A palavra pode ser estranha, mas está longe de ser nova. A kombucha é uma bebida tradicional chinesa com milhares de anos. Sabe-se que a sua existência remonta a 221 A.C. A revista Well and Good elegeu-a como uma das grandes tendências do bem-estar para 2018. E não foi por acaso: as vendas, nos Estados Unidos, cresceram 12 vezes nos últimos três anos. O fenómeno é tão grande, que, em 2016, a PepsiCo comprou a KeVita, uma marca de bebidas probióticas, que comercializa kombucha com diversos sabores. Aos poucos, a moda vai chegando a Portugal e já pode ser encontrada em alguns supermercados biológicos.
O que é a kombucha?
Com um sabor agridoce, avinagrado e semelhante ao da sidra, é “obtida a partir da fermentação do chá verde ou preto”, aos quais é adicionada a “mãe da kombucha”, ou Scoby (Symbiotic Colony Of Bacteria and Yeast), um conjunto de “bactérias e leveduras”. Depois de um tempo de fermentação, que não deverá ser inferior a sete dias, nasce este líquido ao qual têm sido associados vários benefícios de saúde.
No entanto, a nutricionista Iara Rodrigues explica que “as características podem variar muito de acordo com o tipo de chá utilizado como base, com os microorganismos presentes na matriz da kombucha e com o tempo de fermentação.”
E quais são os seus benefícios?
“Esta bebida tem benefícios para a saúde osteoarticular, já que ajuda na prevenção e recuperação de lesões nas articulações.”, explica a nutricionista. “Devido à presença de vitaminas e probióticos, a Kombucha também pode ser bastante importante para o sistema imunitário como proteção celular, em caso de inflamações e diminuição das defesas”, acrescenta.
A bebida fermentada — que pode ser consumida como chá ou como bebida refrigerada — tem sido associada a melhores níveis de energia, por dois motivos. Devido ao ferro, que resulta da fermentação, e que “melhora o transporte de oxigénio no sangue”, e pela presença da teína, “que é o equivalente da cafeína, presente no chá”. Por este motivo, é também essencial moderar o consumo da kombucha — um a dois copos por dia são a recomendação da especialista.
Autora dos livros “Emagreça sem Fome”, “Dieta 1, 2, 3” e “A Dieta Simples”, Iara Rodrigues também destaca o poder antioxidante, que resulta da presença das “catequinas e dos flavenóis”, dois tipos de polifenóis, que são substâncias químicas presentes nas plantas.
“Estes polifenóis apresentam potencial na prevenção de doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e insuficiência renal”, explica. Além disso, são responsáveis pela “boa atividade antimicrobiana”, o que, por outras palavras, significa que a kombucha ajuda na inibição do “desenvolvimento de microrganismos contaminantes.”
Como ter esta bebida?
Tem duas alternativas: ou compra a bebida em supermercados biológicos ou prepara a sua em casa. Joana Limão, autora do antigo blogue “Lemonaid”, à frente do novo projeto “Please Consider”, já testou e recomenda (veja a sua receita na caixa ao lado). Explica que "o scoby arranja-se com outras kombuchas de qualidade, em grupos do Facebook e pedindo a pessoas que tenham".
Há contraindicações?
Não. Nenhum efeito adverso foi associado ao consumo de kombucha. Ainda assim, há evidências que comprovam que em excesso poderá ter efeitos adversos, como “distúrbios gastrointestinais, reacções alérgicas e particularmente em pessoas que são mais sensíveis às bebidas ácidas ou com insuficiência renal.” Quem sentir desconforto deverá “excluir o seu consumo”. Recomenda-se também a adição de água, de modo a “facilitar a eliminação de tóxinas.”