Em tempos, Mariana Martinho, de 33 anos, já foi estrela em "Morangos com Açúcar", e ainda em "Uma Aventura na Casa Assombrada", juntamente com a irmã gémea, Margarida Martinho. Hoje, é fundadora da marca Ego Selfcare, de tapetes de yoga, mas tal como a mesma faz questão de frisar, o projeto "é muito mais do que tapetes de yoga".

"Eu não gosto de dizer que é uma marca de tapetes de yoga, porque não é, é muito mais do que isso, é intenção, é crescer no sentido de inspirar um maior número de pessoas. Obviamente que o tapete é uma materialização, porque incentiva efetivamente as pessoas a praticar desporto, mas a marca pretende chegar a mais pessoas, e de diferentes formas".

O projeto, lançado em dezembro de 2022, surgiu do desejo de Mariana de mostrar que não existe nada de errado em tirarmos tempo para nós próprios. "A ideia vem de uma vontade muito grande minha de incentivar as pessoas a cuidarem de si, a tirarem tempo para si, porque apercebi-me que realmente a vida corre tão rápido. Nós andamos constantemente numa correria, numa azáfama tão grande, que acabamos por nunca sermos a nossa prioridade".

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"Acabamos por nunca estar sozinhos conosco, de ter tempo para nós, e eu acho que é muito importante termos noção de que temos de cuidar de nós antes de cuidarmos dos outros, e a pandemia também veio realçar esta necessidade de pararmos. Não é por acaso que se fala tanto de saúde mental, este é um tema que está tão em voga hoje em dia, porque de facto nós aceleramos tanto que também temos de parar um bocadinho", explica a também influenciadora de viagens.

"Primeiro colocar a máscara do adulto, e só depois ajudar as crianças"

Tal como Mariana refere, a palavra "ego", de egocêntrico, é uma palavra com uma conotação má, mas se formos às suas raízes, ao latim, ego significa apenas 'eu', e egocêntrico, 'eu no centro'. "Esta ideia de nos colocarmos em primeiro não é necessariamente uma atitude egoísta, há muito aquela expressão do 'selfcare is not selfish' (cuidarmos de nós não é egoísta), e de facto não é", afirma. "A marca surgiu efetivamente desta vontade minha de incentivar as pessoas a olharem para si, a cuidarem de si, tanto que o nome vem também a esse encontro".

Mariana vai ainda mais longe, oferecendo um exemplo prático, de como este seu mote se aplica inevitavelmente nas nossas vidas. "Costumo dar um exemplo que acho super interessante: num avião, quando as máscaras caem e nos dão as instruções de segurança, dizem sempre: 'primeiro colocar a máscara do adulto, e só depois ajudar as crianças'. Isto era uma coisa que eu ouvia quando viajava e pensava, 'mas isto não faz sentido nenhum, quer dizer, primeiro as crianças, elas precisam mais, elas não sabem'. Isto acaba por ser uma metáfora muito engraçada, e uma comparação que nos faz pensar, porque se de facto nós não estivermos bem, nunca vamos conseguir cuidar dos outros. É esta ideia que eu defendo, e o ego vem daí", conta.

Da paixão pelo yoga à materialização de um ideal

"Já pratico desporto há muito tempo, sempre fiz ballet clássico, portanto esta noção de movimento e consciência corporal tive-a desde sempre. Pratiquei ballet durante 16 anos, fui deixando esta prática e fui-me apaixonando pelo yoga, por ser algo que também é muito conectado à mente, não é só o corpo, é também uma forma de viver e de estar, e de facto apaixonei-me pelo yoga porque me trouxe uma paz muito grande, e continuo a praticar diariamente".

Mariana conta à MAGG que quando começou a fazer esta prática, depois de ter frequentado um retiro de yoga em 2017, sentiu diferenças no seu dia a dia, e na sua vida. "Senti que teve um impacto grande na minha forma de estar, senti-me uma pessoa mais calma, mais conectada, também um bocadinho mais espiritual, vá". 

"Essencialmente, este projeto vem, não só da paixão pelo yoga, mas sobretudo por esta vontade de dizer às pessoas para cuidarem de si. As pessoas têm de perceber que não podemos cuidar dos outros sem cuidar de nós primeiro, então vem muito deste mote que a marca surge", explica.

Para além da mensagem que Mariana pretende espalhar com o seu projeto, também os próprios tapetes são sustentáveis, e amigos do ambiente. "Os tapetes são feitos de cortiça, em Portugal, são um produto 100% português, e sustentável", afirma a amante de yoga que, estando inserida no mundo desta prática, se apercebeu de que as pessoas tinham a tendência para optar por produtos mais baratos, com menos qualidade, e menos duradouros.

