Em Portugal, os acidentes rodoviários são a principal causa de morte das crianças e jovens a partir do primeiro ano de vida. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, referidos no relatório de Avaliação 30 anos de segurança infantil em Portugal 2022, elaborado pela APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil, na última década morreram, em média, 66 crianças por ano, na sequência de acidentes rodoviários.
De forma a alertar para a importância da segurança no transporte de bebés, crianças e grávidas no automóvel, a Fundação MAPFRE lançou uma campanha que vem reforçar as medidas a serem tomadas para diminuir a taxa de acidentes rodoviários, assim como a das mortes provocadas por estes.
"Pais De Primeira Viagem... E Não Só” é composta por conteúdos e dicas que, para além de serem úteis a qualquer pai, e condutor, são ainda uma fonte de informação segura e credível, validada pela APSI.
“Apercebemos-nos de que havia um défice a nível de conteúdos, não havia um sítio onde os pais e a comunidade médica e da área da saúde pudessem consultar informação credível e validada. Nesse sentido, achámos que tínhamos a base e os conteúdos então tínhamos de os dar a conhecer. E esta campanha surge na tentativa de dar a conhecer ao maior número de pessoas que existe uma fonte de informação credível sobre esta situação da prevenção e segurança rodoviária”, explica João Gama, diretor de Marketing e Clientes da MAPFRE, em conversa com a MAGG.
Assim, na campanha, pode encontrar respostas a questões que vão desde como escolher e instalar corretamente a cadeira do bebé até ao uso do cinto nas mulheres grávidas. Sobre este tema, a MAGG conversou com Sandra Nascimento, diretora técnica e presidente da direção da APSI, que nos explicou a importância do correto transporte das crianças no automóvel.
A cadeirinha das crianças tem de ser colocada para trás. Mesmo
Apesar de ninguém, ou quase ninguém, questionar o uso da cadeira das crianças num automóvel, há certos fatores a ter em consideração quando se trata da segurança das mesmas. Segundo Sandra Nascimento, há três questões fundamentais: a cadeira deve estar bem instalada no carro, deve ser adaptada ao tamanho da criança e deve estar virada para trás.
“Temos uma taxa de cerca de 45% de utilização incorreta da cadeira, isto quer dizer que metade das crianças que utilizam cadeirinhas utilizam mal”, explica a diretora técnica, acrescentando que “há estudos que indicam que a taxa de eficácia pode chegar aos 90%, 95%, no caso das cadeiras viradas de costas". "Já é mais aceite, de uma forma geral, que estar de costas até ao mais tarde possível é a forma que conseguimos proteger melhor a criança."
Desta forma, a utilização de um sistema de retenção (vulgo, cadeira) adequado ao tamanho e peso da criança, usado sempre e de forma sistemática, permite a redução de lesões nas crianças em caso de acidente.
Sobre a segurança das grávidas, Sandra Nascimento explica que o cinto de segurança colocado corretamente é a forma mais eficaz de proteger as mulheres e também a única forma de "proteger o bebé, nesse momento".
Para chegar a um maior número de pessoas, a Fundação MAPFRE contou com a colaboração de vários influenciadores digitais, entre eles Maria Pessanha, a Família Neves e Ohana Adventures, que partilharam no Instagram as experiências pessoais e dúvidas sobre o tema. “Tem de haver uma fonte credível e nós temos que chegar às pessoas e nada melhor que fazer uma parceria com influenciadores que atuam exatamente junto deste público para passarmos a nossa mensagem”, explicou João Gama.
Tanto para João Gama como para Sandra Nascimento a prevenção da segurança rodoviária é “uma luta que nunca está ganha" e acreditam que é importante que não se tome por garantido que todas as pessoas já estão devidamente sensibilizadas sobre o tema.
“Se deixarmos de dar tanta atenção ao fenómeno, o que acontece é que este volta a ter um crescimento. Tem de ser uma coisa que se faça com muita regularidade, sobre todas as classes etárias da nossa sociedade. É um trabalho que tem de ser feito junto de toda a gente”, afirma João Gama.