A expressão "estado de graça" é muito ligada à gravidez, passando a ideia de que este é um período tranquilo na vida de uma mulher. E se é verdade que o pode ser para algumas, que passam incólumes pela fase dos enjoos, para quem dormir nunca é um problema e que não conseguem encontrar um único ponto negativo nos nove meses de gestação (#sortudas), a realidade pode ser bem diferente para outras.

Há quem não consiga lidar com a azia, com os enjoos matinais (que podem não se ficar só pela manhã) e com as mudanças no corpo — são os tornozelos que incham, as manchas na pele e os dentes que ficam mais fracos.

Também há mulheres que se vêem obrigadas a dizer que não ao sushi e a um bom bife mal passado e até às folhas de alface que vêm de acompanhamento. E nem vamos falar do vinho. Esse fica só para os convidados.

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Mas há mais: ao longo da gestação, há quem se queixe da dificuldade em conseguir encontrar uma posição para dormir e de ser constantemente bombardeada com opiniões e conselhos não solicitados, e bastante dispensáveis. E há, pura e simplesmente, quem não goste de estar grávida — e não, não há mal nenhum nisso.

Sem julgamentos ou filtros, a MAGG desafiou um grupo de 23 mulheres a revelarem o que mais as incomodou durante a gravidez. Espreite as respostas e, quem sabe, até pode perceber que não está sozinha.

1. "Não gosto dos primeiros três meses. Enjoo tanto que até o cheiro dos meus filhos me incomoda."
Catarina Beato, 41 anos, blogger

2. "Não poder comer carne crua ou mal passada. Não sou imune à toxoplasmose, e não consigo comer carne bem passada. Resultado: passei oito meses quase sem carnes vermelhas."
Íris Milheiro Mira, 30 anos, tradutora

3. "O cansaço, a falta de ar, um mini pé enfiado nas costelas durante três meses, a sensação que o meu corpo tinha vida própria. Mas o pior de estar grávida é já não estar grávida."
Raquel Fernandes, 35 anos, designer gráfica

4. "Ter vontade de comer tudo que não se pode, e nem saber bem o que se pode e o que não se pode. E com o evoluir da gravidez, ser cada vez mais difícil encontrar uma posição para dormir."
Cláudia Andrade, 34 anos, help desk support

5. "Os enjoos, a sensibilidade extrema a cheiros e o repouso obrigatório na reta final."
Vera Monteiro, 42 anos, desempregada

6. "Ter que ouvir dicas e conselhos de pessoas que nem eram pais ou mães. Todas as pessoas emitem opiniões."
Erica Violette, 41 anos, empresária

7. "Tive uma gravidez santa, sem enjoos, e apesar de não estar imune a nada, não tive problema em não comer determinadas coisas enquanto estava grávida. O que mais me custou foi que, de um momento para o outro, todos achavam que sabiam o que era melhor ou pior para mim. As opiniões eram uma constante mesmo sem serem pedidas e ouvi muitos comentários maldosos."
Soraia Pires, 38 anos, psicóloga

8. "Como fumadora, foi o não poder fumar, apesar de o meu ginecologista me deixar fumar três a quatro cigarros por dia. Bebia um café e escondia-me no carro a fumar. Não o fazer à frente de ninguém foi duro. Tinha uma média de três cigarros por dia, partidos ao meio, e fumados às escondidas."
Vanda Wortenboa ,50 anos, funcionária pública

9. "A dor ciática terrível que me acompanhou desde o meio da gravidez até um bom tempo depois do parto, sempre que me levantava de manhã ou durante a noite."
Eliana Graça, 36 anos, esteticista

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10. "Não poder pegar nos meus outros filhos ao colo, dado que tinha uma gravidez de risco. Eles subiam para cima de uma cadeira e abraçavamos-nos, a fingir que estavam ao colo."
Joana Marques, 35 anos, bancária

11. "O teste da glicose. Para mim, foi uma das coisas que tive mais dificuldade nas duas gestações."
Andreia Ramos, 35 anos, secretária comercial

12. "O meu único problema era querer tostas mistas e não poder comer fiambre. Também passei por uma fase em que não conseguia beber leite nem comer bananas, e enjoei melancia até hoje."
Marta Catarina Santos, 36 anos, administrativa

13. "Azia terrível até ao fim da gravidez e ficar com a cara meia inchada."
Marta Duarte, 45 anos, psicóloga

14. "A gigante sensibilidade mamária. A partir de dada altura, ate a água do chuveiro era dolorosa."
Liliana Sousa, 35 anos, professora

15. "Não gostei da mentira que foi o curso de preparação para o parto, onde era tudo um mar de rosas."
Luísa Salgado Campos, 30 anos, empresária

16. "Adorei estar grávida, mas a coisa mais chata era mesmo não poder beber álcool."
Raquel Luís, 31 anos, monitora de tempos livres

17. "Não poder comer sushi, ou saladas e crus em restaurantes."
Patrícia Ferreira Ramos, 37 anos, assessora de imprensa

18. "Tocarem-me na barriga sem pedir."
Zuri Inácio, 37 anos, rececionista

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19. "Não gostei de não poder dormir de barriga para baixo, de algumas restrições alimentares e de não conseguir apertar os sapatos."
Rute Pinto, 40 anos, psicóloga

20. "Adoro o meu filho, mas não gostei nada de estar grávida. Tive imensas complicações na gravidez, enjoos e vómitos até aos cinco meses. Enjoei o café, e até hoje não consigo beber. A partir dos cinco meses de gestação, pararam os enjoos e começou a azia."
Andreia Almeida, 40 anos, empresária

21. "A minha dificuldade foi mesmo a carga mental. A minha mente foi reduzida a uns 10% da capacidade. Eu, acostumada a falar fluentemente três línguas, dei por mim a pensar em algo e a não conseguir explicar por não encontrar as palavras. Sempre decorei as coisas, como a lista de compras, e passei a ter que anotar tudo e mais alguma coisa. Foi um pequeno inferno."
Ana Lopes, 26 anos, auxiliar

22. "A retenção de líquidos horrível que me fez inchar imenso. Na parte final só conseguia andar de chinelos de tão inchados que estavam os tornozelos e as pernas, parecia uma doente."
Paula Cruz, 49 anos, responsável de marketing

23. "Não poder comer sushi, marisco, sobremesas com ovos crus. E apetecia-me tanto mousse ou tiramisú. Mas o que me chateava mais era o estar proibida de levantar pesos. No fim, não cumpri totalmente. Era o que faltava não poder dar colo à minha filha de ano e meio 'só' por estar com outro bebé na barriga."
Débora Grilo Esteves, 31 anos, produtora