"Gostando e praticando yoga, e sendo eu também consumidora de tapetes de yoga, percebi que as pessoas compram muito, e mal. Acabamos por ter aqueles tapetes de yoga que se esfarelam, depois vamos comprar outros, e enfim, há tapetes realmente muito baratos, mas não são de boa qualidade, e contribuem para uma indústria de plástico, que nem vale a pena falar sobre os danos que causa ao nosso ambiente. Com a prática de yoga cada vez a ter mais pressão, acho que é importante comprarmos cada vez menos e melhor, ainda mais sendo o yoga uma prática tão conectada com a natureza, com a sustentabilidade, com o sermos conscientes. Também a compra deve ser feita de forma consciente, e portanto este tapete dura uma vida inteira, e vai reduzir esta compra múltipla de tapetes baratos que tendemos a fazer".

Assim, Mariana clarifica ainda as diferenças que os tapetes da sua marca oferecem ao mercado. "Distinguem-se no facto de durarem uma vida, a cortiça é um material que já conhecemos, super resistente, duradouro, não absorve o suor, portanto é o material ideal para tapetes de yoga, e tem uma inovação, é que um deles mistura a cortiça com restos de sola de sapato da indústria portuguesa, sendo assim totalmente reciclável, o que cria aqui um maior atrito, que é uma das características que os profissionais de yoga procuram nos tapetes, é esta aderência para não escorregar. A mistura destes dois materiais acaba por ser uma inovação".

É possível encomendar os tapetes através do site, onde consegue encontrar três diferentes modelos, o "Wild"(90€), o "Clarity"(90€), e ainda o "Resilient"(85€), sendo este último o tapete inovador feito com borracha reciclada da indústria de calçado portuguesa.

As viagens e o trabalho atual

Apesar do anterior percurso de atriz, Mariana formou-se em Gestão e Administração, tendo frequentado um mestrado em Londres, onde viveu e trabalhou cinco anos na sua área de estudo. Atualmente, trabalha em produção de cinema, em paralelo com a sua marca, a Ego Selfcare, mas revela ainda outra vocação.

"Em 2020 tive aqui uma viragem. Achei que devia aprender mais sobre nós (pessoas), e fiz um curso de health coach, na área da saúde, para aprender sobre o funcionamento do nosso corpo, sobre o que devemos comer, o que não devemos comer, e para mim foi aqui o meu ponto de viragem, foi realmente entender que a nossa sociedade não nos ensina coisas que são tão importantes como a forma como nos devemos alimentar, a forma como devemos cuidar de nós, e este curso veio aqui realmente mudar a forma como eu penso, e foi a partir daqui que eu tive vontade de seguir uma carreira mais na área de bem-estar, sendo que este projeto vem daí".

"Neste momento, metade do meu tempo dedico à produção de cinema, que é uma área que eu também gosto muito, dá-me aqui esta pica de fazer acontecer, e balanço muito com o projeto da Ego". Mas não só, porque as viagens, que tanto gosta de fazer, não ficam esquecidas no caminho. "Gosto muito de viajar, é uma das coisas que nos define muito, ter mundo, conhecer outras culturas, conhecer outras formas de estar, tudo isto contribuiu para o meu projeto, porque a energia, a vontade que nós colocamos, a forma como estamos num projeto acaba por ser muito a imagem daquilo que nós somos, por isso isto é muito tudo isso que eu já vivi".

De forma a conciliar o trabalho com as viagens, Mariana Martinho conta que planeia as mesmas de formas "mais estratégicas", normalmente quando "o mercado está um bocadinho mais parado", conta. "Acabo por viajar mais nos meses de janeiro, fevereiro, mas até em fins de semana prolongados, é uma coisa que já está implícita na minha rotina, tento sempre sair o máximo que posso e não me acomodar muito".

A influenciadora não termina, porém, sem voltar a referir como todos estes detalhes e aspetos da sua vida inspiraram a criação da sua marca, que é "um projeto fruto da minha criatividade e das minhas ideias", partilha.

"No futuro, o objetivo é criar eventos que proporcionem então um momento para as pessoas pararem, porque o projeto é exatamente sobre isso, e portanto tudo o que for feito, tanto a nível de produtos que se vão vender através da plataforma, como experiências, todas elas vão ter um objetivo final comum, que é a pessoa estar com ela própria, com tempo para si, a cuidar de si, e o nome da marca vem daí também, o Ego Selfcare", conclui Mariana Martinho.

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