Parece tão simples não fazer reciclagem. Há sempre uma desculpa: a cozinha é demasiado pequena para uma caixote do lixo com divisórias, os ecopontos estão muito longe de casa, às vezes é tão difícil perceber para onde é que vai o quê. Numa outra dimensão, há quem pense, consciente ou inconscientemente, que um pequeno gesto não vai mudar nada. Ou que no final alguém acaba por separar as coisas. Ou ainda que o mundo não vai acabar amanhã, portanto não vamos pensar muito nisso.
Se calhar o mundo não vai acabar amanhã por causa do excesso de lixo que estamos a produzir. Mas há animais que já estão a sofrer — e a morrer — porque alguém pensou que era demasiado aborrecido andar 100 metros com um saco cheio de garrafas. Este não é um problema de amanhã: neste momento a poluição é um dos fatores que mais leva à morte em todo o mundo, afetando 100 milhões de pessoas.
Há mais. O plástico é atualmente um dos maiores inimigos do meio ambiente. Provavelmente já está farto de ouvir falar na guerra contra as palhinhas, mas este é de facto um problema grave. Olhemos apenas para estes números: nas últimas seis décadas, foram produzidos 8,3 mil milhões de toneladas métricas de plástico. Destes, 6,3 mil milhões transformaram-se em resíduos de plástico. Só 9% foi reciclado. 79% está em aterros ou no ambiente — praias, florestas, jardins. Em determinado momento, vão acabar no oceano.
Mas continuamos apenas a falar em números, não é verdade? E os números são abstratos, não têm um rosto, sofrimento. Mas os animais têm. E eles estão neste momento a morrer por causa do lixo, ou num sofrimento verdadeiramente atroz. Esta tartaruga que lhe mostramos cresceu presa numa rodela de plástico. A imagem é assustadora, a deformação é enorme, mas é incapaz de mostrar a dor que esta tartaruga teve quando fazia algo tão simples e natural como desenvolver-se e crescer.
Infelizmente há muitos mais exemplos. Carregue nas setas para ver mais imagens e perceber de que forma o lixo que não reciclamos está a afetar os animais. Atenção: algumas imagens podem ferir os leitores mais sensíveis.