Se o caso tivesse acontecido nos EUA, provavelmente já haveria mais documentários ou séries de ficção a simular o insólito. Estávamos em 2013 quando Bernard Wesphael, um político belga e alinhado à esquerda no espectro político nacional, encontrou a mulher, Véronique Pirotton, morta na banheira de um quatro de hotel e com um saco na cabeça.

Assim que o alerta foi dado às autoridades, o político deixou de exercer funções no parlamento e passou a ser considerado o principal suspeito do crime. A falta de provas, no entanto, tornavam impossível colocá-lo no local e à hora a que Pirotton terá morrido.

É esta a premissa do documentário da Netflix, "Sob Suspeita: O Caso Wesphael", que recupera o caso e todos os seus contornos que, ainda hoje são difíceis de explicar.

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Não foi, porém, a morte da mulher que fez do caso um dos mais insólitos do país, mas sim o facto de, mesmo sem provas que o incriminassem, Wesphael ter ficado detido por mais de dez meses.

A explicação? Não se sabe. Especula-se que poderá ter tido que ver com o seu estatuto na sociedade belga, ou porque as pessoas com quem esteve nesse dia se recordam de o ver a ter comportamentos estranhos e pouco habituais.

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Cerca de oito anos depois, o caso teve um desfecho conhecido que preferimos não revelar para não estragar as revelações feitas no documentário. Depois de vários anos em silêncio, no entanto, é através da produção da Netflix que o ex-político conta a sua versão dos factos — dando a conhecer a sua história a um público mais vasto.

O documentário chegou esta quarta-feira, 17 de março, ao catálogo da Netflix e é composto por apenas cinco episódios de cerca de 35 minutos cada.