Cristina Ferreira manifestou o seu desagrado com a forma como a TVI é retratada em alguns meios de comunicação social. E fez questão de o expressar na passada segunda-feira, durante uma conferência de imprensa na qual estiveram presentes os novos rostos do daytime (Cláudio Ramos, Maria Botelho Moniz e Manuel Luís Goucha).

A diretora de Entretenimento e Ficção da estação de Queluz de Baixo afirma que muitas das notícias que se têm escrito sobre as suas decisões na TVI são na maior parte, enviesadas. "Tenta-se ter aqui uma campanha que é mais destrutiva do que construtiva do futuro da TVI. Muito pouco se fala desta aproximação que já existe em relação à SIC e que foi invertida em muito pouco tempo. E eu acho que está na hora da imprensa perceber que não se muda uma estação de um dia para o outro e que, para haver estas mudanças, é preciso trabalhar durante muito tempo", diz Cristina Ferreira.

Vamos a dados factuais. Aos números.

Em outubro de 2019, a SIC liderava as audiências dos canais generalistas, com 22,5% de share. A TVI registava 15,6%, a RTP1 14,6% e o conjunto de canais de cabo 43,5%. Um ano depois, o cenário é diferente. No passado mês de outubro, a SIC (que continua a liderar) registou o pior mês desde agosto de 2019, com 18,7% de share. A TVI fechou o mês com 16,5%, uma queda de 0,2% em relação a setembro, o melhor mês do ano. A estação de Queluz de Baixo tem vindo a subir consecutivamente desde março de 2020. A RTP1 ficou no 12,5% e o conjunto de canais de cabo fez 37,1% de share.

Na mesma conferência de imprensa, Cristina Ferreira desmentiu também que o salário de Fátima Lopes (que a partir de janeiro sai das tardes da TVI) tenha sido reduzido. "Esta é uma palavra que vos dou, eu e o Nuno [Santos, diretor geral da TVI]. Não se mexeu um cêntimo no ordenado da Fátima. Zero".

A responsável da TVI continua, afirmando que "tem sido muito triste aquilo que tem sido feito em relação à TVI." "Não há quase diariamente uma notícia que fale daquilo que é construído dentro desta estação. E eu sei que a culpa é minha porque é moda bater na Cristina. E dá muito mais jeito tentar deitar abaixo um trabalho que está a ser construído. Porque, se forem fazer uma comparação com as audiências de há um ano, percebem a diferença e aquilo que se conquistou desde agosto até agora. Vai correr bem? Isso agora é outra coisa. Agora, que há um trabalho a ser feito e que nós, enquanto direção, temos feito muito já para que o público esteja cada vez mais connosco, isso é inegável", afirma.

A apresentadora da TVI faz questão de salientar que é necessário um "trabalho mais construtivo". "Não só comigo mas também com a SIC. A própria Raquel [Tavares] que está a apresentar o 'Domingão', ainda este domingo levou na cabeça a torto e a direito porque supostamente não é apresentadora. Porque é que é preciso fazer isso? Fazer uma critica construtiva não é falar bem. É ter noção e avaliar as coisas como elas são", apela.

"Só houve um projeto de que não gostei muito, o 'Prémio de Sonho'"

Em janeiro de 2021, a programação da TVI vai mudar. Alguns dos formatos já são conhecidos, bem como os programas que Cristina Ferreira vai conduzir: o talent show "All Together Now" e "Cristina ComVida", um formato que a apresentadora já tinha proposto à TVI em 2014. Sobre se "Dia de Cristina" vai desaparecer da grelha de programação em 2021, a apresentadora deixa a dúvida no ar.

Voltando ao passado e ao projeto "Cristina ComVida", a apresentadora explica que, ao contrário do que se pensava, esse formato não foi adaptado para "O Programa da Cristina", que apresentou entre janeiro de 2018 e julho de 2019 na SIC. "O 'Programa da Cristina' é apenas uma inspiração baseada [nessa ideia]. A grande marca é a casa que implementámos ali e que está também ela registada no 'Cristina ComVida'", diz. O formato, sobre o qual pouco se sabe, foi em 2014 registado em nome de Cristina Ferreira e João Patrício, realizador e atual elemento da equipa da apresentadora, e que também a acompanhou nas duas mudanças (primeiro da TVI para a SIC e, depois, no caminho inverso).

"Estando lá os dois, é evidente que a poderíamos usar da forma que entendêssemos. Só que há muito para lá daquilo que nós fizemos na SIC e que não aplicámos. Este formato, quando o apresentámos na TVI, foi apresentado para um horário especifico, que não foi aquele que teve depois do outro lado. Decidimos, agora que voltámos, que podemos tirá-lo da gaveta estes anos depois", explica. Seis anos depois, Cristina Ferreira continua a a acreditar que tem de por em prática esta ideia. “Até por aquilo que vocês não conhecem do 'Cristina ComVida' (risos)!".

"Em tudo o que Cristina Ferreira toca, sentimos um efeito imediato"
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Este sábado, 28 de novembro, Cristina Ferreira volta a estar nas tardes da TVI ao lado de Manuel Luís Goucha, para uma emissão especial que, na semana passada, liderou este horário, que é pouco habitual na carreira da apresentadora. "Sou muito feliz a fazer televisão, seja num especial de sábado à tarde, seja num 'Apanha Se Puderes' às 7 da tarde, seja num especial de domingo, seja num programa da noite", afiança.

Cristina Ferreira revela ainda que, "em 17 anos de televisão", só houve um formato do que não gostou. E acontece há pouco mais de um ano, na SIC. "Só houve um projeto que não gostei muito e que fiz recentemente, o 'Prémio de Sonho'". E explica porquê: "Porque não combinava comigo. Não foi um projeto que eu quisesse fazer, foi um projeto que me pediram para eu fazer e que eu aceitei, como é obvio, e tentei fazer da melhor maneira. Mas não foi uma coisa que me deu gozo fazer", afiança. "Prémio de Sonho" esteve no ar na antena da SIC entre agosto e outubro de 2019.