Adivinham-se dias críticos: esta terça-feira, quarta-feira e quinta-feira, 12, 13 e 14 de julho, praticamente todo o País estará acima dos 40ºC. Será nestes dias que os termómetros registarão os valores mais elevados, com algumas zonas a poderem atingir os 46ºC ou 47ºC, mas Portugal já está em alerta máximo e situação de contingência desde esta segunda-feira, 11.

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Há mais de 80 concelhos de dez distritos em perigo máximo de incêndio rural. São eles Bragança, Vila Real, Braga, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A declaração da situação de contingência arrancou à meia-noite desta segunda-feira e deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, 15. No entanto, este período está suscetível a alterações, dependendo da evolução da situação do País e das eventuais consequências das altas temperaturas, que já se começam a fazer sentir.

Isto porque ainda não atingimos os altos valores previstos e, ainda assim, Portugal amanheceu com mais de 1.500 bombeiros no terreno e 36 incêndios registados. Os três mais preocupantes? Ourém, Pombal e Ribeira de Pena, sendo que os dois primeiros, no distrito de Santarém e Leiria, mais precisamente, foram dados como controlados pelas 8h.

"A noite foi uma importante janela de oportunidade, os grandes estão dominados", explicou a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, ao jornal "Observador", com a ressalva de que a situação ainda não está "resolvida". "Vamos ter muitas horas de trabalho pela frente para garantir que se consolida e manter a situação controlada", acrescentou.

À hora de publicação deste artigo, o site da Proteção Civil regista 27 fogos — um em curso, cinco em resolução e 21 em conclusão. Neste momento, o incêndio em Canedo, Ribeira de Pena, que já se alastra desde domingo, 10, é o mais preocupante. De acordo com o jornal "Observador", o alerta para o fogo foi dado às 15h15, mas as chamas acabaram por lavrar em direção ao concelho vizinho de Boticas, também em Vila Real.

Pelas 9h30, 154 operacionais com 44 viaturas, bem como uma máquina de rasto, marcavam presença no local, acrescenta a mesma publicação. O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, aponta para uma área ardida de 200 hectares até ao momento.

Ocorrências em aberto / Incêndios Rurais
Ocorrências em aberto / Incêndios Rurais Ocorrências em aberto (incêndios rurais) pelas 9h57 desta segunda-feira, 11. créditos: Proteção Civil / prociv.pt

Estamos a viver uma "situação quase inédita", diz Proteção Civil

Esta sexta-feira, 8, Portugal já havia atingido a marca das 121 ignições desde o arranque de 2022. No entanto, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) avançou ao jornal "Público" que estamos a viver uma "situação quase inédita", que se deverá manter.

"Há um agravamento da situação, nomeadamente na região sul. Estamos a viver uma situação quase inédita do ponto de vista meteorológico. A situação vai-se manter e é proibido usar maquinaria nestes dias que se seguem para baixarmos o número de ignições, que têm vindo a aumentar", disse.

Avizinham-se temperaturas de 40ºC para quase todo o País

Esta terça-feira, 12, marca o início de três dias de calor extremo em Portugal continental. Sagres será a região mais fresca do País, com previsão de 27ºC de máxima e 22ºC de mínima. Já Évora, Castelo Branco, Santarém e Braga serão as regiões mais quente, com 43ºC e 42ºC de máxima, respetivamente.

As restantes regiões vão oscilar entre os 36ºC e os 41ºC. Sendo que Porto e Lisboa serão das regiões mais frescas com 34ºC e 39ºC de máxima. No entanto, este calor não será sinónimo de céu limpo e sol a brilhar. Esperam-se nuvens altas e céu nublado para todo o o País.