Em 2019, a vida de Sandra Miranda mudou. Depois de ter o primeiro filho, nunca mais menstruou, mas, de forma inesperada, voltou a engravidar. Foi só depois da chegada da segunda criança que tomou a iniciativa de consultar um médico e tentar perceber o que se passava.

Sempre foi uma pessoa saudável, idas aos hospitais nunca fizeram parte da sua rotina e tudo levava a crer que nada de grave se passasse. Apesar de achar estranho a falta da menstruação, esperou que após a segunda gravidez a situação voltasse ao normal, mas tal não aconteceu. Depois uma consulta de obstetrícia, foi encaminhada para um neurologista e após alguns exames chegou o diagnóstico. Aos 33 anos, Sandra ficou a saber que tinha um tumor na cabeça e desde esse momento a vida nunca mais foi a mesma.

Para evitar a menopausa precoce, fuja do stress e rodeie-se de espaços verdes
Para evitar a menopausa precoce, fuja do stress e rodeie-se de espaços verdes
Ver artigo

À MAGG, Sandra Miranda explica que foi difícil perceber o tipo de tumor que tinha. Inicialmente pensou-se que poderia ser um adenoma — um tumor de modo geral benigno, formado por tecido glandular, e mais facilmente tratável — , só que o facto de ser de difícil acesso, uma vez que se localizava no centro da cabeça e muito perto da hipófise, fez com que nunca se equacionasse uma cirurgia para o retirar.

Contudo, o tipo de tumor continuava a deixar dúvidas através dos exames que foram sendo feitos, e Sandra teve de ser sujeita uma biópsia para se perceber realmente do que se tratava. Nessa operação, o médico acabou por verificar que conseguia tirar um pouco do tumor, mas como o acesso ao mesmo era difícil, o especialista acabou por tocar na hipófise durante a intervenção. Como consequência, Sandra ficou com problemas hormonais que a acompanham até hoje.

Calores e afrontamentos, cansaço extremo, forte inchaço nas pernas, insónias e alterações de humor são sintomas que passaram a fazer parte do dia a dia de Sandra, que, aos 33 anos, e, com dois filhos pequenos, passou a viver com uma menopausa precoce. "Eu tenho hipopituitarismo, que é uma doença que se tem quando há um défice de três ou mais hormonas", explica, referindo o quão difícil foi que no trabalho percebessem todos os sintomas que esta doença causava, bem como o facto de se encontrar numa menopausa precoce.

A nível profissional, Sandra trabalhou durante vários anos no Reino Unido, na área da hotelaria, mas, quando decidiu voltar para Portugal, foi numa clínica dentária que encontrou a sua vocação enquanto assistente. Como a grande maioria dos portugueses, tinha um emprego a tempo inteiro e tinha de andar durante várias horas de transportes públicos.

"Estava tão stressada e cansada que desmaiava nos transportes públicos"

Os problemas de saúde pelos quais passou fizeram com que se tornasse insustentável continuar com esta rotina e Sandra optou por mudar de vida. "Optei por sair desse trabalho para tomar conta de mim. Com a operação e a toma de medicação, tomo muito cortisona, isso faz com que fique muito cansada, inchada, principalmente no verão, e em épocas de maior stresse tinha ainda de compensar com doses maiores de medicação. Estava tão stressada e cansada que desmaiava nos transportes públicos."

A altura em que decidiu deixar o trabalho coincidiu com o início da pandemia e, apesar de parecer estar tudo a correr mal na vida de Sandra, os obstáculos deram-lhe força para encontrar uma nova vocação e dedicar-se a algo de que realmente gostasse. "Nunca me vitimizei, não é uma coisa que goste de fazer e tento pensar sempre positivo. Aprendi com isto, já sei o que tenho, agora é recuperar e aprender a viver novamente. E aprender a viver com isto é tomar conta de mim e fazer com que eu tenha o meu próprio trabalho para poder gerir o meu esforço", explica, referindo o quão difícil foi passar por todo este processo com dois filhos pequenos em casa.

Sandra Miranda sempre foi uma pessoa muito organizada, mas depois de ser mãe, e com as exigências da vida profissional, percebeu que era preciso um esforço redobrado para continuar a ter tudo no sítio e que, por vezes, essa vontade nem sempre aparecia. Fechada em casa, decidiu procurar vários cursos online que lhe permitissem adquirir mais conhecimento e um dos que mais a chamou à atenção foi o de organizadora.

Gostava de ter a casa organizada, mas sem ter de se preocupar com isso? A Sandra resolve

"Fiz esse curso e como não sou uma pessoa de ficar à espera decidi avançar logo com o meu próprio negócio", afirma referindo que a criação da página nas redes sociais foi o primeiro passo. Seguiu-se o site, onde a especialista vai agora partilhando todos os seus projetos. Atualmente a área de atuação resume-se maioritariamente à zona de Lisboa e Vale do Tejo, mas os preços e serviços podem sempre ser reajustados a qualquer zona do País.

7 dicas inspiradas no Feng Shui para criar uma zona de trabalho em casa que o torna mais produtivo
7 dicas inspiradas no Feng Shui para criar uma zona de trabalho em casa que o torna mais produtivo
Ver artigo

Organização residencial, transformação de espaços e consultoria online são alguns dos serviços que Sandra tem disponíveis. Se gostava de ter a sua casa organizada, o processo é simples.

O primeiro passo é entrar em contacto com a profissional através das redes sociais ou do e-mail (info@sm-organiza.pt) e agendar uma visita técnica. Após visitar o local e avaliar o espaço, Sandra faz um planeamento onde coloca o número de horas de projeto e o valor do mesmo, com ou sem produtos organizadores. De seguida, será agendada a data do projeto conforme disponibilidade do cliente.

Durante o confinamento, teve de se ajustar e todo este trabalho é feito à distância. "As pessoas fazem a maior parte do trabalho físico, mas sou eu que faço o planeamento, dou as guias todas e vamos fazendo juntos online".

Segundo Sandra, o facto de estarmos cada vez mais em casa fez com que as pessoas se preocupassem mais com organização e até com as energias das quais podemos beneficiar ao organizar as coisas de uma determinada forma. Deste modo, trabalha com base na arte do Feng Shui para que os espaços onde trabalhamos ou estamos possam influenciar de forma positiva os nossos sentimentos. "A paixão pelas energias é algo já antigo, que sempre fez parte de mim e de que sempre gostei, mas ultimamente reparei que há muito mais pessoas interessadas nisto", remata.