Quem é que sabe tudo o que se passa na televisão portuguesa? Quem é aquela pessoa que reconhece todas as personagens da novela, tem noção de todas as tramas, vibra com os apresentadores da manhã e não perde pitada do que se passa à tarde?

A avó, claro. A avó adora os canais generalistas (confessa-nos esta avó que é fã de Cristina em particular) e é uma verdadeira enciclopédia no que diz respeito à televisão portuguesa. Maria Fernanda Simões tem 75 anos e é a autora da nova rubrica da MAGG, “A avó explica”. Todas as semanas, é ela quem nos conta o que de mais interessante aconteceu na televisão.

Aqui fica o seu segundo texto.

A semana passada prometi que vos falava das paisagens das novelas e por isso abro esta crónica com esse mesmo tema. Fala-vos daqui uma pessoa que que adora viajar mas não morre de amores por aviões – começo a tremer sempre que entro num e a viagem é um suplício. Por isso, é bom conhecer o mundo sem ter de sair de casa, e nisso tenho de dar os meus parabéns às novelas da TVI. Com elas já conheci meio mundo sem ter de sair do meu confortável sofá.

Por essa razão, foi com alegria que vi no “Você na TV” que a telenovela “Belmonte” vai voltar a ser reproduzida na TVI. A história é passada no Alentejo, mas houve algumas cenas a serem filmadas no Brasil. Estou muito contente por poder rever as paisagens maravilhosas da Amazónia com aqueles largos enormes.

Lourenço Ortigão fez parte do elenco de 'Belmonte' e deu uma entrevista ao 'Você na TV'
Lourenço Ortigão fez parte do elenco de 'Belmonte' e deu uma entrevista ao 'Você na TV'

Na grelha da TVI, são poucas as novelas que não têm paisagens incríveis. A telenovela “A Teia” tem paisagens muito bonitas da Escócia – um país que não achei que fosse bonito, mas que pelas imagens dá muita vontade de conhecer.

Na telenovela “Valor da Vida” também já conheci a cidade de Guimarães (é certo que não é preciso avião até lá, mas ainda não tive oportunidade de conhecer a cidade berço) que tem um jardins lindíssimos. Esta novela também é passada no Brasil e aí as paisagens de lagos, cascatas e arvoredos fazem-me querer marcar um voo já – mesmo com o tal medo de aviões. Já no Líbano, as paisagens com drones são um encanto. Também gosto muito da junção destas imagens com música libanesa.

Passando da TVI para a SIC, mas mantendo-me na mesma temática, tenho a dizer que gostei muito do festival de gastronomia do “O Programa da Cristina”. Quero conhecer o Peru, a Angola e o México para provar as iguarias que foram apresentadas no programa. Ainda dentro do programa da manhã da SIC, destaco a entrevista sobre o universo das Barbies. Adorei ver a exposição das bonecas, coleção que vale 300 mil euros.

Cristina Ferreira e Cláudio Ramos a apreciar a gastronomia mexicana
Cristina Ferreira e Cláudio Ramos a apreciar a gastronomia mexicana

Passando da manhã para a tarde, na “Júlia” vi um caso que me chocou muito: um casal que teve duas gémeas e que as perdeu às duas. Quando as gémeas nasceram, não tinham muita esperança de vida, e por isso aqueles primeiros dias foram vividos de uma forma agridoce.

A Avó Explica. O vestido da Cristina e as duas melhores cenas da novela "A Teia"
A Avó Explica. O vestido da Cristina e as duas melhores cenas da novela "A Teia"
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O que é certo é que havia uma bebé mais forte do que outra. Os pais foram chamados de emergência ao quarto as bebés e assim que a mãe pegou na filha mais fraca esta morre-lhe nos braços. Uma das frases que me ficou na cabeça foi a mãe ter dido que não conseguiu fazer o luto da filha, uma vez que nesse mesmo momento a outra bebé estava em risco de vida. A outra bebé acabou também por morrer.

Esta foi uma situação que me emocionou muito. Surpreendeu-me a maneira como os pais falavam do assunto, com um carinho extremo pelas filhas que já cá não estão. A lucidez com que contam a série de acontecimentos que levou à morte das duas filhas foi impressionante. A mãe criou um blogue para ajudar outras pessoas que possam estar a passar pelo mesmo.

E por agora me despeço. Volto para a semana com o melhor da televisão portuguesa. Até lá.