O inverno já não está longe, bem como as gripes que ainda nem chegaram e já começam a assustar-nos. Isto porque, uma vez que os sintomas são semelhantes, ficamos na dúvida se aquela tosse chata é só mesmo uma tosse ou um sintoma de COVID-19. No entanto, parece que há um padrão no aparecimento dos sintomas que pode ajudar a distinguir de qual dos vírus se trata.
A conclusão é de um estudo da Universidade da Califórnia do Sul (USC), com base numa amostra de 55.924 pacientes chineses infetados com COVID-19, e publicado na revista científica Frontiers in Public Health. O objetivo da investigação era perceber se a sequência inicial dos sintomas era semelhante no aparecimento do vírus da gripe e da COVID-19. E o facto é que não é.
COVID-19
- Febre
- Tosse
- Dor de cabeça, garganta ou dores musculares
- Náusea e/ou vómito
- Diarreia
Gripe
- Tosse ou dor muscular
- Dor de cabeça
- Dor de garganta
- Febre
- Náusea e/ou vómito e diarreia
"Saber essa ordem é especialmente importante quando enfrentamos ciclos de doenças como a gripe que coincidem com a pandemia atual", disse Peter Kuhn, professor de Medicina e Engenharia Biomédica da USC, ao jornal belga "LaLibre". O investigador refere-se ao aumento de casos de gripe que habitualmente acontece quando se aproxima o outono.
"Se os pacientes com sintomas forem testados rapidamente e os contactos rastreados, estes surtos poderiam ser contidos", dizem os investigadores, acrescentando que a febre pode ser o sintoma chave para detetar a COVID-19.
Contudo, apesar dos resultados do estudo, os cientistas alertam para o facto de cada caso ser um caso, o que significa que os sintomas podem não aparecer nesta ordem ou sequer aparecer, dado que muitas pessoas infetadas com COVID-19 são assintomáticas.
Os investigadores entendem que o quadro clínico de qualquer paciente deve ser sempre registado e que "se tal prática clínica sistémica tivesse sido padrão desde doenças antigas, talvez a transição de um surto local para uma pandemia pudesse ter sido evitada", defendem.