Inspirar pelos bons exemplos e transmitir mensagens positivas. É assim que Catarina Furtado descreve "É Urgente o Amor", o seu mais recente programa da RTP, em entrevista por telefone à MAGG. O projeto, tal como conta, foi idealizado por si tendo em mente a ideia de que "os conteúdos devem sempre servir de inspiração e enaltecer o melhor do ser humano". Especialmente os de entretenimento, como é o caso.
É isso que a apresentadora pretende fazer, dando palco, um pouco por todo o País, a quem queira homenagear pessoas ou instituições. "Vamos tentar utilizar as boas histórias para influenciar e inspirar as pessoas. Uma pessoa que queira surpreender alguém, seja por que razão for, fá-lo como forma de agradecimento e o que nós fazemos é produzir esse momento durante o programa", explica.
No fundo, a equipa de "É Urgente o Amor" percorreu o País em busca de pessoas que quisessem prestar uma homenagem e um agradecimento público a alguém que considerassem merecedora desse "gesto de amor".
E os tipos de história podem ser várias, como, por exemplo "a de uma filha que quer agradecer à mãe anos de sacrifícios e de vida dura". Seja qual for a história, Catarina Furtado assume o compromisso de "nunca sublinhar o negativo da história, mas sim enaltecer pela positiva". Mesmo que as histórias de vida contadas no programa sejam, pelas mais diversas razões, duras.
"No caso de uma história que envolva uma doença oncológica, por exemplo, não vamos escarafunchar a doença da pessoa, mas sim trazer alguém que a queira homenagear pela força que tem demonstrado", refere. Nesse sentido, considera que "É Urgente o Amor" talvez vá no sentido contrário face àquilo que se faz atualmente em televisão, na medida em que "não alimenta o lado mais triste e frágil" de quem quer que seja. "Não é exposição gratuita", reforça.
E os homenageados podem ser instituições, uma pessoa ou um grupo de várias pessoas. Uma das histórias, confidencia Catarina Furtado, diz respeito a um "doente que esteve durante muito tempo ligado às máquinas e que, quando acordou do coma, quis agradecer a toda a equipa que cuidou dele" enquanto esteve no hospital.
A música como fator integrante do programa
Cada programa será composto por uma série de histórias, cinco no total, cujo momento final termina com a surpresa — que será sempre construída indo ao encontro da personalidade de quem é homenageado. "A surpresa é embalada em vários fatores, em que um deles é o da música", diz. A escolha não vem ao acaso já que, continua, é a arte que "fala uma linguagem de amor transversal" a qualquer língua ou cultura. Para cada história, haverá uma canção e músicos portugueses a tocá-la.
"Foi também uma forma que encontrámos de promover os nosso cantores", refere a apresentadora. Se a pessoa homenageada gostar de um cantor ou de um banda em específico, a produção tentará que eles façam parte da homenagem.
Em plena pandemia e numa fase em que o processo de vacinação acelera, aumentando a esperança coletiva de um regresso a uma possível normalidade, a apresentadora tem noção do impacto de um programa que reforce ideais que contrastem com o caso da COVID-19.
"Enquanto comunicadora, quero inspirar pelos bons exemplos e também ensinar o sentido da gratidão, que muitas vezes é esquecido pelas pessoas. Já assisti a tanta violência na vida, que acredito ser necessário darmos valor às coisas, às pessoas e à paz que temos, apesar da pandemia. Talvez depois disto [referindo-se à pandemia], possamos todos estar um bocadinho mais sensibilizados e atentos uns aos outros", diz.
"Fazer este programa devolveu-me à rua, porque gosto muito de sair do estúdio e da proximidade com as pessoas. Permitiu-me voltar a viajar pelo País e trouxe-me a convicção de que é este o caminho que quero seguir". Pelo lado positivo da vida.
É com esta missão de "reforçar noções de empatia" e de "gratidão", que "É Urgente o Amor" vai ocupar a grelha do horário nobre dos sábados da RTP.
O primeiro episódio da nova aposta do canal estreia-se a 17 de julho, às 21 horas.