Não há nada como um bom casaco de cabedal no outono/inverno e um vestido de algodão nos dias mais quentes de verão. Mas será que essas peças de roupa são tão boas para o ambiente como para o nosso estilo? Provavelmente não.
Com um consumo de cerca de 80 mil milhões de peças de roupa por ano e com cerca de 155 milhões de euros em roupa a acabar em aterros sanitários, restam poucas dúvidas sobre a posição da indústria da moda como uma das mais poluentes do mundo.
Sendo esta uma área que nunca vai ter um fim, de que forma é que nós, consumidores, podemos ajudar a que esta tenha um menor impacto ambiental? A escolha dos tecidos certos pode ser o primeiro passo. E numa altura em que cada vez mais marcas têm esta preocupação e lançam peças de roupa — e até coleções — com tecidos sustentáveis, já não há desculpa para não ajudar o planeta.
Mas esta escolha pode ser mais difícil do que se pensa, porque as variáveis para definir se um tecido é realmente sustentável ou mais sustentável do que outro, são mais do que muitas. A água usada para a confeção e a energia usada para a produção são alguns dos fatores a ter em conta e que não são acessíveis ao consumidor comum.
Tendo em conta os principais fatores, os melhores tecidos para o ambiente são os reciclados, como o poliéster reciclado, por exemplo, e os que são feitos à mão em celulose, com origem nas plantas, e em fibra vegetal, também com origem em plantas, mas com um tronco ou caule lenhoso.
Já os piores, são o algodão, que apesar de ser uma fibra natural e biodegradável, está na lista dos piores pela quantidade de água que é necessária para a sua produção, os materiais sintéticos, como o poliéster, nylon ou acrílico, por não serem biodegradáveis e por serem produzidos com petróleo, e materiais derivados de animais, como a lã, a pele e o pêlo.
Para conseguir tomar uma decisão mais informada e consciente, além de saber quais os melhores e os piores tecidos, há que ter também em conta cinco elementos:
Materiais — seguros e desenhados para serem reusados e reciclados;
Economia — crescente, circular, partilhada e que beneficie todos;
Energia — renovável e pura;
Água — pura e disponível para todos;
Vidas — condições de vida e de trabalho justas, seguras e dignas.
Além de identificar os materiais e pensar bem antes de comprar, há outras coisas que pode fazer para reduzir o impacto no ambiente. Segundo o Fashion For Good — um site dedicado à moda sustentável—, ao usar as suas roupas mais nove meses do que o normal, pode estar a reduzir o gasto de água até 30%. Lavar a roupa com água fria e optar por um ciclo mais rápido, também ajuda, pois gasta metade da energia.