Foi o assunto do dia esta quarta-feira, 14 de outubro, e amplamente partilhado nas redes sociais: uma escola em Sintra suspendeu um aluno por partilhar o lanche com os colegas. O tema explodiu online, a sucederem-se críticas duras à atitude da escola, que estaria a condenar e castigar um aluno pelo simples ato de partilhar comida. A teoria de que se tratava de um ato de generosidade também foi divulgada: alegadamente, o aluno em questão estaria a dividir o seu lanche com um colega que não tinha comido nada até às 16h30 desse dia.
Agora, surgem novos desenvolvimentos, com a diretora da escola a afirmar que tal não passou de uma brincadeira entre quatro alunos, que colocou em causa as medidas de segurança impostas pela DGS e pelo estabelecimento de ensino para impedir a propagação do novo coronavírus.
Os alunos estariam a dar dentadas no mesmo pedaço de comida, já depois de serem avisados sucessivamente para não o fazerem, escreve o "Observador". Depois de continuarem sem obedecer às regras, a diretora da escola, Cristina Frazão, optou por suspender não apenas o aluno que partilhou o lanche, como foi divulgado anteriormente, mas sim o grupo de quatro estudantes envolvidos na situação.
A sanção disciplinar está prevista no Estatuto do Aluno, e insere-se mos critérios para mau comportamento, na situação atual — a 3 de julho, as escolas receberam orientações gerais e conjuntas da tutela e da DGS sobre as medidas de segurança em contexto de pandemia.
Numa carta da diretora da escola ao encarregado de educação do aluno que partilhou o lanche, Cristina Frazão explica o sucedido e condena a atitude do pai, que partilhou a sanção nas redes sociais, com a versão de que o filho apenas tinha tido um ato de generosidade para com um colega com fome.
“O que eu vi, após ter este grupo de alunos já referenciado pelos professores e pelos funcionários, foi um quarteto de meninos, de turmas diferentes, juntos, sem máscara e a dar dentadas na comida uns dos outros. Não se trata de uma generosidade do seu filho em pagar uma sandes ao colega, que surpreendentemente ainda não teria comido nada às 16h30 da tarde, mas sim de estarem a dar dentadas no mesmo alimento”, pode ler-se na carta, publicada pelo "Observador".
Cristina Frazão salienta ainda que esta não foi a primeira vez que o aluno em questão, repetente, furava a bolha de segurança para estar com os antigos colegas durante o intervalo. Apesar de ser alertado por diversas vezes, "não mudou de atitude". A diretora da escola acrescentou que não pode deixar que "a estranha versão de generosidade” do aluno ponha em causa o plano de ação da escola para receber 1.400 alunos “em segurança”.