Quem é que sabe tudo o que se passa na televisão portuguesa? Quem é aquela pessoa que reconhece todas as personagens da novela, tem noção de todas as tramas, vibra com os apresentadores da manhã e não perde pitada do que se passa à tarde?
A avó, claro. A avó adora os canais generalistas (confessa-nos esta avó que é fã de Cristina em particular) e é uma verdadeira enciclopédia no que diz respeito à televisão portuguesa. Maria Fernanda Simões tem 75 anos e é a autora da rubrica da MAGG, “A Avó Explica”. Todas as semanas, é ela quem nos conta o que de mais interessante aconteceu na televisão.
Este é o seu oitavo texto.
A semana que passou foi farta em conteúdos interessantes que me fizeram estar pregada à televisão. O primeiro foi a presença de dois dos três embaixadores portugueses da Magnum, a Lili Caneças e Carolina Loureiro, em “O Programa da Cristina”. A elas juntou-se Rui Maria Pego e os três representaram o nosso País em Cannes. Essa conversa deu o mote para a arrumação do frigorífico e congelador, a qual achei bastante útil. Fiquei a saber que é possível arrumar um gelado no congelador, daqueles individuais, mesmo que se tenha comido só metade, desde que bem acondicionado.
Por falar em comida, gostei muito do dia à italiana no mesmo programa. Apareceram várias famílias italianas que falaram sobre a gastronomia do país com uma mesa de fazer crescer água na boca. Foi um segmento italiano autêntico que teve direito a pessoas a fazer pizza e a fazer girá-la no ar. Achei muito divertido. Devo ainda mencionar um tiramisù que me deixou colada à televisão de tão bom aspeto que tinha.
Passando da SIC para a TVI, tenho de destacar três assuntos que cativaram a minha atenção. O primeiro foi a conversa com a Márcia D’Orey, a verdadeira mulher dos sete ofícios, no “Você na TV”. Queria ser bailarina e, com 11 anos, foi para uma escola para conseguir seguir o seu sonho. Uma lesão por excesso de esforço levou a que se afastasse da dança e enveredasse pelo mundo da maquilhagem.
Foi maquilhadora de moda durante 15 anos e acredita que esta passagem foi algo natural — afinal, para as aulas de dança precisava de se apresentar bem maquilhada. Entretanto engravidou, teve duas filhas, sendo que a primeira tem síndrome de Asperger. Agora, está prestes a lançar um livro com todos esses aspetos da sua vida. Fiquei curiosa.
Outra conversa muito interessante e elucidativa aconteceu no mesmo programa entre o Sheik David Munir e o Padre António Vaz Pinto, sobre a religião muçulmana e a cristã. Entre muçulmanos e cristãos existe uma coisa em comum, as bases são semelhantes. Ambos acreditam num só Deus, a diferença é que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último profeta. Como católica que sou, achei a conversa muito esclarecedora e interessante. Acho que cada um deve ouvir, meditar e tirar as suas próprias conclusões.
Gostei ainda de um apontamento que a Maria Cerqueira Gomes fez sobre a igreja católica. Confirmou que acredita em Deus e é cristã, mas que não acredita nas pessoas que representam a igreja. Eu chego à conclusão de que há muita gente a pensar assim, eu incluída.
Passando para um assunto mais leve, mas não menos importante, devo destacar a conversa que o Quintino Aires teve sobre os telemóveis e os jovens. Disse que os pais só devem dar telefones aos filhos aos 18 anos. Eu não concordo que seja tão tarde, mas também não acho correto passar um telemóvel para a mão de uma criança. O Quintino diz que nas poucas horas que os jovens estão em casa tem que haver diálogo e interação, e que atualmente isso já não acontece por causa dos telemóveis. Este meio de comunicação serve ainda como escudo: as pessoas usam-no para dizer coisas que não têm coragem de dizer pessoalmente. Eu não poderia concordar mais com esta leitura.
O último apontamento vai para a novela “Valor da Vida” que já terminou. Como era de esperar, tudo se resolveu no último episódio. Eu gostei, mas a personagem Camilla teve um final inesperado para mim. Por ser chefe de uma organização de tráfico de órgãos acreditava que alguém a matasse, mas ela acabou por tirar a própria vida.
Achei as últimas cenas da novela engraçadas, uma vez que terminou com uma cerimónia em homenagem ao Artur na sua fazenda no Brasil. A personagem acabou por morrer, mas os familiares reuniram-se e houve uma distribuição de um livro que contava a história de vida do mesmo. Gostei muito.
Tenho de terminar com a satisfação que o meu Sporting me deu. No sábado ganhou a Taça de Portugal e proporcionou-me momentos únicos, mas também de grande nervosismo. Fiquei muito feliz, porque afinal de contas o Sporting é o nosso grande amor!
Até para a semana.