolvimento dos miúdos é um tema de vital importância — mas também onde existe muita informação contraditória, o que só gera ainda mais confusão na cabeça dos adultos.
Afinal, existe uma idade ideal para uma criança começar a andar, a falar, a comer sem ajuda? E a partir de quando é que é preocupante não o fazerem? Estas e muitas outras perguntas inquietam os pais e, de acordo com a pediatra Carolina Prelhaz, "é um assunto que surge com muita frequência" nas consultas da especialista.
Para desmitificar toda esta questão dos timings das crianças, a pediatra da Clínica de St.º António foi a convidada da emissão de 10 de agosto do “Isto de Ser Mãe”, o programa semanal de parentalidade da MAGG, transmitido na Rádio Observador nas manhãs de sábado.
Carolina Prelhaz assume que "os pais fazem muita comparação com filhos anteriores ou com filhos de amigos com idades semelhantes", algo que nem sempre é útil ou importante, dado que cada criança é uma criança.
Em relação ao andar, um dos grandes patamares de desenvolvimento — e apesar de cada miúdo ter o seu ritmo —, a especialista afirma que "a grande maioria das crianças vai andar até aos 18 meses, o que não significa que as crianças que o façam um bocadinho depois tenham alguma coisa de anormal ou de errado".
Já quanto ao falar, o utilizar linguagem de bebé com os filhos pode atrasar ou dificultar o desenvolvimento desta importante competência? Carolina Prelhaz reconhece que a utilização da linguagem normal dos adultos, "falando num tom de voz com que falaríamos com outra pessoa qualquer, é visto como um reconhecimento por parte da criança", o que pode ajudar ao entendimento.
No entanto, a pediatra é a primeira a reconhecer que a utilização de uma linguagem de bebé não é assim tão prejudicial, dado que as crianças conseguem perceber que se trata de um ato de carinho.
Para além destes temas, Carolina Prelhaz também falou da escola como ferramenta de ajuda ao desenvolvimento dos miúdos, do perigo das "aranhas" (andarilhos) e da pressão social em relação aos timmings das crianças, entre outras coisas.
No “Isto de Ser Mãe”, a consultora de moda e beleza Fabíola Carlettis, e a jornalista Catarina da Eira Ballestero recebem semanalmente no estúdio da Rádio Observador um convidado para falar sobre maternidade e sobre as maiores preocupações do dia a dia dos pais.
Pode ouvir o programa na íntegra no Observador, ou aos sábados, na Rádio Observador, pelas 10h30, através da frequência 98.7 em Lisboa, ou no site, para todo o País. Todos os episódios do “Isto de Ser Mãe” estão também disponíveis no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.