Chama-se metapneumovírus humano (MPVh), é de origem respiratória e tem afetado principalmente bebés e crianças até aos 5 anos. As novas infeções em Portugal são uma constante e estão a chegar às 100 por mês, de acordo com dados divulgados pela CNN. Ao todo, desde o último trimestre de 2022, foram já detetados 867 casos de metapneumovírus humano.
Este vírus tem um período de incubação que vai dos três aos seis dias, e este ano de 2023 já levou a um aumento dos internamentos hospitalares em pediatria. Os sintomas incluem, como na maior parte dos vírus respiratórios, tosse, febre, corrimento nasal e risco de infeções. "O mais frequente é não se chegar a uma situação de doença grave. Em bebés mais pequenos é que há um maior risco de gravidade”, explicou Hugo Rodrigues, pediatra na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, citado pela CNN.
Desde 2019, o vírus foi mais predominante em crianças e idosos, apesar de, no período da pandemia, terem surgido mais casos em mulheres adultas e pessoas com mais de 50 anos, como diz um estudo publicado na revista científica “Journal of Infection”. Tem sido notícia em vários países o crescimento de casos, como a Austrália e os Estados Unidos. Ainda assim, os profissionais de saúde afirmam que não há motivo para preocupação, tendo em conta que o aumento do número de casos resulta também de uma maior testagem.
O metapneumovírus torna-se mais perigoso quando coincide com outros vírus no corpo, conforme explicou Manuel Ferreira de Magalhães, pediatra da Unidade de Pneumologia Pediátrica do Centro Materno Infantil do Norte, em entrevista à CNN. Trata-se, sobretudo, de “um fenómeno que possivelmente já existia e possivelmente estaria subdiagnosticado antes” de se começar a testar com mais frequência, acrescenta Hugo Rodrigues.
A circulação de metapneumovírus acontece em maior grau nos meses de inverno, mais concretamente entre outubro e fevereiro, relata a CNN. Atualmente, ainda não existe nenhuma vacina para o vírus.