Prontos para mais uma voltinha? É verdade, este domingo, 30 de maio, estreou-se mais uma edição de "Quem Quer Namorar com o Agricultor?", a aposta da SIC para as noites de domingo agora que "Hell's Kitchen" está na reta final. O formato é basicamente o mesmo nesta quarta temporada, com a grande diferença que há mais uma quinta e, consequentemente, mais um agricultor em busca do amor: assim, Ana, Luís, Diogo, José Luís, Aurélio e Tiago são os seis concorrentes que esperam encontram um parceiro para a vida no formato de sucesso da estação de Paço de Arcos.
E, meus caros amigos, já lá vão os tempos em que o único conceito de reality show — independentemente de terem que ver com missões, segredos ou negócios — que conhecíamos consistia em pegar numa dúzia de pessoas e pô-los numa casa fechados, com a esperança que as suas interações resultassem em beijos na boca e discussões de mão cheia.
Ah, tivemos também essa pérola dos anos 2000 chamada "Masterplan", em que Gisela Serrano seguia as ordens do "mestre", e protagonizou altos momentos televisivos como arrancar outra concorrente pelos cabelos de um carro em plena CREL, enquanto ouvia que não gostava de sexo. Ouro, pessoas, ouro que já não acontece em televisão.
Voltando ao presente: hoje em dia os formatos nascem como cogumelos, deste as experiências sociais que colocam desconhecidos a casar aos que tentam arranjar uma pretendente com a ajuda da mãe (alerta, flop). E apesar de o "Agricultor" ser um sucesso de audiências, diria que grande parte da sua popularidade se deve aos momentos de autêntico embaraço (ou cringe, se preferirem) a que assistimos, nomeadamente no arranque, quando candidatos e pretendentes são colocados frente a frente apenas por cinco minutos, quase como um speed dating rural.
Mas antes que digam que só estamos cá para dizer mal, há muitas (vá, algumas) coisas boas a apontar. Vimos a estreia de "Quem Quer Namorar com o Agricultor?" à lupa e dizemos-lhe o melhor, o pior e o verdadeiramente embaraçoso.
O melhor
Estamos a ver um reality show ou um filme de Hollywood?
Não sabemos se esta quarta edição do "Agricultor" vai ganhar a guerra das audiências assim que arrancar "O Amor Acontece", a aposta da TVI para rivalizar neste horário, nem se terá o mesmo sucesso de outros reality shows. Mas há uma coisa que este formato já tem, e isso é a atenção ao detalhe e as imagens bonitas que nos mostram no ecrã.
Há muito drone, é verdade, mas tal resulta em cenas lindíssimas captadas nas quintas dos candidatos, bem como na herdade alentejana onde decorreu o programa de estreia. As VT dos candidatos entram de forma irrepreensível no decorrer da emissão, as entrevistas são bem feitas e, apesar de muita coisa a acontecer e da duração longa, o programa não perde ritmo.
Andreia Rodrigues está cada vez melhor
Para além de parecer mais bonita a cada edição, Andreia Rodrigues está cada vez mais confiante no papel de apresentadora deste formato. Tal como Diana Chaves em "Casados à Primeira Vista", a evolução da cara da SIC é visível ao longo das edições do programa, e consegue criar uma ligação de proximidade com os candidatos, bem como momentos de interação que não parecem estar no guião. Andreia Rodrigues? 12 points.
José Luís. Era só isto
É verdade que o agricultor de Monforte de 63 anos bem que se podia inserir na categoria de momentos embaraçosos, mas o proprietário agrícola é tão fofinho que arriscamos a dizer que já é o nosso favorito.
Desde ficar embasbacado com quase todas as candidatas e pedir-lhes para casarem com ele, da necessidade de apontar tudo num caderninho de apontamentos mas desculpar-se com a idade, até assumir que nunca teve raparigas tão bonitas na sua frente — mas acabar com um "obrigado pelo tempo que me dispensou", tal e qual uma entrevista de emprego na Remax —, José Luís já ganhou o nosso coração.
