Foi a Manuel Luís Goucha que Bruno de Carvalho concedeu a primeira entrevista desde que foi expulso da quarta edição do "Big Brother Famosos", no dia 13 de fevereiro. O ex-presidente do Sporting falhou os compromissos que todos os concorrentes do reality show assumem para com a TVI.
Estão em causa, por exemplo, aparições no programa "Dois às 10" e no "Goucha", na semana seguinte à expulsão. No entanto, em Bruno de Carvalho recorreu às próprias redes sociais para tornar pública a sua verdade. Foi num direto no Instagram que insultou as amigas de Liliana Almeida, atual companheira, os comentadores do Big Brother, a produção e outras tantas figuras públicas.
Também o seu Twitter foi palco de vários comentários menos bons. A 16 de fevereiro, decidiu organizar a sua própria conferência de imprensa para esclarecer o que desejava. Durante a mesma, teceu duras críticas à produção do programa. Contudo, à medida que as feridas foram sarando, foi aparecendo cada vez menos — e inclusive distribuiu pedidos de desculpa.
Apesar de todas as acusações que proferiu e de todos os compromissos a que faltou, esteve presente na derradeira gala do "Big Brother Famosos". A edição que findou a 26 de fevereiro contou, por breves momentos, com Bruno de Carvalho e Liliana Almeida. O empresário não conseguia esconder tal (falta de) entusiasmo.
Na segunda-feira (28 de fevereiro), Bruno de Carvalho esteve à conversa com Manuel Luís Goucha junto ao Parque Eduardo VII, em Lisboa. O tópico principal, como seria de prever, foi o "Big Brother Famosos". "Talvez o mais polémico dos concorrentes presentes na casa do 'Big Brother Famosos' que terminou no passado sábado" foi como Goucha o apresentou.
Foi com a certeza de que, se acontecesse 15 dias antes, esta seria uma conversa bem mais "acesa" que arrancaram o diálogo. Devido à semana "muito difícil" que passou sem Liliana a seu lado, não conseguia comer ou dormir. "Eu nem a televisão abri. Não conseguia. Era demasiado mau tudo aquilo que eu estava a ouvir", considerou.
Desde então, referiu existir um problema pessoal "gravíssimo" relacionado com a filha mais velha, Ana Catarina, hoje com 18 anos. Questionado por Goucha, optou por não aprofundar o tema, apenas lembrando que sempre lhe foi dito que estaria tudo bem. "Eu estava no programa e disse à produção 'há problemas com a minha filha mais velha'. Disseram-me 'não'", recordou, defendendo saber que os haveria.
Apesar de estar grato por ter conhecido a atual namorada, não voltaria a entrar "num programa destes" — no qual assegura que "não tinha privilégio nenhum". Para Bruno de Carvalho, a semana que passou depois de sair da casa mais vigiada do País foi algo "muito mais violento" do que estar preso. "Foi difícil para mim ter sabido cinco minutos antes da gala o que é que se estava a passar. Até porque eu tenho bem a noção da dimensão das coisas, e não foi fácil sair sozinho da casa", avançou.
"Eu não sou a Liliana, mas, talvez se ela tivesse tido a informação toda que não teve, tivesse pensado. Foi "ter a noção completa de que a Liliana não fazia mínima ideia do que é que estava a acontecer cá fora" o que mais o revoltou. "Se tivesse a noção, duvido que a decisão tivesse sido" a de continuar na casa do Big Brother em vez de sair junto com Bruno de Carvalho.
"Nunca senti que podia estar a ser violento psicologicamente"
"Tinha-me sentido bem melhor, porque, no fundo, a pessoa que me podia defender e que podia repor a verdade sobre as coisas ficou dentro de uma casa", afirmou, acerca da decisão de Liliana. O empresário considera que, em conjunto com a cantora, passou duas mensagens "positivas" e "super poderosas", "contra o racismo e a homofobia": "Temos uma pessoa branca a apaixonar-se por uma pessoa negra, temos uma pessoa que é lésbica, e que agora será bissexual, a apaixonar-se por um hetero".
