São amorosos, fofinhos e resultam em fotografias incríveis junto dos nossos bebés. Mas os doudous, nome dado aos bonecos suaves, que se assemelham a uma fralda, que os pais têm por hábito dar aos recém-nascidos desde cedo, muitas vezes ainda na maternidade, podem representar um grande perigo para as crianças. E ao contrário do que se pensa, não oferecem qualquer benefício ou conforto aos bebés em tão tenra idade.
Para o pediatra Hugo Rodrigues, não há dúvidas. "O uso do doudou é muito prejudicial nos primeiros tempos de vida, ou de qualquer tipo de adorno, na verdade", explica o especialista à MAGG. "Durante o sono do bebé, não deve existir qualquer tipo de objetos na cama, sejam eles doudous, almofadas, outros bonecos, dado que todos estes podem representar um sério perigo de asfixia para a criança."
Os bebés até aos 6 meses (embora Hugo Rodrigues seja o primeiro a reconhecer que existe uma dificuldade em estabelecer barreiras definidas em relação à idade) "não se defendem, não têm esse reflexo, logo qualquer objeto os asfixia", podendo causar sérias complicações.
No entanto, os doudous e outros bonecos oferecidos aos bebés mais pequeninos. são vistos como uma ajuda e um conforto para as crianças, tanto que existe uma vasta oferta deste tipo de objetos no mercado. Mas o pediatra salienta que não existe qualquer vantagem no uso destes doudous para as crianças, pelo menos no primeiro ano de vida.
"O conforto psicológico é para os pais. Para as crianças, não existe. Entre os 4 e os 6 meses não se deve mesmo usar, pois representam um risco acrescido de asfixia. A partir dessas idades, quando já têm mais controlo da cabeça, dos músculos do pescoço e já se conseguem defender, já são mais seguros, mas continuo a acreditar que bebés entre os 9 e os 12 meses não vão valorizar esse tipo de adornos", explica Hugo Rodrigues.
A partir dos 12 meses, o médico pediatra reconhece que os doudous podem ter a sua utilidade e vantagens para as crianças. "Podem servir como objeto de transição para o momento de dormir. Ajudam a regular os miúdos, a programar o descanso", salienta Hugo Rodrigues, dado que os mais pequenos começam a relacionar o uso daquele objeto com a hora de dormir.
Também do ponto de vista emocional, o especialista refere que este tipo de adornos podem "fazer sentido", e tornar-se num apoio para as crianças durante o seu desenvolvimento psicológico, que recorrem a eles em momentos de alegria ou tristeza.