A rede social Tik Tok tem sido palco de vários desafios virais e perigosos. Recentemente, o desafio fumar “cigarros de cotonetes” tornou-se tendência. Vários adolescentes brasileiros e portugueses aparecem a inalar o fumo de um cotonete previamente aceso. “Fumei tanto cotonete que viciei”, “Eu com 10 anos a fumar cotonete", “eu fiz isso e estou rouca e com dor de cabeça”, “Fui testar e quase morri” pode ler-se em algum vídeos.
Alguns jovens portugueses repetem o desafio nas escolas onde, para além do cigarro improvisado de cotonete, enrolam papel com ervas lá dentro, de acordo com a revista "Sábado". Ainda assim, há também os que usam o TikTok para alertar para as consequências deste desafio. “Vocês que estão a fumar cotonete saibam que também dá cancro”, “Espero que isto não se viralize”, entre outros vídeos.
"Está cientificamente comprovado que a parte carbonizada, inalada, provoca alterações nas células, que protegem os pulmões. Podem contribuir para o aparecimento de cancro", disse em entrevista à revista “Sábado” o pneumologista pediátrico Manuel Magalhães, citado pela CMTV.
Nos últimos meses, vários utilizadores do TikTok têm aderido a este tipo de desafios. Em setembro deste ano, cozinhar frango com xarope tornou-se viral, apesar de este medicamento, quando cozinhado, provocar danos sérios para a saúde de quem o prova, mas também de quem o inala. Foi também um desafio lançado nesta plataforma digital que levou à morte de Archie Battersbee, um menino de 12 anos, bem como de Leo Brown , 14 anos.
“A detecção deste tipo de desafios é muitíssimo mais simples do que a detecção de desinformação e totalmente viável com a tecnologia atual", referiu Álvaro Reis Figueira, professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e membro do INESC-TEC, em entrevista ao jornal "Diário de Notícias" acrescentando que desafios como o BlackOut Challenge podem ser censurados pelo TikTok.