Perante isto, crê, "a sociedade apagou tudo", optando pela mensagem "de violência, de pressão, de opressão". "Houve preconceito total", acredita, referindo-se às queixas de violência doméstica que foi alvo. Para o DJ, existiu uma narrativa por parte da produção, que selecionou cautelosamente cada imagem para mostrar isso mesmo. "Eu tinha a certeza absoluta de que aquilo ia ser aproveitado", disse, referindo-se a quando agarrou Liliana na parte de trás do pescoço e a puxou para si. Por isso é que, segundo o mesmo, por várias vezes, garantia não a estar a agarrar.
"Nunca senti que podia estar a ser violento psicologicamente", afirmou, nem com Liliana, nem para nenhum dos outros ex-colegas de casa. Também por isso, Bruno de Carvalho criticou os comentadores do programa, "pessoas que foram pagas para comentar o programa completamente a destruir uma coisa linda que aconteceu dentro da casa, porque decidiram receber dinheiro, mas só ver os resumos".
"Eu queria lá saber o que é que diz a Pipoca ou o que é que diz o Flávio", assegurou, não se esquecendo de responder ao recado de Flávio: "Era impossível sermos [irmãos]", disse, devido ao "respeito" que a sua mãe sempre terá encorajado. Também Kasha foi referido, principalmente o facto de ter vencido o programa.
"Nós estamos a falar de uma pessoa dos D.A.M.A, de uma pessoa que tem uma legião de fãs tremenda", recordou. "O Kasha tem uma péssima votação numa semana, uma péssima votação noutra semana, e ganha o Big Brother. E eu tenho uma filha de seis anos que acredita no Pai Natal", compara, relembrando que sempre disse que "a pessoa que tinha de sair era o Kasha".
"Passaram imagens que era absolutamente proibido passar, porque eram imagens em que nós estávamos na intimidade"
De acordo com Bruno de Carvalho, "passaram imagens que era absolutamente proibido passar, porque eram imagens em que nós estávamos na intimidade". Estarão em causa momentos íntimos com Liliana, na cama, depois de ambos fazerem o "sinal" que, segundo o mesmo, indicava que o que se seguiria não poderia ser gravado ou muito menos exposto. "E as câmaras continuaram voltadas".
"A maior parte das pessoas que fizeram um ataque fortíssimo fazem parte [da comunidade LGBTQI+]", afirmou. "Aconteceu ali dentro vida real. Ninguém quis", crê, acrescentando que, quando Liliana assumiu os sentimentos, "gerou-se o pânico a todos os níveis, e isso é triste".
"Eu tive de ser um homem muito resolvido e seguro de si próprio para assumir um amor com estas caraterísticas", considera. Pelo que disse a Goucha, a mãe percebeu que o filho se apaixonara "desde o primeiro instante" — e foi precisamente Liliana, por quem se apaixonou "no dia 2 [de janeiro]", o que o "levou tão longe" e o impediu de desistir do desafio.
Quanto à vida cá fora, afirmou que "nem coragem de ir visitar" a mãe teve e que as pessoas que o rodeavam "não queriam" que entrasse para a casa. Já a mulher com o qual estava comprometido quando entrou para a casa terá reagido de forma positiva à relação entre Bruno e Liliana. "Eu percebi tudo o que se estava a passar a partir do segundo dia e a única coisa que eu quero é que vocês sejam felizes", disse, citando-a.
"Sem protagonistas, o 'BBF' já nem dá para fitas... Como não amar"
Esta quarta-feira (2), Bruno de Carvalho recorreu ao seu Twitter pessoal para fazer troça dos resultados das audiências do atual "Big Brother Famosos", que teve início a 27 de fevereiro. Depois de citar, com expressões de riso, um tweet da conta do site "Zapping" que dava conta que o programa "vai a mínimos e passa parte do tempo em terceiro", o empresário incluiu a namorada.
Identificou a conta da namorada e escreveu: "Sem protagonistas o BBF já nem dá para fitas... Como não amar!!!! Uns têm, outros apenas... não...". Noutros tweets endereçados à companheira, indicou que ela "é bonita que dói" e "tem um talento gigante".
O tema das audiências do "Big Brother Famosos" continuou, sendo que o antigo presidente do Sporting citou outro tweet, escreveu "Oh pah, já basta ok?", com um grande riso de seguida. Estavam em causa afirmações de que os programas relacionados com o reality show da TVI tinham caído "para o pior valor de sempre", longe da concorrência e que teriam batido "recordes negativos em todos os horários".