Os últimos dias têm sido de muito frio e vieram relembrar os portugueses do que é o verdadeiro inverno. As temperaturas mínimas muito baixas fizeram com que o País estivesse sob aviso amarelo na primeira semana do ano de 2021.
Com este frio repentino, a pele é um dos órgão mais afetados e, por isso, há alguns cuidados que devemos ter em consideração nesta altura do ano.
Não é novidade para ninguém que no inverno a pele acaba por ficar sempre mais seca, sendo por isso necessário adotar cuidados redobrados de forma a mantê-la bonita e saudável. Apesar de, por exemplo, ser tentador tomar banho de água quente, visto que o frio assim o pede, este é um hábito “prejudicial à pele, agravando a sua secura”, começa por explicar a dermatologista Helena Toda Brito à MAGG.
Segundo a especialista, a água quente tem o efeito de “emulsionar as gorduras”, removendo excessivamente a oleosidade natural da pele. Se o duche, além de quente, for demorado — outro hábito frequente nos dias mais frios — este efeito é amplificado, visto retirando ainda mais os óleos naturais da pele.
“Assim, ao invés de aquecer a temperatura da água do duche, é preferível aquecer a temperatura ambiente, de forma a tolerar um duche com água menos quente”, afirma Helena Toda Brito. Para além disso, a constante limpeza e desinfeção das mãos representa também uma forma de agressão para a nossa pele. Este é um hábito com o qual já nos familiarizamos e que é essencial tendo em conta o panorama atual, mas para evitar danos adicionais à pele devemos adotar alguns hábitos.
A lavagem das mãos, por exemplo, deve ser feita com água morna, utilizando um produto de limpeza suave, hipoalergénico e com pH neutro. "Segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, a temperatura da água não influencia a eficácia da lavagem no combate às infeções, pelo que se deve evitar água quente, que remove excessivamente os óleos naturais da pele e tende a secar mais a pele, sem trazer vantagem adicional em termos de proteção", refere a especialista.
Após a lavagem das mãos, devemos também secá-las suavemente com uma toalha, apenas para remover o excesso de água e sem esfregar. Ao utilizar o gel desinfetante, devemos ainda ter cuidado de o aplicar sempre sobre as mãos secas, pois “a pele húmida predispõe-se ao desenvolvimento de reações irritativas ao desinfetante, estando desaconselhado molhar as mãos previamente à sua utilização”, afirma a dermatologista.
Depois de cada lavagem ou desinfeção devemos ainda aplicar um creme hidratante. “Quanto à escolha do creme, deve optar-se por um creme com uma textura rica e de composição simples, sem fragrâncias ou outro tipo de componentes potencialmente irritativos ou alergénicos como filtros solares ou agentes esfoliantes.”
Helena Toda Brito desaconselha também a utilização de acessórios como anéis ou pulseiras visto que estes, além de dificultarem a higienização, “podem acumular água e potenciar localmente o efeito irritativo dos produtos de higiene.”
Além das dicas já mencionadas, a especialista indica ainda alguns outros cuidados a ter com a pele no inverno para a manter bonita e, acima de tudo, saudável:
- Os duches devem ser curtos (idealmente 5 a 10 minutos), usando água morna e um produto de higiene suave, que limpe a pele sem a agredir.
- Limitar a exposição da pele ao frio, usando roupa quente, vestindo em camadas, e não esquecendo a utilização de luvas e cachecol. “O ar frio e seco e o vento forte contribuem para a secura da pele, pelo que é importante proteger a pele desses agressores.”
- Evitar o aquecimento excessivo dos interiores e a aproximação excessiva das fontes de calor (ar condicionado, aquecimento, lareiras). “O ar quente e seco dos aquecimentos contribui para a secura da pele, devendo ser evitado.”
- Aumentar a humidade do ar ambiente, utilizando humidificadores ou, em alternativa, espalhando plantas ou potes com água pela casa.
- Utilizar cremes hidratantes de textura mais rica. “Da mesma forma que mudamos o nosso vestuário consoante a época do ano, idealmente também deveríamos ter esse cuidado relativamente aos cosméticos que utilizamos“, remata Helena Toda Brito.