E podemos só recordar-nos do momento em que o mais velho agricultor desta edição refere que quer uma mulher para estar consigo "em julho no deserto do Dubai e escorregar em janeiro no gelo de Moscovo"? Onde é que me inscrevo, produção? Preciso de viajar.
O pior
O drama das unhas de gel
Como muitas mulheres, várias das candidatas tinham unhas de gel. Algo completamente inócuo não fosse a implicação de Diogo com as mesmas, que fazia questão de olhar para as mãos das mulheres que se sentavam à sua frente e apontar que, assim, não iam conseguir trabalhar na terra.
Sim, sabemos que o conceito do programa está muito ligado às visitas às quintas e espera-se que os pretendentes estejam à vontade neste meio. Mas estar à vontade não é o mesmo que arranjar uma mulher para substituir um empregado. Se é isso que querem , alguém dê o contacto da Randstad aos homens. E rápido.
O "marinheiro" Ricardo
Se José Luís é o nosso preferido, o pretendente da agricultora Ana, o também conhecido como marinheiro Ricardo, já entrou na nossa lista de ódios de estimação. Primeiro, estamos algo encadeados com o branqueamento daquela dentição. Segundo, temos zero paciência para as suas tiradas ou com a sua real admiração quando viu uma agricultora sexy. E alguém me diz o que foi aquela tentativa de surpreender Ana com uma espécie de pedido de casamento mal amanhada, em que lhe deu um coração de madeira? Não temos estudos.
A divisão dos pretendentes
Sendo Ana uma agricultora mulher heterossexual, faz sentido que todos os candidatos homens apenas se encontrem com ela. Até conseguimos perceber balizarem as candidatas mais perto dos 50 com José Luís, o mais velho, com 63. Mas alguém consegue explicar o porquê das divisões das candidatas de 30 anos (mais coisa, menos coisa) apenas com Tiago e Aurélio?
O que vale é que Diogo resolveu o assunto ao abandonar o seu grupo de candidatas e ir especificamente falar com Filipa, com quem tinha criado uma ligação instantânea ao descer as escadas ao encontro dos pretendentes, mas com quem não tinha tido oportunidade de conversar nos encontros rápidos da tarde. A "amarelinha" aceitou o convite do agricultor, e resta saber se já temos amor.
O verdadeiramente embaraçoso
A necessidade de aprovação de Tiago
É verdade que estes encontros rápidos são embaraçosos por si só. Também o é que se muitos de nós fossemos filmados em primeiros dates, podíamos encontrar semelhanças com estes momentos de vergonha alheia. Mas, por favor, alguém pare a pesca de elogios de Tiago.
"O que é que achas de mim?", "achas-me sexy?", "achas-me atraente?", como se todas as respostas das candidatas não fossem ser positivas para garantirem ser escolhidas. E o olhar para a câmara, meio que a piscar o olho, como se estivesse na sua própria sitcom com público ao vivo à espera das palmas? ME-DO. E muita vergonha alheia também.
Luís só conhece um adjetivo: linda
Com apenas 25 anos e sem qualquer tipo de embaraço, quase que arriscamos dizer que Luís Feijão está no programa em busca de alguma notoriedade, e não pela sua dificuldade em arranjar uma namorada. O problema? Para ele, todas as candidatas são lindas, e tem dificuldade em adjetivar de forma diferente, mesmo quando uma das candidatas lhe diz que está a elogiar todas da mesma forma.
Mas o realmente embaraçoso foi quando conheceu Ana, a agricultora, e começou logo a traçar o seu caminho. "Você é lindíssima", disse à colega candidata, enquanto nem uma taça de champanhe conseguia servir. Mas a coisa não funcionou, não fosse Ana pará-lo por ali, dizendo que estava à espera de conhecer os pretendentes. É o chamado "vai buscar".