Apesar de ser necessário esperar por quinta-feira, 30 de abril, para obter a confirmação oficial, é esperado que o Governo permita que as creches portuguesas voltem a abrir portas a partir de dia 1 de junho. No entanto, a Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP) deixa o alerta: as instituições só vão receber as crianças com os pagamentos em dia.
Depois do encerramento das creches devido ao surto do novo coronavírus, muitos pais mostraram-se contra o pagamento das mensalidades destas instituições, dado que os filhos não as frequentaram nas últimas semanas. Algumas creches aplicaram reduções nas mensalidades mas, de uma forma geral, continuou a ser exigido um pagamento. Também devido ao momento complicado que o País atravessa, muitos portugueses estão atrasados nesses mesmos pagamentos.
"Não é uma questão de represália, mas de respeito e igualdade para com quem fez o sacrifício de pagar", diz Susana Batista, presidente da ACPEEP, citada pelo "Jornal de Notícias". Numa carta enviada ao Governo e ao Presidente da República, a associação alerta que as creches privadas já perderam cerca de 15 por cento dos seus alunos, e os jardins de infância enfrentam uma redução de 10 por cento.
No mesmo documento, é sublinhado que o incumprimento nos pagamentos disparou entre março e abril, "sendo que este mês [abril] 35 por cento das creches associadas reportaram uma quebra de faturação superior a 50 por cento", escreve o "JN".
Susana Batista também se mostrou descontente com a intenção do Governo de esperar até junho para abrir as creches, quando muito comércio local deve obter a luz verde para abrir já a partir de maio. "É com espanto e desagrado que vemos que o pequeno comércio pode abrir a partir de 4 de maio e nós só a 1 de junho. Onde é que os pais vão deixar as crianças para irem trabalhar?", salienta.
No entanto, e segundo os resultados de um questionário enviado a creches e encarregados de educação pela ACPEEP, só 42 por cento dos pais pretendem deixar os filhos regressar às escolas.