De certeza que já sentiu FOMO (fear of missing out), que significa algo como ficar ansioso porque não viu as mensagens que lhe estão a enviar no WhatsApp ou não entra no Instagram há muito tempo. Esta fobia de se sentir excluído do mundo digital afeta milhões de crianças e adultos e está a gerar variadíssimos problemas de ansiedade e saúde mental.
Mas também há quem prefira ficar em casa a ler um livro, a ver uma série ou até a experimentar uma nova receita, desligando-se por completo das redes sociais e da internet. Se for esse o caso, tem JOMO (joy of missing out, algo como ter alegria de perder algo). Isto não significa que não tem vida social, mas sim que é seletivo com o que faz e que não se preocupa com o que os outros à sua volta estão a fazer.
“O significado de JOMO é realmente abraçar a ideia de apenas encontrar alegria e contentamento, de optar por não participar ou perder atividades e priorizar o autocuidado”, explicou a psicóloga Susan Albers à Cleveland Clinic. “É útil, porque realmente coloca um maior foco na escolha consciente daquilo em que se quer participar e não daquilo em que se sente pressão para participar”, continuou, acrescentando que “o JOMO permite-lhe ser autêntico e verdadeiro consigo mesmo, no que diz respeito ao que realmente quer fazer e ao que valoriza”.
A psicóloga admite que, com as redes sociais, as pessoas sentem mais FOMO, já que é muito mais fácil ver os amigos a divertirem-se, sentindo emoções como tristeza, ressentimento e ciúmes.
Os benefícios do JOMO incluem o aumento da produtividade e foco, uma maior dedicação nos seus relacionamentos e melhora o bem-estar emocional e físico. “Se há uma desvantagem no JOMO, é que o FOMO pode muitas vezes ser um motivador para sair da sua zona de conforto e explorar coisas novas”, apontou, acrescentando que “ver o que as outras pessoas estão a fazer pode dar-lhe novas ideias nas quais nunca teria pensado”.
Além disso, a psicóloga alerta que “um não é melhor do que o outro”, sendo que ambos têm “benefícios” e “desafios”, e dá algumas dicas para transformar o FOMO em JOMO: “limitar as redes sociais pode reduzir a comparação que pode fazer entre si e os outros”, definir limites, tentando “ser mais seletivo na forma como gasta o seu tempo” e percebendo se a atividade lhe vai trazer “alegria”, se se vai sentir “desconfortável” ou se vai apenas para agradar outra pessoa, e aprender a dizer não, não tendo de pedir desculpa por isso ou justificar a sua decisão.