Em Portugal, 11 a 12 mortes em cada 100 por ano são provocadas por doenças no aparelho respiratório, como a pneumonia. Estes dados são relativos ao ano de 2016 e são divulgados pela Pordata, ganhando um novo relevo nesta segunda-feira, 12 de novembro, Dia Mundial da Pneumonia.
“De forma simples, a pneumonia é uma doença respiratória, caracterizada por uma infeção pulmonar que afeta brônquios e alvéolos” diz Vítor Fonseca, pneumologista no Hospital de Cascais. Esta patologia prejudica a realização de trocas gasosas e provoca dificuldades respiratórias.
Os seus sintomas mais frequentes são a dificuldade respiratória ou falta de ar, a febre alta, a expetoração, dor no peito, dor de cabeça e sensação de fadiga. O que importa é fazer um diagnóstico atempado, dado que os todos os sintomas referidos são comuns a outras doenças do sistema respiratório, explica o médico.
Esta doença tem, na maioria dos casos, origem bacteriana, com a inalação de certas bactérias e microrganismos que “entram no pulmão e provocam uma infeção que se multiplica através do tecido pulmonar”. A pneumonia viral é outro tipo, que se desenvolve após um vírus (como a gripe) e que “provoca um quadro de inflamação pulmonar, em que os alvéolos são preenchidos por um líquido que dificulta as tais trocas gasosas. Mas este caso é muito mais raro” acrescenta o especialista.
O tratamento desta patologia difere conforme a origem, sendo tratado com antibióticos na maioria dos casos, mas também com antivirais. Dependendo da gravidade do estado do doente, será ou não necessário o internamento.
Atenção às constipações
Mais do que um dar a conhecer a doença, o Dia Mundial da Pneumonia é uma sensibilização para os cuidados a ter na prevenção desta doença.
Segundo um estudo recente, publicado este ano na revista médica "Clinical Infectious Diseases" em junho deste ano o simples ato de vacinação pode reduzir o risco de hospitalização por pneumonia em 73%. “A vacinação é algo realmente importante na prevenção desta doença, estando por isso incluída no Plano Nacional de Vacinação para as crianças e grupos de risco como doentes crónicos, mas sendo também recomendado para pessoas com idade superior a 65 anos”, afirma Vítor Fonseca. Esta medida segue a linha das recomendações internacionais.
Pelo contrário, o tabagismo, o sedentarismo e o descontrolo de determinadas doenças crónicas (como diabetes ou asma) podem aumentar o risco de contrair esta patologia. “Um estilo de vida saudável, tanto através dos hábitos como do acompanhamento médico é essencial para prevenir este tipo de doenças mais graves”, acrescenta o pneumologista.
É essencial estarmos atentos aos sinais e consultarmos um médico mesmo nas habituais constipações de inverno. “Gripes e constipações inflamam os nossos pulmões e baixam as nossas defesas, facilitando a ação da bactéria ou do vírus da Pneumonia”, alerta o médico.