A grande final do "The Voice Portugal" aconteceu este domingo, 3 de janeiro, e contou com a presença de 5 finalistas que impressionaram os mentores e Portugal desde o primeiro dia. Esta edição caraterizou-se por ter concorrentes com muito talento, mas só cinco puderam subir a palco este domingo.
À final chegou Luís Trigacheiro, concorrente de Marisa Liz, Diogo Leite, da equipa Diogo Piçarra, Tiago Barbosa e Miguel e João, concorrentes de Aurea, e Tiago Silva, da equipa de António Zambujo. Após as primeira votação do público, ficou-se a saber o 5º (Diogo Leite) e o 4º (Miguel e João) classificados da final. A noite seguiu com o top 3 composto por Tiago Barbosa, Luís Trigacheiro e Tiago Silva sendo o duelo final disputado pelos últimos dois. Depois dos concorrentes terem interpretado três temas a solo e um com um convidado especial, os portugueses votaram e decidiram a quem pertencia a voz de Portugal.
Luís Trigacheiro é o grande vencedor da edição de 2020 do talent show português da RTP1. O jovem alentejano de 23 anos fez uma das provas cegas mais marcantes desta edição e foi, ao longo de todas as etapas, bastante elogiado pelos mentores, que reconheceram sempre a sua evolução. "As Mondadeiras" foi o tema escolhido por Luís na primeira etapa do programa, canção que interpretou de forma intensa, deixando os portugueses emocionados, e que voltou a trazer a palco este domingo.
"Comecei a cantar já tarde, com cerca de 15, 16 anos. A minha avó cantava no grupo de cantares 'Papa Borregos de Alvito' e eu ia atrás dela, do que ela cantava e ia cantando por cima", contou o jovem na primeira entrevista que deu à MAGG.
Hoje, sem esperar, é o grande vencedor do "The Voice" e faz questão de referir que não podia estar mais contente. "Sinto que poderia ter sido qualquer um dos outros concorrentes a ganhar porque seria bem merecido", começa por afirmar o jovem de 23 anos.
Começou tímido, mas revela que, com o passar do tempo, se foi sentido mais à vontade em cima de palco. "Estou mais dentro da coisa e mais familiarizado. Acho que se tornou mais fácil, a cada passo, pisar aquele palco. A responsabilidade é maior, mas sentes-te bem porque já sabes o palco que vais pisar, com quem vais falar, já conheces os músicos, é diferente", explica.
Nas provas cegas, Luís Trigacheiro conseguiu virar as quatro cadeiras, mas acabou por escolher como mentor António Zambujo. Na fase de batalhas, o lugar do jovem alentejano no programa chegou a estar em causa, mas Marisa Liz fez questão de o salvar e integrá-lo na sua equipa. "Quando a Marisa me salvou senti que tinha mais uma oportunidade para mostrar o que valia, e ainda bem que ela me salvou".
Relativamente ao caminho que tem vindo a percorrer, caracteriza-o com alguns "altos e baixos", mas, acima de tudo, como "uma experiência muito boa e enriquecedora, com acontecimentos brutais e aprendizagens incríveis que têm sido úteis".
Luís Trigacheiro quer acreditar que esta experiência lhe trará muitas coisas boas daqui para a frente, mas o que mais destaca da mesma foi as amizades que fez. "O mais importante foram as amizades que fiz ali, tanto com os concorrentes, como com os músicos, com a produção, a equipa e com os mentores. Nunca vi ninguém como adversário, nem o Miguel nem o João que são meus amigos há anos, nem os outros. Não houve uma pessoa para a qual olhasse e pensasse 'estou a lutar contra ti'. Estávamos ali todos para nos divertirmos e fazermos o que gostamos e sabemos. Quando era o nosso momento, era o nosso momento, mas assim que saíamos estávamos todos bem uns com os outros. Havia convívio, amizade, troca de opiniões, troca de conhecimentos e isso era incrível".
Luís Trigacheiro participou no programa, incentivado por Miguel e João, também concorrentes, mas, acima de tudo, amigos de longa data. "Eu nem me queria inscrever quanto mais ganhar", revela entre risos quando lhe perguntamos se entrou no concurso com a intenção de vencer.
Neste momento a música é o plano A do jovem, mas Luís confessa que se o sucesso não se mantiver, não ficará chateado. "Gostava de conseguir vingar, como é obvio, mas se não der posso sempre tentar outra vez e também depende do que eu sentir no momento. Não sou uma pessoa que pense muito à frente, vou pensado nas coisas conforme elas vão acontecendo".
Aos 23 anos, Luís, que frequenta uma licenciatura em Agronomia, tem agora pela frente a oportunidade de vir a estudar música — um dos prémios do programa — e conta com o apoio dos pais para decidir o que irá fazer daqui para a frente. "Há uma licenciatura em música pelo meio que eu quero aproveitar e tirar partido dela ao máximo. Há muita coisa aqui envolvida e há um caminho que eu vou ter de decidir. É uma decisão que eu podia fazer sozinho, mas não quero porque tenho família e quero perceber a opinião deles também", afirma.
Para Luís, um dos momentos mais marcantes da grande final foi contar com o testemunho do pai. "O meu pai é uma pessoa que está muito na sombra e que não gosta muito de aparecer. Gosta de dar a opinião dele, mas de uma forma mais recatada e eu sabia que era a pessoa ideal para aparecer agora e para dar a opinião dele nesta altura".
Para além disso, destaca ainda ao momento em que subiu a palco ao lado de Simone de Oliveira para cantar "Sol de Inverno". "Estar em palco com ela foi maravilhoso. Não consigo descrever, foi mesmo muito bom", afirma o vencedor.
Este domingo, 4 de janeiro, todos os finalistas tiveram ainda a oportunidade de cantar com um convidado especial. Tiago Silva subiu a palco com Marco Paulo, Diogo Leite cantou lado a lado com o Marco Rodrigues e os dois finalistas da equipa da Aurea, Tiago Barbosa e a dupla Miguel e João, cantaram com Jorge Palma.
A Final do "The Voice Portugal" contou ainda com a presença de vários convidados como David Carreira — que marcou o regresso ao palco após a morte de Sara Carreira — , Plutónio, Amor Electro e Rita Sanches, a vencedora da edição anterior. O início da gala ficou também marcado por uma emotiva homenagem, por parte dos Mentores, a Carlos do Carmo que morreu a 1 de janeiro.