Afinal, parece que os nossos telemóveis estão sempre à escuta. Pelo menos, foi isso que ficou patente através de uma fuga de informação do Cox Media Group (CMG), um parceiro de marketing do Facebook, na qual uma apresentação de diapositivos foi divulgada e parece confirmá-lo, segundo o "Daily Mail".

A apresentação do grupo fala sobre um alegado software usado para o efeito, intitulado Active-Listening (algo como escuta ativa, em português). Este recorre a inteligência artificial para recolher e analisar "dados de intenção em tempo real" a partir dos microfones de dispositivos como smartphones, computadores portáteis e assistentes domésticos.

Trocando por miúdos, este programa ouve as conversas dos utilizadores e combina esses dados com informações comportamentais para conseguir apresentar-lhes anúncios específicos. Por exemplo, se um utilizador falar sobre carros de uma marca, o mais certo é que comece a cruzar-se com anúncios dessa mesma marca. O processo, segundo a mesma publicação, passa por seis etapas.

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Falta saber se o software está constantemente a ouvir aquilo que dizemos ou se o faz apenas em momentos em que o microfone está ligado, como durante chamadas, algo que a apresentação da empresa não especificou. No entanto, a CMG alegou que a escuta ativa é legal e frequentemente incluída nos acordos de termos de uso de aplicações e atualizações.

Além do Facebook, a apresentação do CMG dizia que a Google e a Amazon utilizavam, alegadamente, este software para seu proveito. Como tal, a divulgação desta informação levou a reações significativas destas empresas: a Google terá retirado o CMG do seu grupo de parceiros e a Amazon veio desmentir alguma vez ter trabalhado com este grupo em anúncios.