Koo. Lê-se "cu" e, por isso, quer em português de Portugal quer no do Brasil, a piada faz-se sozinha. Ainda assim, é com humor que as celebridades que decidiram abrir conta nesta rede social, uma alternativa ao Twitter da era Elon Musk, anunciam a sua chegada ao Koo (cujo nome não é mais do que a reprodução do piar de um pássaro, símbolo da plataforma).
Felipe Neto, o segundo maior youtuber brasileiro (conta com 44,5 milhões de subscritores na plataforma de vídeos), também já chegou ao Koo. Num hilariante vídeo de agradecimento, por já ter verificação na sua conta, o influenciador digital (e ex-namorado de Bruna Gomes), mantém um semblante sério enquanto repete várias vezes a palavra "Koo".
"Quero agradecer do fundo do coração a todas as pessoas que entraram no meu Koo hoje. Eu abri o Koo pela primeira vez hoje, foi o dia em que o Brasil ficou sabendo dessa nova rede social e mais de 135 mil pessoas entraram lá no meu Koo. Foi tão bacana que até o CEO do Koo me mandou uma mensagem, falando que o site vai sair em português. Eu ganhei um selinho no Koo. O meu Koo foi o primeiro a receber o selinho de verificado de um brasileiro. Fiquei muito honrado, muito obrigada a todo o mundo que está lá no meu Koo. O link está aí, a quem quiser ir lá me seguir. Tenho a certeza de que você vai gostar do meu Koo". Menos de 24 horas depois de aderir à rede social indiana, Felipe Neto já tem quase 250 mil seguidores.
Já Nuno Markl, que já conta com 146 seguidores no Koo, disse que aderiu à rede social por sugestão do influenciador digital Wandson. "Ainda estou a avaliar todas estas novas redes sociais e entretanto, por sugestão do Wandson, abri o meu Koo. Vão lá ver o meu Koo, malta."
Criada em 2019 pelos empreendedores indianos Aprameya Radhakrishna (atual CEO da empresa) e Mayank Bidawatka, Koo começou por ser uma plataforma de microblogging (com um visual semelhante ao Reddit), evoluindo depois para o formato rede social quando, em 2020, foi lançada a aplicação.
A rede social tornou-se uma alternativa ao Twitter na Índia quando, em 2021, o governo daquele país exigiu à rede social então liderada por Jack Dorsey que banisse várias contas de ativistas, jornalistas e políticos acusados de espalhar desinformação. Neste braço de ferro com o Twitter, vários políticos indianos decidiram abrir contas no Koo, o que fez com que a plataforma ganhasse ainda mais popularidade. A Nigéria também é um país onde esta rede social se tornou uma alternativa ao Twitter, banido desde junho de 2021, após a eliminação de um tweet do presidente daquele país, Muhammadu Buhari.
Três semanas depois de ter comprado o Twitter por 44 mil milhões de euros, Elon Musk tem tomado uma série de decisões drásticas, muitas incompreensíveis, que deixam muitos utilizadores daquela rede social apreensivos: além de ter despedido parte dos quadros superiores da empresa e de exigir aos colaboradores que trabalhem "longas horas a alta intensidade", o empresário promete agora decidir se deixa Donald Trump regressar à rede social com base numa sondagem. "Vox Populi, Vox Dei" ("A voz do povo é a voz de Deus", em latim), escreveu ainda o CEO da rede social.
O ex-presidente dos Estados Unidos, e agora recandidato à Casa Branca, foi banido em janeiro de 2021 "devido ao risco de mais incitação à violência”, como comunicou a plataforma na altura.
Com um grafismo simples, a rede social Koo permite fazer posts com texto, imagens, vídeos, hiperligações, sondagens, áudios e ainda gifs (imagens animadas).