Parece que não é só a moda que é cíclica, porque no universo da investigação nutricional também há tendências antigas que estão de regresso. Há uns anos diziam-nos que não podíamos comer muitos ovos por causa do colesterol. De repente, podíamos comer todos os do mundo. Agora, parece que andámos para trás. Um novo estudo, publicado na revista científica JAMA, demonstra que os ovos não são assim tão amigos da saúde do coração: a investigação quis descobrir se havia, de facto, ligação entre os danos na saúde cardiovascular e os ovos. E as conclusões apontaram na direção do sim.

Victor Wenze Zhong, o investigador à frente do estudo, analisou dados recolhidos de seis estudos observacionais anteriores, envolvendo, no total, três mil adultos dos Estados Unidos, com idade média de 51 anos. Todos eles forneceram informação relativa aos seus hábitos alimentares, bem como outros aspetos relacionados com os seus hábitos de vida, saúde ou informação demográfica. Durante 31 anos, estas pessoas foram seguidas. Mais de 6100 morreram, sendo que 5400 tiveram problemas cardiovasculares.

Repete-se aquilo que já foi dito e desmentido: o consumo total de colesterol na dieta —de fontes como carne, lacticínios e, especificamente, ovos — foram ligados a uma maior probabilidade de ter doenças cardíacas e morte prematura. A investigação concluiu que por cada meio ovo extra consumido diariamente (ou seja, um e meio por dia) — o que dá um total de três a quatro ovos a mais por semana — o risco de doença cardiovascular aumenta em 6%, sendo que o risco de morte prematura aumenta para 8%.

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“Quanto maior o consumo, maior o risco”, alerta o investigador, citado pela “Time”. “Limitar alimentos ricos em colesterol, como ovos, deve ser considerado quando queremos escolher um padrão de alimentação saudável.” Mas a gema é que é o problema. “Claras de ovos, que são uma fonte rica em proteína de qualidade sem o colesterol, podem ser utilizadas para substituir o ovo inteiro.”

O tema é controverso. É que, por outro lado, há estudos recentes que mostram o inverso: em 2016, uma investigação sugeriu que os ovos não teriam uma ligação forte com as doenças de coração. E em 2018 houve outro, publicado na revista cientifica "Heart", que disse exatamente o contrário — pessoas que comiam um ovo por dia tinham menor probabilidade de ter doenças cardíacas.

Em que é que ficamos? Enquanto estamos neste dilema, o melhor é consultar sempre o seu médico e seguir as suas recomendações, como sugere à “Time” o investigador Zhong.

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